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Teste ao Cupra Leon e-Hybrid: o híbrido desportivo

Teste ao Cupra Leon e-Hybrid: o híbrido desportivo
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“Zona cinzenta”

 

Depois do Cupra Formentor VZ, é a vez de agarrar o volante do Cupra Leon. Mas este não é um Cupra Leon qualquer, é o e-Hybrid, ou seja, é um Cupra híbrido Plug-in. Será esta uma escolha inteligente?

Como sabemos, a Cupra é agora uma marca independente e que terá modelos próprios, aliás, já os tem, como é o caso do Formentor, mas o Ateca e o Leon continuam a marcar presença para dar uma maior escolha ao condutor, assim como uma alternativa a quem quer um SEAT com mais ‘salero’. Por isso, o Leon é uma das coqueluches da marca que comemorou agora o seu terceiro aniversário, com novidades… ecológicas.

Pois bem, este Cupra Leon e-Hybrid tem aquele equilíbrio que tantos gostam e procuravam: um exterior que impacta pelo caráter desportivo, um interior que continua a ser utilizável numa vida familiar, conjugado com um grupo propulsor com ‘alma’, mas que não é exagerado nos custos. Será este o desportivo do futuro?

Antes de responder a essa questão, há que falar um pouco do exterior.

Aproveitando as linhas já agressivas do SEAT Leon, o Cupra Leon leva tudo um patamar acima. Os para-choques foram redesenhados para garantir um aspeto mais agressivo, a pintura Petrol Blue mate encarrega-se de “absorver” todos os olhares, enquanto os pormenores em bronze (ou cobre, como lhe queiram chamar) fazem o contraste e aumentam a exclusividade do modelo.

Sim, no exterior há um “elefante na sala”. As jantes aerodinâmicas, que certamente não agradam a todos, merecem contudo pontos pela audácia. Existem mais algumas para escolha, portanto, não há razão para se virar as costas a este Leon e-Hybrid.



No interior, mais desportividade, mas sem exageros. Tal como no Formentor, neste Leon e-Hybrid também o tom azul passou para o interior, revestindo as bacquets exclusivas, assim como o tablier. De resto, o painel de instrumentos digital conta com uns grafismos diferentes, e o volante é tipicamente Cupra, ou seja, conta com as teclas de atalho que nos permitem mudar o modo de condução, assim como “acordar” o motor. Os acabamentos estão em bom nível, com este Cupra a ser um sítio agradável para se estar durante largos quilómetros, enquanto o espaço a bordo não muda face a um “normal” SEAT Leon e-Hybrid.

“Vamos lá dançar, Leon”

A última vez que aqui vim com um Cupra Leon, estava ao volante de uma ST, com 300cv e tração integral 4Drive. Estava preparado para ser diferente com este e-Hybrid.

Efetivamente foi, mas não fiquei desiludido.

Debaixo do capot contamos com 245cv e 400Nm, provenientes do conjunto entre o 1.4 TSi e um motor elétrico com 116cv, motor esse que acorda sempre silencioso: carregamos no “Start” e… nada. Portanto esqueçam aquele momento de “cold start” pela manhã, aqui a jogada é outra.



Até aqui o caminho foi perfeitamente calmo, com um pisar confortável e sem reações demasiado “vivas”, tudo graças ao sistema DCC. O silêncio a bordo também foi notório, assim como um consumo muito pouco Cupra, mesmo que o ritmo tenha sido “normal” até aqui, sem preocupações com poupança.

Mas as primeiras curvas aparecem, e com um toque no botão Cupra o seu som “artificial” invade a cabine pelas colunas, algo de que não sou fã, mas que me compensa com um andamento verdadeiramente mais cativante e facilmente reconhecível como um Cupra.

O motor elétrico “aparece” e faz-se notar mais à saída das curvas, auxiliando o motor 1.4 TSi, compensando a falta de binário a baixas rotações, dando um impulso mais imediato, quase sem perdas, comprovando a aceleração dos 0 aos 100km/h em 6,7s. A suspensão cumpre com um bom pisar neste modo mais desportivo, assim como a direção direta e que aponta bem para onde queremos ir.

Há que lembrar que este Leon, ao contrário da ST que trouxe anteriormente, tem um esquema de tração dianteira, o que exige mais paciência à saída das curvas para evitar perdas de tração, já que a potência chega rápido e os pneus Turanza não são uns verdadeiros desportivos. O mesmo que falei do Formentor, mas aqui menos crítico.

Este “desportivo do futuro” mostra que se pode contar com o sistema híbrido para ter o melhor de dois mundos, um confortável e utilizável, com consumos baixos, assim como uma ajuda extra para garantir a máxima performance. Após encostar, e selecionar no modo individual tudo ao meu gosto (e calando o som sintetizado), o Leon Cupra e-Hybrid é uma espécie de “GTI”, está a meio caminho entre o SEAT Leon e-Hybrid e um Cupra “a combustão” e 300cv.

 



O seu peso extra nota-se um pouco em travagem, a pedir que sejam feitas ligeiramente mais cedo, mas…

Este Cupra não é para andar ao ataque, este é um Leon que quer ser um “desportivo das horas vagas”, um automóvel que pode verdadeiramente ser usado todos os dias, mas que por breves momentos pode “descontrair” e atacar umas curvas, sempre sem fazer com que os consumos disparem.

Por falar nisso, em mais de 300km feitos, e com duas cargas completas de bateria, com aventuras “menos ecológicas”, este Cupra marcava 6,4L/100km na altura em que o entreguei.

Estavam a torcer o nariz ao início, não estavam?

Pois, mas imaginem o que é ter um Cupra a gastar isto.

Não é tão focado quanto um “puro” mas, na verdade, quanto tempo usamos um desportivo como ele deve ser usado? Bem menos do que como não deve ser usado, na vida quotidiana… Este “futuro” até pode ser que não seja nada mau.

Se me perguntarem como prefiro a “receita”, obviamente que preferia um 2.0 TSi de 300cv a repousar debaixo daquele capot, com um som de escape “real” e encorpado. Mas talvez a comprar, como meu único carro, não sei se não sairia ao volante deste Plug-In, já que custa 41.858€ e em termos de performance, já não envergonha ninguém, muito pelo contrário.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!