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Ensaio by motorO2 – Peugeot 208 GTi 1.6 THP 200 CMV6

Ensaio by motorO2 – Peugeot 208 GTi 1.6 THP 200 CMV6
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“PocketRocket (foguete de bolso)”

 

 

O Peugeot e GTi, duas palavras que combinavam bem.

Combinavam,porquê?
Porquesejamos realistas, os dois últimos GTi (206 e 207) não foram tão bons quanto o”original” – o 205 GTi  – queserá sempre complicado de igualar, os tempos são outros.
Isto não é mau de todo, serviu para aprender, outras marcas também já passaram mesmo, atéa que criou o conceito GTi…
Voltemos ao presente,

O novo Peugeot 208 por si só é um carro bastante equilibrado e divertido de conduzir, ou seja umaexcelente base para um GTi, e o departamento de marketing não teve medo nenhumde fazer um slogan radicalintitulado: “GTi is Back!”
Vamos lá verse ele está realmente de volta!
Pego na chavee aproximo-me do carro, os números estavam bem presentes na cabeça, mas comotodos nós sabemos o aspeto nestes pequenos desportivos conta (e muito!) fazparte e tem de criar um bom primeiro impacto.

E neste campoo 208 GTi marca logo pontos. O aspecto “inchado” dos pára-choquesmostra que este não é um 208 qualquer, a sua altura é mais reduzida, na frentenotamos a grelha flutuante muito bem conseguida com um padrão exclusivoinspirado nas corridas (fazendo lembrar uma bandeira de xadrez), ainda nafrente temos as luzes dianteiras que contêm vários elementos em LED, tal comoas luzes de presença diúrnas e os piscas que causam um excelente efeito visual.

Na partelateral as saias continuam o ar “musculado” que a frente nosapresentou, a reforçar isso estão também as jantes Carbone Storm de 17″com as pinças de travão vermelhas, como manda a lei dos pequenos desportivos!
A inscriçãode GTi logo após o vidro traseiro faz a reminiscência para o original 205.

Paraterminar, a traseira apresenta-nos um spoilerde dimensões generosas, que para além de complementar a estética ajuda tambémno aumento da força descendente do 208 GTi e a ponteira dupla de escape mostraa raça do leão que estava “vestido” num belo tom Vermelho Rubi.

Sentados no 208 GTi notamos logo que o ambiente desportivo continua nointerior, demonstrado mal rodamos a chave (ainda sem ligar o motor) isto porquehá uma coreografia que mostra bastante qualidade, os aros por volta dovelocimetro passam a vermelhos os ponteiros começam rodam totalmente até tocarno máximo e depois acende a luz de fundo, são pormenores mas fazem a diferençanestas coisas.

Logo abaixodo velocimetro, está o volante em pele com uma grossura ideal e com o ponto”zero” bem marcado a vermelho no topo, volante esse que têm também asua base cortada com a placa GTi no fundo.  Desportividade essa que continua nos bancos,com um padrão a fazer lembrar o 205 GTi (advinharam) padrão esse que continuanos cintos de segurança com uma lista vermelha, vermelha é a cor que domina nohabitáculo do GTi, desde os prespontos que percorrem todo o tablier, bancos eportas, até aos plásticos vermelhos (que terminam num degradé preto). O tectoforrado a cor preta ajuda na sensação de aconchego, se achar que é demais podesempre optar pelo tecto panorâmico que estava presente na unidade ensaiada, jáque dá uma luminosidade incrível ao interior do pequeno leão.

Pronto,apresentado!
Agora todasas fibras do meu corpo pedem insessantemente para que eu rode a chave (destavez totalmente), a bonita sonoridade rouca do escape invade desde logo ohabitáculo, isto torna tudo mais sensorial. A imagem, o toque e agora o som.Engreno a primeira e lá vou eu, logo nos primeiros quilómetros em cidade pareceque nem estamos a bordo de um desportivo, a suspensão tolera (a maioria) dasirregularidades e o motor mostra-se suave, o recurso à caixa não é muito já queo motor é elástico o suficiente.
Mas o território deste carro não é aqui, está aficar de noite e o tempo não ajuda, esperamos por amanhã, sigo pela auto-estrada,abro o tecto panorâmico com os rebordos laterais num LED azul que transmitecalma, ligo o cruise-control e o GTi está domado, é um carro utilizável, o bomsom das ondas rádio invadem-nos e sentimo-nos bem confortáveis a bordo destePeugeot.

Novo dia, éhora de eu e o GTi nos encontrar-mos de novo, lá estava ele na garagem à minhaespera, ansioso por se mostrar (se fosse um cão estaria a abanar o rabo),seguimos juntos por estradas nacionais, até ao percurso que um pequenodesportivo mais gosta, estradas de montanha com muitas curvas, sejam elasabertas, fechadas, em apoio, ganchos… Eles querem é disso.

Carrego mais no acelerador e aí confirmamos logo que os 200cv estão bempresentes, o ponteiro sobre vertiginosamente, tal como nós subimos a serra, oGTi “puxa-nos” a ir com ele, a condução torna-se viciante malentramos na primeira curva, eu exclamo logo com um sorriso enorme nos lábios:
-Aqui sim!
Referindo-meao volante, com o pequeno diâmetro acaba por tornar o GTi num carroextremamente manobrável já que descreve as curvas tal como nós queremos, esentimos que fazemos parte do próprio carro, então fui buscar outro slogan que a marca francesa usou aquandoo lançamento do 208: “Let your body drive”.

Nas rectasentre as sequências de curvas notamos que o 208 está bem preso ao chão, não sógraças ao spoiler que falei noínicio, mas sim graças ao conjunto suspensão/amortecedor que foi revisto e àsvias mais largas (10mm na frente e 20 na traseira), tal como as barras anti-aproximação.

A curva estáa chegar, reduzimos e ouvimos o rugido do leão, travamos e notamos que asmaxilas e discos de maiores dimensões não são meramente decorativos, já quecumprem a sua tarefa de forma precisa, sem deixar rasto.
Na altura de sair da curva, o turbo auxilia-nos empurrando-nos para fora dela,porque os 275 Nm de binário estão disponíveis logo as 1700rpm, o carro mostrasempre uma rapidez impressionante, sem quebras, a caixa têm um curso algolongo, mas o engrenamento por si só é irrepreensível, o curso do pedal doacelerador é também ele preciso.

As curvascontinuam, o Peugeot não se mostra cansado, a aderência é incrível, os bancosmantêm o nosso corpo num todo, as rodas frontais agarram-se tão bem aoalcatrão, como um gato se agarra para não cair num aquário gelado!

Só para ter umaideia, não conseguimos provocar o 208 GTi, ele têm pânico de sobreviragem.
As rodastraseiras seguem também bem coladas ao asfalto, o carro “enrola” bemsob ele próprio, muito graças a estarem bem perto dos cantos do 208, tornando acondução sempre bastante segura e previsível.

É a altura deparar e aproveitar a paisagem neste dia magnifico, um dia à GTi!
Foguete deBolso, mas com modos.

Descendo devolta a casa, volto a sentir o que senti no primeiro dia, é mesmo utilizavel,não parece aquele monstro que há uns quilómetros atrás rugia serra acima, o arcondicionado dual automático mete-nos confortáveis, o rugido torna-se mais numronronar, foi bom, cada metro valeu a pena.
Vou tersaudades tuas GTi, foste um excelente companheiro de viagem…
PontosFortes:
-Motor Suave mas Potente;
-Estética Apelativa
-Chasis Equilibrado
-Relação Peso/Potência (200cv para 1160Kg)

Pontos menos fortes:

-Apoio de Braço central (em opção) dificulta o acesso ao travão de mão;
-Sistema touch com funcionamento que requer alguma habituação;
-Curso da caixa algo longo numa condução mais desportiva;

Conclusão: Conseguiram Peugeot! Não igualaram, e sabemos que isso é impossível,os tempos são diferentes, agora há outras preocupações. Criaram sim algonostálgico,que pode sem dúvida usar o nome GTi, não é tão técnológico como oseu rival (Clio RS com a sua caixa EDC e o R-Diff), continua mais tradicional, ao gosto de muitos (caixa manual) mas usaesta nova filosofia de ser utilizável no dia-a-dia, podemos ir as compras eescolher: voltar com as compras inteiras ou partidas. O seu interior mostraqualidade e o volante pode ser uma condicionante para alguns, mas é uma questãode hábito e acaba por ser o ideal.

 

 


Motor e Modelo: Peugeot 208 GTi 1.6 THP 200 CVM6
1598cm3; 200cv/5800rpm; 275nm/1700rpm; Transmissão manual de6 velocidades;  Consumooficial:5,9l/100km; Consumo medido: 7,2l/100km; Emissões: 139g/km CO2
Dimensões e capacidades: Comprimento: 3,962; Altura:  1,460; Largura: 1,739; Capacidade de mala:285l; Capacidade do Depósito:
Equipamento de série: Faróis de Nevoeiro; Luzes Diúrnas ePiscas e LED; Volante Multifunções em Pele; Ar Condicionado bi-zona; EcrãMultifunções; Sistema multimédia Touch Screen de 7″, Sistema de somArkamys; Sistema Bluetooth, Sistema de Navegação; Tomada Jack; 2 fichas USB;Limpa para-brisas com sensor de chuva; Faróis com sensor de luz; Cruise-Controlcom limitador de velocidade; Vidros traseiros escurecidos; Estofos em Pele.
Equipamento opcional presente na unidade testada:  Pintura Metalizada (350€); Alarme (250€);Tecto panorâmico em vidro (405€); Leitor de CD´S no porta-luvas (200€); PackArrumação (apoio de braço central e contorno da caixa de velocidades cromada)(100€).~

Preço versão base: 24.950€Preço versão ensaiada (com opções): 26.255€

Texto: Rodrigo Hernandez

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!