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Volvo XC40 T4 Recharge “à prova“

Volvo XC40 T4 Recharge “à prova“
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“É a moda, rapaz”

 

“Entrei na Volvo para levantar o XC40 e vejo os modelos que estão prontos a “conhecer” os seus novos donos. Eram mais de meia dúzia, com apenas um a não ser SUV, e desses, apenas um não era um XC40…”

Pois é, se até há alguns anos a Volvo era sinónimo de carrinhas, a realidade agora é que a preferência de muitos dos clientes recai nos SUV, como tão bem pude provar com os meus próprios olhos. Não há melhor maneira, não é? 

Assim, volto ao XC40 para conhecer a “porta de entrada” para o “mundo Recharge”, o T4 de 211cv. 

O Volvo XC40 foi uma verdadeira “pedrada no charco” por parte da marca sueca, uma lição de desenho que criou um verdadeiro interesse por parte dos clientes. Se a sua imagem pode, por vezes, parecer diferenciada de outras proposta mais “típicas” da Volvo, o certo é que o XC40 conta com todos os elementos dignos de Volvo. Senão, vejamos: as suas superfícies demonstram robustez, com linhas bem vincadas e proporções “fortes”, mesmo sendo este o benjamim dos Volvo. Na traseira, contamos com os faróis verticais, imagem inegável da marca, assim como uma dianteira perfeitamente reconhecível. 

Ligeiramente renovado, recebeu uns retoques na sua grelha dianteira, assim como nos grupos óticos que viram “suavizado” o “Martelo de Thor”, o elemento estilístico do século XXI da marca, que se junta aos outros acima. As jantes de 20’’ polegadas nesta unidade conferem uma imagem mais sofisticada ao modelo, são um opcional dispendioso, mas indispensável para quem o estilo muito importa. 

Se o exterior faz lembrar os Volvo, o interior também, mas… 

Mas? Não há motivos de alarme. O XC40 é um Volvo, com materiais de boa qualidade, mas que aqui bebeu um “shot de juventude” para piscar o olho a outro público. Com isso vêm muitos pontos fortes, como os espaços de arrumação de maiores dimensões, um prático “caixote do lixo” amovível, assim como um local para pendurar a mala (ou mochila) no porta-luvas. O painel de instrumentos é de fácil leitura, igual ao de todos os outros modelos da marca, com o ecrã central a ser igual. No entanto, notamos que já faz falta mudar para o utilizado nas versões elétricas do modelo, ou uma atualização de forma a tornar o seu funcionamento mais simples, assim como integrar de melhor maneira o Apple CarPlay, por exemplo, que fica com dimensões muito reduzidas. 

Talvez o ponto onde se nota a maior diferença do XC40 para os outros Volvo seja nos bancos, com menos suporte e com contornos não tão virados para o conforto, não tão “à la Volvo”, o que por vezes até apresenta alguma falta de apoio em curva, fazendo com que as pernas queiram sair do local onde deveriam ficar. 

Atrás, espaço para dois adultos, já que o túnel central ainda conta com dimensões algo generosas. Mas com um bom nível de conforto. A bagageira conta com 452l, a mesma capacidade que encontramos num Volvo XC40 térmico, sem ajuda elétrica. 

Passamos para a condução…

Para animar este XC40 T4 Recharge encontramos o motor a combustão 1.5l com uma arquitetura de três cilindros, debitando 129cv (ao contrário dos 179cv do T5) que trabalha em conjunto com um motor elétrico de 60kW (os mesmos 82cv do T5), guardando a sua energia numa bateria com 8,5kWh de capacidade útil. A transmissão automática de 7 velocidades trata de orquestrar tudo isto, para garantir tanto uma boa performance, como uma superior poupança… 

O primeiro impacto é que o T4 chega perfeitamente, fazendo com que seja pragmático “guardar” os quase 1500€ que nos separam do T5 e os seus “apetecíveis” 262cv (que já testámos anteriormente). 

O arranque ocorre, sempre que possível, em modo elétrico, com uma grande suavidade, algo que sentimos logo nos primeiros metros especialmente em cidade, onde se começa por testar a autonomia no modo Pure (um dos três disponíveis) e que “transforma” este XC40 num elétrico por alguns quilómetros. A Volvo assume 45km, mas só conseguimos 36km, algo que dará para alguns condutores mais citadinos, mas que será insuficiente para outros. Ainda assim, permite que os primeiros 100km consigam uma média de 4,1l/100km.

Quando a bateria “se esgota”, o valor esperado ronda entre os 6,5 e os 7,5l/100km, isto porque o Volvo XC40 ainda conta com algum peso (1816kg) o que é até notório durante a sua condução, não prejudicando, no entanto, a sua agilidade, aumentando ainda a sensação de segurança, graças a um pisar bem decidido e uma boa estabilidade direcional. 

Ainda assim, o tato do travão está longe de ser ideal, notando-se muito a regeneração e o efeito ativo destas soluções, o que em travagens mais “de ajuste” podem fazer “morder” demasiado os discos. É algo a que nos habituamos ao longo dos quilómetros, mas que poderia ser revisto, de forma a tornar este pedal mais “natural”. 

O Volvo XC40 T4 Recharge demora 4h a carregar se utilizarmos uma tomada comum a 2,3kW ou 3h a 3,7kW. 

Em jeito de conclusão, entende-se porque este XC40 é uma das propostas preferidas de quem procura um SUV Premium com dimensões mais compactas. O seu estilo exterior é vencedor e o interior conta com a típica sensação Volvo, conjugando uma imagem mais jovem. O sistema híbrido não é o mais eficaz face aos seus concorrentes, no entanto, utilizado de forma correta é uma solução suficientemente poupada, dando a opção de percorrer longas distancias, sem sofrer de “ansiedade”, mesmo que o consumo aumente um pouco mais. 

O preço do XC40 T4 Recharge começa nos 49.975€, com esta unidade a ver o seu preço subir, devido aos opcionais, para os 58.020€. 

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!