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Voltei as aulas, na Escola de Pilotagem Honda

Voltei as aulas, na Escola de Pilotagem Honda
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“Ajustar os pequenos (grandes) detalhes”

Este artigo vai ser mais pessoal, já que fala da minha própria experiência no que toca a motos. Basicamente, a minha vida resume-se a dois momentos: um primeiro, que dura desde o nascimento, em que no que toca a motores, a única coisa que importava eram os automóveis. Apenas e só. Mas há cerca de dois anos, passou-se o inevitável, já que graças a alguma convivência, mas também curiosidade, as duas rodas tornaram-se um local que decidi explorar.

Ainda que a experiência tenha estado a correr bem, queria que corresse melhor.

Passo a explicar a minha decisão de começar a andar de moto:

Estávamos em plena passagem de ano de 2017 para 2018, e eu decidi dizer em voz alta: “vou tirar carta de moto!”. Sim, este podia ser apenas mais um daqueles objetivos que nunca se realizaria, mas como não bebo bebidas alcoólicas, levei avante a minha ideia e passado cerca de mês e meio, tinha a carta na mão, em tempo recorde!

Não sei se estava com medo de mudar de ideias, ou se estava ansioso por andar em duas rodas. Bem, na verdade acho que era a primeira.

Nunca foi um super objetivo, até porque os meus pais (principalmente a minha mãe) nunca acharam muita piada às motos. E na verdade, em sentido prático, o que uma moto faz, um carro faz melhor.

E isso continua a ser verdade. Contudo, a moto é uma opção mais passional, mais romântica e emocional. E foi aí que as coisas começaram “a dar para o torto”.

Eu nunca me senti na iminência de cair, nunca me senti verdadeiramente em perigo (tirando quando um objeto voador com mais 10kg veio em direção à minha cabeça, em plena autoestrada). Mas, ao contrário dos carros, onde me sinto melhor do que em qualquer outro lado no mundo, nas motos sentia as coisas de maneira diferente. Não tirava o prazer que tiro em estar ao volante. Basicamente, no final de cada viagem achava: “pronto, correu tudo bem, podes descansar”.

E isso, meus amigos, é um pensamento errado. Isso de correr bem não é uma coisa rara, é o que deve acontecer sempre!

Por isso, vou contar-vos a minha curiosa história com a Honda.

Há uns meses, fui convidado a conhecer o projeto de Escola de Pilotagem Honda, que forma há mais de 20 anos condutores com e sem experiência em duas rodas (podem conhecer o artigo aqui), e naquelas horas pude aprender muito. Mas ficou a vontade de aprender ainda mais, e por isso a Honda convidou-me a frequentar o curso como aluno “disfarçado”.

Assim foi, após uma rápida marcação lá estou eu de volta às aulas, bem mais completas do que aquelas que temos na escola de condução. Aqui, é tudo explicado, desde a roupa que devemos usar, às cores, modelos de capacete, interpretação de significados nas etiquetas, e até como colocar o descanso! Tudo. Mas mesmo tudo numa moto é esmiuçado aqui, por uma equipa dedicada e que tem prazer em explicar aos alunos tudo o que têm aprendido ao longo dos anos.

Antes de passar para a “pista”, o simulador espera-nos, com comandos iguais aos das motos, que nos explica como nos sentiremos na prática. Com gráficos rudimentares, mas que chegam para a “encomenda”, estão cheios de “ratoeiras” onde podemos cair caso não sejamos suficientemente preventivos. Felizmente, para mim correu bem…

Obviamente, não comecei muito por baixo, até porque tenho carta de condução dedicada a motociclos sem limite de cilindrada, não sou nenhum “coxo”, apenas quero é mais confiança. Portanto, após uma 125cc que me permitiu “aquecer” e voltar a tomar o gosto na condução de uma moto, passei para a CB500F (que também já testei por aqui) e que foi a minha parceira na epopeia de condução na pequena, estreita, mas exigente pista de treino da Escola de Pilotagem Honda, em Palmela.

Ao meu lado, três senhoras, com vários tipos de experiência de condução. Desde a que não fazia ideia do que era uma moto, passando por quem tem a possibilidade de conduzir uma 125cc graças à carta B, ou alguém que, como eu, quer aperfeiçoar a técnica, que por vezes apenas a carta de condução não dá.

Basicamente, neste ambiente controlado e seguro, aprendi a controlar e interpretar melhor a moto, a usar melhor os travões (sim, o travão de trás usa-se, e muito!) e com isso aprender a melhor maneira de travar com eficácia. O olhar, muito importante na condução de uma moto, é o nosso guia, e aqui somos ensinados a usá-lo da melhor maneira.

A verdade é que esses pequenos “retoques”, que parecem pequenos e completamente desnecessários, causam uma grande diferença, e por muito que se diga “é na estrada que aprendes”, a verdade é que por mais que isso esteja certo, tens de ir para ela com bases. E depois destas quatro horas que aqui tive, já me sinto mais capaz. Isto é como uma receita de um bolo, pode estar tudo lá, mas um pouco de açúcar a mais, ou a menos, pode estragar tudo. Aqui, foi a dose ideal de açúcar, que me deixou com vontade de pegar numa moto e partir à aventura.

Só me falta comprar um novo casaco, mais vistoso e confortável, e volto às duas rodas, com mais confiança, mas com ainda mais respeito do que anteriormente. Quanto às minhas colegas, foi nelas que notei as maiores diferenças, as que tinham carta B estavam nas “sete quintas”, enquanto o mais impressionante foi ver quem nunca tinha andado de moto, passado poucas horas sentir-se completamente à vontade.

Se têm duvidas se vale a pena, fiquem sem elas, porque vale bem a pena!

Podem ir, à confiança!

No final, um especial agradecimento à Honda Motos Portugal e à Escola de Pilotagem Honda pelo convite.


Fotos: Honda e Manuel Portugal
Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!