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Uma semana com o renovado Citroën C5 Aircross Híbrido Plug-in

Uma semana com o renovado Citroën C5 Aircross Híbrido Plug-in
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Este é um ensaio em tempo real, atualizado diariamente, ou quando necessário. Vamos partilhar como é conviver durante uma semana com o renovado Citroën C5 Aircross, o SUV maior da marca francesa, aqui na sua variante híbrida Plug-in.

 

Dia 1 – Km 154,2

Este é o Citroën C5 Aircross que vão poder acompanhar durante uma semana completa. Lançado em 2017, este modelo sofreu uma renovação de forma a continuar a sua boa carreira comercial, num segmento tão competitivo como é este dos SUV de segmento C.

A versão Shine Pack, em teste, é a mais equipada, que se destaca no seu exterior pelas jantes de 19” polegadas e barras no tejadilho. Falando um pouco do que mudou “cá fora”, destaca-se a secção dianteira, praticamente nova, com uma grelha mais convencional, onde os novos faróis LED contam com alguma inspiração do (também novo) Citroën C5X, criando uma assinatura luminosa bastante reconhecível à noite. Também o para-choques foi totalmente redesenhado, o que faz com que este C5 Aircross fique com uma imagem mais consensual.

No seu exterior encontramos ainda diferenças na secção posterior, que mesmo que não sejam tão notórias, são possíveis de detetar, como é o caso dos farolins traseiros. A oferta de jantes também foi revista (o que não é o caso destas utilizadas no Shine Pack) assim como uma gama de cores mais sóbria, onde este Azul Eclipse é a novidade.

O Citroën c5 Aircross está disponível em quatro diferentes versões, com motorizações gasolina, diesel e híbrida Plug-in. Os preços começam nos 32.411€, com a gama híbrida Plug-in a iniciar nos 45.111€.

Consumo apresentado no painel na altura deste update: 4,1l/100km.

O Citroën C5 Aircross conta também com alterações no interior. Mas quanto a isso, falarei mais tarde…

Dia 2 – Km 283,4

A ideia principal deste Real-Time Review é utilizar este híbrido Plug-in como deve ser, ou seja, carregando em casa sempre que seja possível. Dessa forma, conseguiremos entender a verdadeira poupança ao contar com uma proposta deste tipo.

A gama C5 Aircross está disponível com dois níveis de potência, no que aos Plug-in diz respeito, com 180 ou 225cv, como é o caso do nosso. Para garantir este nível de potência, este Citroën conjuga o motor 1.6 Turbo de 180cv (150cv no caso do menos potente) e um motor elétrico de 80kW (109cv), instalado entre o motor de combustão e a caixa automática ë-EAT8.

A marca afirma, na sua ficha técnica, que este C5 Aircross é capaz de fazer 55km em modo 100% elétrico, graças a uma bateria com capacidade de 13,2kWh. Como isso me parece um desafio, é algo que irei testar nos dias em que tenho este Citroën como companheiro de viagens.

Para o carregar totalmente, basta uma “noite de sono”, ou seja 7h30 a 8h00, caso usem uma tomada doméstica normal, como é o meu caso. Se tiverem uma Wallbox, o valor reduz para as 3h50 (é bom que a vossa noite de sono seja maior do que isso). Podemos ainda contar com o carregador mais rápido, de 7,4kW, que reduz o tempo para menos de duas horas.

Dedicarei uma atualização para vos demonstrar como se deve utilizar da melhor maneira todo este sistema híbrido.

Consumo apresentado no painel na altura deste update: 3,7l/100km.

 

Dia 2 – Km 450,9

Por agora já está. Desliguei pela última vez um motor em 2022.

Para me despedir, fui dar uma longa volta com o C5, por mais de 160km de estradas nacionais e algumas de terra (não resisti), comprovando que o conforto é uma, ou talvez mesmo a principal qualidade desta proposta gaulesa. Seja pelos batentes hidráulicos progressivos que nos amortecem de forma quase mágica nos pisos mais degradados – aqueles que até cerramos os olhos, estão a ver? -, aos bancos com espuma mais macia que nos “abraçam” com um conforto digno de um natal em família.

Talvez não seja tanto, vá. Desculpem, é de ser o último dia do ano.

Em suma, o C5 Aircross é efetivamente uma das maneiras mais confortáveis de viajar para quem procura um SUV de segmento C, mesmo com estas jantes de 19’’ polegadas com que a nossa unidade conta.

Até para o ano!

Consumo apresentado no painel na altura deste update: 3,9l/100km.

Conduzir sem destino é um verdadeiro prazer. Melhor ainda quando muitos dos buracos são “anulados”.

 

 

Dia 3 – Km 585,1

Olá. Bom ano a todos!

O que dizer do primeiro dia do ano? Se forem como eu, é um dia em que não sei muito bem o que fazer, um dia em que não podemos ver comer à frente devido à noite anterior, mas a única solução que nos dão de “ser consumistas” é a de ir comer fora.

Contudo, este ano, não o fiz. Mas fui, como é habitual, dar a minha volta diária de automóvel. Tenho de vos confessar que comecei a conduzir em 2023 depois das 01:30 da manhã (aguentei-me pouco tempo) em modo totalmente elétrico por mais de 40km. Voltei a carregar durante a noite e a andar novamente sem emitir gases de escape durante o dia. Daí a justificação prévia de todos esses quilómetros extra, com a média global de consumo a ter reduzido.

Hoje irei aproveitar para falar de parte do interior que foi revisto nesta atualização do C5 Aircross, com o tablier a ter surgido com um novo desenho, onde a marca perdeu uma oportunidade de ter feito mais…

Sim, chegou a altura em que eu tenho algumas críticas.

Ora, o posicionamento do ecrã está melhor, e eu até gostava do anterior desenho, mas a Citroën deveria ter aproveitado esta mudança para colocar um sistema multimedia igual ao que encontramos, por exemplo, no C5 X, um sistema de nova geração com um software novo, com maior capacidade de personalização e capaz de contar com Apple CarPlay e Android Auto sem fios, o que justificaria melhor a plataforma de carregamento por indução.

Ainda que este seja atual, afinal este também é um “C5”, o Aircross merecia mais, principalmente no que às câmaras de estacionamento diz respeito, já que contam com uma qualidade má – na falta de uma melhor palavra –  principalmente em situações de pouca luz, o que não acontece, lá está, com o C5 X.

O comando da transmissão automática também foi revisto, por uma solução que encontramos nos mais recentes modelos das marcas do grupo. Algo que não sou a favor, nem contra, já que funciona de forma simples e eficaz, como deve ser.

Mas quanto ao interior, irei falar mais sobre ele, porque existem outros pontos dignos de destaque dentro deste SUV francês.

Consumo apresentado no painel na altura deste update: 3,4l/100km.

Fácil de utilizar e suficientemente completo. Porém, um “degrau” abaixo do utilizado pelo C5 X

 

Dia 4 – Km 652,2

Como prometido numa atualização anterior, venho partilhar algumas dicas.

Utilizar um híbrido Plug-in tem uma regra primordial: carregar sempre que possível. No entanto, para ser “profissional” nesse assunto e maximizar esta tecnologia, há mais do que apenas “ligar à ficha”.

No caso do Citroën C5 Aircross contamos com um seletor Drive Mode, que nos permite escolher entre três diferentes “temperamentos”.

O Eletric é o modo em que este Citroën se liga por defeito, o ideal para quando fazemos uma viagem de menos de 80km no total.

O Hybrid é aquele modo mais polivalente. Deve ser o escolhido para quando uma viagem terá mais de 80km de distância. Para se aproveitar melhor a eficiência energética, devemos colocar a navegação do C5 Aircross a funcionar, para escolher os melhores locais onde se deve ser elétrico.

O Sport é um modo que é mais emocional e que de poupança tem pouco. É o lado divertido dos híbridos Plug-in, que não é escolhido caso o objetivo seja fazer o máximo de quilómetros em modo elétrico, mas sim utilizar esses kW para garantir a melhor performance possível.

Mas há mais truques do que apenas os modos de condução. Existe o “B”, uma tecla importante que está junto ao seletor de velocidade, que ativa um modo que deve ser escolhido quando circulamos em cidade ou estradas montanhosas, de forma a garantir mais conforto e maior regeneração, ajudando a recuperar alguma energia de volta às baterias.

Por último, a aplicação My Citroën permite, tal como o sistema multimedia, gerir o horário de carregamento (para garantir tarifas mais baratos), mas também acompanhar o processo de carregamento de forma remota, precondicionar a bateria ou mesmo regular a temperatura do interior, para que quando cheguemos a bordo esteja sempre agradável.

Consumo apresentado no painel na altura deste update: 3,2l/100km.

Uma melhor gestão permite ir mais longe, gastando menos.

 

Dia 5 – Km 821,4

Já vos tinha dito que iria falar mais sobre o interior do Citroën C5 Aircross, já que o modelo tem características importantes que podem agradar às famílias.

À frente, o conforto está bem garantido, mas é atrás que surge o elemento que o diferencia de outras propostas deste género: os três assentos traseiros independentes. Podem pensar: “Que exagero que ele está a fazer com isto, são só três lugares!”

Ora aí está, são três lugares, verdadeiros, capazes de cada um ser ajustado à sua própria maneira, onde cabem três adultos.

Para além disso, há a capacidade de os rebater individualmente. Já pensaram nas possibilidades?

Ir à vossa loja sueca que vende móveis em caixas e não ter de utilizar o serviço de entregas, sem ter de deixar um filho, sobrinho ou primo no parque de estacionamento?

Acreditem, isso vale muito.

A bagageira também não é nada má. Com 460l de capacidade, garante espaço para as coisas de quem vai sentado dentro do habitáculo, ainda que seja 120l mais “curta” do que as versões térmicas deste C5 Aircross. Para facilitar quando as compras estão nas mãos, o acesso mãos-livres funciona bem. Basta ter a chave no bolso, passar com um dos pés por baixo do para-choques e “voilá”: porta a abrir.

Para fechar é carregar no botão do portão ou na chave, e já está. Ou então, pronto, podem voltar a passar o pé debaixo do para-choques para o resto dos clientes do espaço comercial onde estão ficarem a pensar: “porque é que o meu carro não faz aquilo?”

Sim, isto não é nada de inédito, mas a verdade é que nas tarefas do dia-a-dia faz diferença, num carro como o C5 Aircross que parece mesmo ter sido pensado para a tornar mais fácil e tranquila.

Consumo apresentado no painel na altura deste update: 3,6l/100km.

Seja no alcatrão ou fora dele, este Citroën continua a acumular quilómetros.

 

Dia 6 – Km 904,2

Bem, este ensaio está a chegar ao fim e resta-me testar algumas coisas que penso serem importantes. Portanto, vamos lá.

Eu prometi que ia ver quantos quilómetros conseguia percorrer em modo totalmente elétrico neste Citroën C5 Aircross Híbrido Plug-in. A marca apresenta 55km, mas eu não consegui chegar lá, contentando-me com 46km sem emitir uma única grama de CO2 pelos escapes deste SUV Francês. E não, os escapes não são aquelas ponteiras quadrangulares, o escape real está escondido. Quarenta e seis quilómetros num percurso urbano e em estrada nacional, que dará para muitos nas suas voltas diárias, ou pelo menos dar uma ajuda para conseguir um consumo mais baixo aos 100.

Por falar em “consumos aos 100”. Com a carga cheia é contar com uns realistas 3,8L/100km (a Citroën homologou 1,3L/100km) num circuito misto. Já caso não carreguem a bateria (se tiverem um PHEV e não o fizerem mereciam que o vosso assento ficasse “preso” no aquecimento máximo num dia de verão) ou por acaso estiverem em viagem e não conseguirem (aí estão desculpados), devemos contar com um consumo que ronda entre os 6,7 e os 7,2L/100km. Não é chocante, visto que temos 225cv num SUV que pesa quase 1800kg.

Achei importante falar disto, até porque consumos é uma coisa sempre importante.

Já amanhã é dia de despedida, com as respetivas conclusões finais.

Consumo apresentado no painel na altura deste update: 3,6l/100km.

As jantes de 19” polegadas, contam agora com pneus com “pegada” maior.

Dia 7 – Km 971,4

Bem, chegou a altura da despedida. O Citroën voltou à sua “casa”, junto com os seus familiares. Em quase 1000km comprovámos o que aqui dissemos ao longo de uma semana, o C5 Aircross é um automóvel verdadeiramente preocupado com o conforto dos seus ocupantes. É talvez o SUV que mais se preocupa com isso, preferindo não ser tão dinâmico e divertido, para fazer essa tarefa de forma exemplar. No entanto, ainda testámos o modo “Desporto” (apresentado no painel de instrumentos, com uma tradução literal de Sport) que revela um C5 Aircross mais expedito, onde os 225cv se fazem notar de forma mais evidente. Nunca é um automóvel que nos deixe entusiasmados numa estrada retorcida, mas também não nos deixa ficar mal, desde que nos lembremos das leis básicas da física, chegaremos mais cedo ao destino.

O sistema híbrido Plug-in prova ser uma escolha (muito) racional caso se faça pequenos trajetos diários, com a poupança de utilização a ser bem real. Caso a autoestrada seja o local de eleição, o diesel de 130cv é uma opção a ter em conta. Se o posto de carregamento for uma miragem, o C5 Aircross tem ainda a versão a gasolina, que é ideal para quem não soma tantos quilómetros ao ano.

Os pontos fortes sobrepõem-se aos menos conseguidos. No entanto, a Citroën devia rever a situação das câmaras de ajuda ao estacionamento, os materiais em algumas zonas não são tão cuidados quanto propostas rivais e as patilhas de selecção não são muito obedientes, nem têm o melhor tato. Mais valia serem substituídas por seletores de regeneração e trocadas por umas mais modernas.

Mas esses pontos são muitas vezes tolerados por uns bancos confortáveis, que até massagens fazem, enquanto nos aquecem nas manhãs frias, um amortecimento que não nos incomoda nem fora de estrada, bem como um consumo final que é um “sonho” nos tempos que correm.

Até ao próximo Real-Time Review!

Consumo apresentado no painel na altura deste update: 3,6l/100km.

Após quase 1000km, o C5 Aircross Híbrido Plug-In confirmou ser poupado e muito confortável.
Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!