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Teste ao renovado Mazda CX-5 2.0 Skyactiv-G Excellence Navi

Teste ao renovado Mazda CX-5 2.0 Skyactiv-G Excellence Navi
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“Não se esqueçam dele”

 

A Mazda conta com uma gama que tem tudo para agradar a quem gosta de conduzir, tudo envolto num design multi-galardoado, assim como muitos outros fatores que lhe poderiam render muito mais vendas do que na realidade apresenta. Agora, o Mazda CX-5 foi renovado para ajudar a que esse número incremente. Porém, não esperes grandes mudanças.

Na verdade, o Mazda CX-5 não precisava de muitas alterações, mesmo entrando agora no seu 5º ano de mercado, numa “História CX-5” que já tem 10 anos. Assim, o modelo mais vendido da marca japonesa muda pouco esteticamente, evoluindo de forma discreta, com as diferenças a serem encontradas principalmente na sua dianteira. A grelha conta com um novo desenho, terminando nos faróis agora mais esguios. A traseira conta também com alterações nesse campo, com novos farolins LED, assim como um ligeiro retoque nos para-choques. Ainda no exterior é possível ver as novas jantes de 18’’ polegadas e… a nova cor exclusiva do CX-5, denominada Zircon Sand. É “out of the Box”, mas agradou bastante a quem vos escreve.



No seu interior, as diferenças são inexistentes, a não ser alguns acabamentos nas novas versões, que não é o caso desta Excellence Navi. Isso está longe de ser negativo, já que o Mazda CX-5 continua a contar com um habitáculo agradável e de elevada qualidade, acima de muitos dos seus concorrentes diretos, aproximando-se mais de marcas premium. O sistema multimédia, que pode parecer pequeno, é suficiente (10,25’’) e possível de ser controlado através de uma roda colocada na consola central. Tal como este sistema de infotenimento, também o painel de instrumentos ficou de fora das alterações, continuando a juntar o analógico com o digital, dando uma boa leitura ao condutor.

Num automóvel deste tipo, importa obviamente falar do espaço. Não é referência face aos concorrentes de segmento (C/D), mas oferece uma elevada dose de espaço para cinco passageiros, com bom acesso principalmente para quem viaja atrás. A bagageira, nesta versão a gasolina, é superior à do Diesel, com 522L de capacidade.

Com um equipamento muito recheado, esta versão Excellence Navi não falha em praticamente nada e é uma das melhores opções na gama a par com a Homura (que traremos muito em breve com outra motorização).



Passemos então à condução.

Primeiro temos de ter em conta que o Mazda CX-5 é um SUV, no verdadeiro sentido da palavra, não sendo uma proposta sobreelevada apenas. Aqui há a possibilidade de pisar fora do “tapete negro”, há realmente espaço a bordo, portanto… haverá pontos negativos na condução?

Errado. Não há, tendo em conta tudo isso. O Mazda CX-5 apresenta um bom comportamento dinâmico, fazendo tudo para seguir a identidade “Jinba Ittai” que a Mazda tanto apregoa. Não é um Mazda MX-5, não há milagres, mas consegue ficar acima de muitos dos outros SUV que poderá ter na sua lista.

A direção é talvez o ponto que me faz mais dividir opiniões. Por um lado, é direta e rápida, ótima para conduzir em auto-estrada ou em caminhos mais sinuosos, mas ao mesmo tempo o seu peso mais elevado por vezes torna-se notório “demais” em cidade, quando o que mais queremos é leveza. É uma questão mais positiva que negativa, já que esse “peso” extra lhe dá também uma superior precisão.

Já que estamos a falar da direção, é altura de falar das curvas. A suspensão conta com um acerto equilibrado, com um bom conforto, mesmo em mau piso, e um bom pisar, fazendo que uma longa viagem seja uma tarefa facílima. Em condução mais dinâmica – mais uma vez pergunto porque é que estão a fazer isso com um SUV – a Mazda conseguiu um bom equilíbrio para não apresentar demasiado adornar, mesmo tendo em conta um peso de 1500kg e um centro de gravidade que não é o ideal.

Então e é tudo bom?

Quase. Este motor 2.0 Skyactiv-G de 165cv pode não ser para todos os gostos. Uma pessoa “turbodependente” – não gozem, é uma patologia – pode achar que este motor não chega para puxar tanto automóvel. Na verdade, chega, até porque as suas prestações estão longe de envergonhar. Mas a ausência do turbo, faz com que se tenha de recorrer mais à caixa de velocidades, o que no caso da Mazda nem é uma coisa muito má, já que conta com um bom tato e é um prazer de utilizar. Não tem a performance oferecida pelo 2.2 Skyactiv-D, mas bate-o aos pontos no refinamento e sonoridade.

Quanto a consumos, não assustam, ao apresentar no final do ensaio 7,2L/100km. Relembramos que o CX-5 não conta com sistemas híbridos, com este motor a contar apenas com um sistema que desativa dois cilindros em velocidades de cruzeiro mais reduzidas para ajudar a poupar o (cada vez mais) precioso combustível, com a vantagem de aqui ser menos notório que no Mazda3 ou CX-30.

Já nos preços é onde este Mazda CX-5 Excellence Navi com 165cv mais me impressiona. Por 37.303€ oferece muito automóvel por um preço que é fácil de atingir por propostas menos completas. Conta com um estilo galardoado, um interior muito bem acabado e espaçoso, e um motor que, embora não seja um atleta, é suave de utilizar graças também a uma transmissão sem mácula. Afinal não é só o preço que me surpreende, é não ver mais a circularem pelas estradas nacionais.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!