Home Ensaios Teste ao Opel Crossland de “cara lavada”

Teste ao Opel Crossland de “cara lavada”

Teste ao Opel Crossland de “cara lavada”
0
0

“Opel de mistura”

 

Desde há alguns anos que os monovolumes têm vindo a perder expressão no mercado para os crossover e SUV, mesmo que esses fossem escolhas mais lógicas para as famílias. A Opel tem no Crossland uma proposta familiar mais tradicional, ao estilo monovolume, mas que garante um appeal superior graças a uma imagem crossover. Será que esta mistura é boa?

A história deste modelo tem início em 2017, após a integração no Grupo PSA (agora Stellantis) e que tem conseguido uma interessante carreira comercial. Agora renovou-se, recebendo a nova imagem da marca, com a face estreada pelo Mokka (o seu colega e concorrente).

É então na face que são visíveis as maiores diferenças, com o “Opel Vizor” a passar a estar aqui presente graças ao elemento brilhante que une os faróis com o logotipo da marca do “relâmpago” a meio.

Esta diferença conseguiu, por si só, refrescar o modelo. Mas não se fica por aí. Cá fora ainda se encontram novas jantes, aqui de cor preta e 17’’ nesta versão GS Line, assim como na traseira um novo arranjo no interior dos farolins e também um fundo negro que dá lugar ao símbolo da marca. Tanto os para-choques dianteiros como traseiros foram também revistos, num exterior que continua a garantir personalização.



Já no interior não existem diferenças, num habitáculo tipicamente Opel, que se preocupa em oferecer uma boa ergonomia num ambiente sóbrio, ainda que neste último ponto o novo Mokka comece a ser uma exceção.

O habitáculo é então espaçoso, com os bancos AGR a serem “amigos” das costas, enquanto lá atrás o banco traseiro é deslizante para garantir mais espaço para as pernas ou para a bagageira. É por isso possível transportar sem problemas três passageiros, já que as quotas são boas dentro do seu segmento. A bagageira varia entre os 410 e os muito generosos 520L de capacidade. A ajudar, ainda conta um piso elevado que ajuda às cargas e descargas.



Passando para a condução, esta unidade do nível GS Line equipava com o motor a gasolina 1.2 Turbo de 110cv, o que está a meio da gama entre o 1.2 “aspirado” de 82cv e o 1.2 Turbo com 130cv.

Estes 110cv não são obviamente uns atletas de alta competição, mas chegam para as encomendas de que um cliente deste tipo de proposta necessita, com a transmissão manual de seis velocidades a explorar bem este tricilíndrico. No entanto, volto a encontrar esta pega, que está longe de ser agradável, já que é demasiado grande e até parece “mascarar” o bom trabalho que esta transmissão apresenta.

Passando isso à frente, este motor consegue consumos na ordem dos 5,6L/100km em percurso misto, o que acaba por fazer o cliente repensar se o diesel valerá a pena, se os quilómetros percorridos ao ano não forem muitos.

A Opel ainda fez uma revisão sobre a “roupa” deste “Monossover” (junção entre Monovolume e Crossover). Assim, os engenheiros de Rüsselsheim desenvolveram um novo conjunto de molas/amortecedor para a suspensão dianteira, do tipo McPherson, assim como barras de torção revistas para o eixo traseiro. Isso, em combinação com o novo veio intermédio da coluna de direção, quer dar a este Crossland uma melhor e mais dinâmica experiência de condução.

Ora, na pratica, o Opel Crossland não é o mais dinâmico do seu segmento, mas não é “aborrecido”, conseguindo ter um bom pisar e tolerar ritmos mais acelerados, sem demasiado adornar de carroçaria ou ser demasiado “seco”.

O preço do Crossland inicia-se nos 19.950€, com esta unidade com alguns opcionais a pedir em troca 26.240€, o que está ajustado face aos seus concorrentes diretos.

Agora a questão que querem saber é:

“Será que esta mistura é boa para mim?”

Se procura uma proposta pequena por fora, grande por dentro e o estilo crossover agrada, então a resposta é positiva. O motor de 110cv parece suficiente (e o ideal) para o “animar”, enquanto a dinâmica foi melhorada para ficar à altura da imagem deste GS Line, que já vem equipado de série com o mais essencial.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!