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Testámos o Jeep Compass Upland 1.5 e-Hybrid

Testámos o Jeep Compass Upland 1.5 e-Hybrid
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“A meio caminho”

 

Numa estratégia em direção à eletrificação, a Jeep dotou os dois modelos que mais vendem na sua gama com a nova motorização e-Hybrid, uma solução que fica a “meio caminho” entre o mild-hybrid e o full-hybrid. Em teste no Jeep Compass Upland, a versão que comemora esta nova versão mais preocupada com o planeta.

A marca, que já oferece a versão 4xe Plug-In, quer com esta proposta e-Hybrid garantir uma maior poupança de combustível, mantendo o custo de aquisição mais comedido, principalmente para os clientes particulares, numa altura em que o Jeep Compass já não conta com versões diesel.

Esteticamente, as diferenças não são notórias, apenas o logo “e-Hybrid” se destaca no portão da bagageira. No entanto, esta versão Upland conta com alguns apontamentos específicos, como o vinil decorativo no capot, acabamentos exteriores em Bronze Metakrome e jantes de 18’’ polegadas em preto, sem esquecer o lema: “There is only one Earth”.



Essa preocupação ambiental está também patente no seu interior, que conta com um cuidado especial na escolha dos materiais empregues. Alguns dos componentes que encontramos neste interior são provenientes de elementos reciclados, nomeadamente os bancos, que combinam o vinil com o Seaqual, um tipo de tecido concebido através de resíduos recuperados dos mares, apresentando ainda um diferente e original padrão. Neste interior, que foi renovado há pouco tempo e que ficou bem mais agradável e moderno, encontramos espaço suficiente para cinco passageiros e respetivas bagagens, graças a uma bagageira de 424L que foi afetada marginalmente (14L) pelo sistema elétrico que auxilia este Jeep Compass.

Dessa forma, podemos passar para a parte técnica. Quanto à “arrumação”, o Jeep Compass opta por ter o motor elétrico (de 15kW), que apoia o novo motor a gasolina 1.5 Turbo junto à transmissão, enquanto a bateria de 0,8kWh encontrou o seu lugar debaixo do piso, ao longo do túnel central. No seu conjunto, a potência é de 130cv.

Mas, mesmo com uma baixa potência elétrica, este Jeep é bem mais híbrido que se poderia pensar, já que oferece potência suficiente para iniciar a sua marcha (e-Launch), assim como fazer manobras a baixa velocidade (e-Creeping), ótimo para poupar algumas “gotas” de combustível durante as manobras ou durante o trânsito, contando também com uma boa capacidade de regeneração. Mas à mínima pressão no acelerador o motor a combustão “acorda”, ainda que de forma bastante suave.



Este motor funciona no ciclo Miller, com um sistema de injeção direta com uma elevada pressão de 350bar. Em termos de performance, o Jeep Compass e-Hybrid não fará aumentar os níveis de adrenalina; por outro lado, a nova transmissão de dupla-embraiagem com sete velocidades está bem mais suave que a sua antecessora, o que melhora a experiência de condução. Com isso (e obviamente com o motor elétrico) os consumos saem a ganhar, sendo fácil manter os consumos abaixo dos 7L de gasolina por cada cem quilómetros, em ciclo misto.

Em condução, o Jeep Compass e-Hybrid revela-se um bom companheiro de quilómetros, graças a uma posição de condução confortável e um ajuste de suspensão (ajudado por estas jantes de 18’’ polegadas). A vantagem desta solução é que o peso aumentou muito pouco face ao anterior 1.3 Turbo com transmissão DCT (+70kg neste e-Hybrid), o que ajuda a que continue a ser suficientemente ágil face a outros modelos que têm de carregar baterias de maior dimensão. Este pequeno motor consegue ainda, em situações de ultrapassagem, por exemplo, fazer sentir o seu binário (e-Boosting) ajudando a tratar desse assunto de uma forma mais rápida e confiante.

Este ar “cool” de Jeep, que é um dos fatores para conquistar os clientes, não se deve, porém, a acreditar a 100% que estamos perante um modelo que quer aventuras fora de estrada. A altura ao solo permite percorrer alguns estradões (como o das fotos), mas a tração continua a ser dianteira e os pneus preferem antes o asfalto à areia, lama ou gravilha.

Em jeito de conclusão, o Jeep Compass está melhor do que nunca. Depois do seu restyling em 2019 que melhorou (bastante) o seu interior, agora o e-Hybrid resolve a questão dos consumos, já que o anterior bloco 1.3 Turbo tinha algum “apetite”. A transmissão de sete relações também é agora mais suave, enquanto o modo elétrico a baixa velocidade torna tudo mais suave. O Jeep Compass continua a ter o estilo emocional de sempre, mas agora mais racional do que nunca. O seu preço inicia-se nos 39.143€ para a versão Night Eagle, com este Upland a pedir em troca 42.686€.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!