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SEAT Tarraco 2.0 TDi 150 XCellence

SEAT Tarraco 2.0 TDi 150 XCellence
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“Mais é mais”

O título elucida-nos bastante, porque quem pensa que o Seat Tarraco é “apenas” um Seat Ateca “esticado” e com dois lugares extra, está profundamente enganado.

Para começar, a Seat usou este modelo para estrear a sua nova linguagem estilística, além de uma outra plataforma, a MQB-A, a versão longa da usada por muitos dos modelos do grupo Volkswagen, o que torna este Tarraco (nome inspirado na cidade romana da atual Tarragona) num automóvel totalmente diferente do seu irmão do meio, sendo o 3º e maior SUV da gama da marca espanhola.

Esteticamente falando, o Seat Tarraco não revoluciona, mas mostra sim a evolução que a marca irá conhecer nos próximos anos, e isso é evidente logo na dianteira onde apresenta a nova grelha, de maiores dimensões e mais vertical, que lhe dá um maior destaque e presença na estrada. Graças a isso, os faróis são também mais rasgados, contando com tecnologia Full LED. Essa tecnologia passa também para a traseira, onde os grupos óticos são mais esguios e “unem-se” atrás de um refletor, garantindo que este é o Tarraco, o novo “topo de gama” de sete lugares da Seat.

Claro que os seus 4735mm de comprimento não se disfarçam, mas a marca conseguiu torná-los agradáveis, com linhas direitas e vincos pronunciados, mas fáceis de gostar. Nesta versão XCellence, a mais equipada, o Seat Tarraco monta umas elegantes jantes de cinco raios múltiplos de 20’’ polegadas, que preenchem muito bem as cavas revestidas a plástico negro, como num SUV deve ser.

Mas se essa evolução exterior foi bem conseguida, no interior temos a confirmação. Aqui são mais notórias as mudanças face a, por exemplo, o Ateca, modelo com o qual é normal existir uma comparação. Os materiais são mais cuidados, com uma união entre os plásticos moles, os tecidos e até madeira escura e cromados acetinados. Um ambiente premium que assenta muito bem a este modelo. Para além disso, a disposição foi agora algo alterada, com o ecrã central a estar na nova posição da “moda”, ou seja, flutuante no meio do tablier.

Os materiais são bons, ainda que nas zonas inferiores se encontrem alguns mais rijos e não de tão boa qualidade, no entanto, acaba por ser o normal do segmento onde se insere. A posição de condução é boa graças à grande amplitude dos ajustes (seja do banco ou do volante) com cada condutor a encontrar a posição de condução ideal. Aqui, no “posto de comando”, podemos analisar da melhor maneira o Cockpit Digital da Seat que nos garante um acesso rápido e eficaz a praticamente todos os dados do automóvel, contando mesmo com a hipótese de colocar a navegação nas 10’’ polegadas deste ecrã com alta definição.

Mas obviamente, sendo este um automóvel familiar, convém falar do espaço. A sua distância entre eixos de 2,79m promete muito, e na verdade cumpre, mas…

Na segunda fila de assentos o espaço é mais que suficiente, e conta com muitos elementos de conforto como as mesas de “picnic”, saídas USB ou mesmo as saídas de climatização dedicadas. Os assentos podem ser reclinados para um maior conforto mas, ainda que as costas sejam rebatíveis em três partes (40:20:40), a parte inferior do banco não é (60:40), o que só nos permite avançar ou recuar estas duas partes em 16cm, criando mais espaço para carga ou para os passageiros que se sentam na terceira fila.

Estes lugares, como sabemos, são mesmo de “recurso”, ou então para passageiros mais pequenos, como crianças, já que o acesso não é dos mais simples, e a altura para a cabeça também não é muita. Porém, é como se diz o velho ditado dos SUV de sete lugares: “mais vale ter dois bancos na mala, dos que três a voar…”

É preocupante? Não. É o “normal”, e a Seat nesse campo pode estar descansada, já que quem precisar mesmo destes lugares todos tem a Alhambra, um dos (poucos) monovolumes “puros” do mercado.

A bagageira, com os cinco lugares montados, é de 700l, uma das maiores do segmento; com os sete lugares fica mais constrangida, com apenas 230l disponíveis para arrumação.

Passamos para a condução, e posso dizer desde já que até é bem agradável.

Não se espera a acutilância de um Leon, ou a agilidade que um Ateca nos apresenta, os quilinhos a mais não perdoam, mas o Tarraco consegue ser um automóvel agradável de se conduzir, com um bom peso nos comandos, e com o 2.0 TDi de 150cv a liderar bem. Este motor, aqui agrupado com a transmissão manual de seis velocidades, pode também contar com 190cv e caixa automática. Contudo, no nosso ensaio, nunca se revelou insuficiente, e conseguiu em troca uma boa média de consumos, ficando pouco acima dos 6l/100km percorridos, num circuito misto.

O conforto, mesmo com estas jantes de dimensões “enormes”, não saiu prejudicado, exceptuando em terrenos muito maltratados, mas aí, não há milagres que ajudem. Bem, até pode haver um que atenue, o DCC, a suspensão ativa da Seat, disponível como opção.

Antes de terminar, convém falar da ampla gama de elementos de segurança ativa, onde destacamos o cruise-control ativo com assistente de trânsito, máximos adaptativos, lane keep assist, auto-hold, assistente de saída e sistema de aviso ao ângulo morto.

Portanto, se procura um SUV de sete lugares, com algum dinamismo de condução de imagem forte, o Seat Tarraco pode ser uma boa opção. Não é um “all time” sete lugares, mas consegue ajudar quando precisamos de transportar dois passageiros extra. Inaugura a nova imagem de marca, quer interior, quer exterior, e nesta primeira mostra consegue dar boas esperanças para o futuro. Só um conselho: ainda que a transmissão manual seja boa, opte pela DSG de 7 velocidades, irá com toda a certeza ter viagens ainda mais agradáveis e tranquilas.


SEAT Tarraco 2.0 TDI (150 CV) Start&Stop XCellence

Especificações:
Potência – 150cv às 3500 ~ 4000rpm
Binário – 340Nm às 1750 ~ 3000rpm
Aceleração dos 0-100 (oficial): 9,8s
Velocidade Máxima (oficial): 202km/h
Consumo Combinado Anunciado (Medido) – 4,9l/100km (6,2l/100km)

Preços:
SEAT Tarraco desde: 24.311€
Preço da unidade ensaiada: 48.645€


Vê as fotos do maior dos SUV da marca espanhola: 

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!