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“Mais, por pouco mais” – Teste ao Renault Arkana TCe de 160cv

“Mais, por pouco mais” – Teste ao Renault Arkana TCe de 160cv
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“Mais uma escolha” 

 

O Renault Arkana é um dos modelos favoritos dos consumidores nacionais, principalmente no que toca ao cliente particular. Agora, o modelo recebeu um novo nível de potência, que o coloca no topo das prestações. Em teste na versão R.S. Line. 

O Arkana passa a contar com esta nova versão que é 20cv mais potente do que a outra variante gasolina TCe, e 15cv mais potente que a motorização E-Tech – híbrida convencional – ideal para consumos e emissões mais reduzidas.

Mas, ainda assim, este motor de 160cv tem alguns “truques” graças ao sistema mild-hybrid 12v que permite poupar combustível e tornar a viagem mais tranquila…

Mas vamos relembrar o Arkana… 

Esteticamente este Renault adopta o estilo SUV Coupé, popularizado pelas marcas premium, o qual a marca francesa tornou mais acessível. Claramente inspirado no Captur (modelo com o qual partilha muitos dos seus componentes), o Arkana é mais desportivo nas suas linhas. Ainda assim, conta com diversos elementos de “família”, como é o caso dos grupos óticos em “C” e do farolim traseiro que percorre todo o portão da bagageira. Esta unidade, na cor Preto Metal, não é a melhor para realçar as linhas deste Renault, sendo uma das 6 cores disponíveis em catálogo.



O interior é também muito idêntico ao que encontramos no Captur, ainda que aqui esteja presente com outros revestimentos, como por exemplo elementos que imitam fibra de carbono e pespontos vermelhos de contraste, nesta versão R.S. Line, bem como outros pormenores de conforto, como é o caso dos bancos com regulação elétrica, embora que, para uma melhor posição de condução, poderia contar com ajuste da parte dianteira do assento. 

Em matéria de equipamento, o Arkana está bem-dotado de série, com elementos como os bancos dianteiros e volante aquecidos, vidros escurecidos, ar condicionado automático ou comutação automática das luzes de máximos. 

Para além disso, contamos ainda com uma vasta panóplia de sistemas de ajudas à condução, onde esta unidade tinha o opcional de assistência de condução em autoestrada e trânsito, que confere ao Arkana o sistema de cruise-control adaptativo, por apenas 200€. 

Continuando no interior, ergonómico e bem-apresentado, nos lugares traseiros encontramos um espaço mais do que suficiente para dois adultos, principalmente para as pernas, contando ainda com duas fichas USB convencionais, assim como saída de ventilação e apoio de braço central. A bagageira conta com 513l de volumetria, um bom valor, que pode ainda contar com pneu sobressalente.

Passando para a condução, as diferenças entre esta versão de 160cv e a versão de 140cv não são muito evidentes. No entanto, a transmissão EDC de sete velocidades está mais suave a baixas velocidades, algo que não era perfeita anteriormente, já que ao mínimo toque de acelerador tinha uma reação (demasiado) exagerada. Isso ainda continua a acontecer, mas é preciso bem mais do que uma pequena pressão no pedal da direita.



O sistema híbrido de 12v é notório, já que a função “roda livre” aparece por diversas vezes durante a condução, principalmente a baixas velocidades, “quebrando” totalmente as rotações. O sistema é também visível através de um sinal que aparece no painel de instrumentos digital e é suave no seu funcionamento, muito graças a um bom trabalho de insonorização. Este modo também surge a velocidades mais elevadas, o que reduz o consumo de combustível, que em condução normal fica marginalmente abaixo dos 7 litros a cada cem quilómetros. 

Contudo, este 1.3 TCe tem um apetite algo exagerado quando aumentamos o ritmo ou, como aconteceu neste ensaio, ficamos “presos” numa larga fila de trânsito. Quanto à primeira, é lidar. Quanto à segunda, existe o E-Tech Hybrid, ideal para essas situações…

Voltando às performances, é a melhor altura para referir a outra “grande” diferença deste 160cv face à versão de 140cv, com o tempo dos 0 aos 100km/h a reduzir para os 9,1s, uma diferença de menos 0,7s face à versão menos potente.  

O seu comportamento é neutro, não é a proposta mais emocionante de se conduzir, mas não tem reações adversas. Contudo, nota-se um pouco a rigidez da suspensão em trocas de asfalto, algo que poderá ser justificado de forma a reduzir o rolamento de carroçaria, algo que o Arkana não apresenta em demasia. 

No final, disponível por 39.720€ o Renault Arkana de 160cv é uma escolha óbvia face à versão de 140cv, já que por 400€ euros é complicado resistir a um aumento de potência. O modelo tem as suas vantagens em termos de equipamento e espaço interior, assim como um estilo que pode agradar a muitos. A versão E-Tech merece uma visita, caso a cidade seja o terreno principal do Arkana, já que em termos de consumos, este TCe prefere “estrada aberta”. 

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!