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Hyundai Tucson 1.6 CRDI 48V N Line

Hyundai Tucson 1.6 CRDI 48V N Line
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“Emoção racional”

 

Se há uns anos as marcas coreanas eram vistas como alternativas “de segunda”, hoje provam que devem estar na cabeça do consumidor desde o momento inicial da compra de um automóvel, diria até na “shortlist”.

 

A Hyundai tem vindo a demonstrar uma ascensão em praticamente todos os campos, começando pela qualidade, depois por uma gama de automóveis diversa, assim como pelas tecnologias, sejam elas de ajuda à condução ou segurança, passando ainda pela diversidade dos propulsores.

O automóvel que aqui temos hoje já o conhecem, mas tem duas novidades que à primeira vista podem não significar muito, mas mostram a preocupação constante que a marca tem com os mercados onde está inserida, assim como provar que está na frente das tendências.

Um SUV numa gama é agora obrigatório, não há volta a dar, é imperativo que este estilo de automóveis esteja disponível em variados segmentos. No caso da Hyundai, temos o Kauai (com quatro tipos de motorizações diferentes), este Tucson e o familiar Santa Fe. Uma ofensiva forte e que tem dado uma boa dose de sucesso à marca coreana, ainda para mais no primeiro modelo, que em Portugal começa a ter a sua dose de fãs.

Agora, este Tucson (que para quem não sabe é o best-seller da marca na Europa) recebe o nível de equipamento N Line, que já se estreou no i30 e em breve chegará a outros modelos da marca, como é o caso do pequeno i10.



Esteticamente as diferenças são fáceis de entender, com uma grelha com diferente padrão, para-choques redesenhados com os DRL a obterem uma diferente assinatura luminosa, assim como a traseira com uma dupla ponteira de escape a ser motivo de destaque. Os elementos não acabam por aqui, já que as capas dos espelhos são agora em preto, destacando a ausência de cromados e as jantes de 19’’ exclusivas.

Passando para o interior, em conjunto com um habitáculo bem construído e ergonómico, podemos encontrar os detalhes que fazem a diferença neste “N Line”, como é o caso dos pespontos vermelhos que “cosem” elementos como um volante em pele perfurada, bancos com superior apoio em pele e alcantara, assim como a nova manete da transmissão DCT de sete relações. Um ambiente sóbrio e desportivo é também garantido pelo forro do tejadilho em preto, que pode ficar mais luminoso com a abertura do teto de abrir panorâmico.

Quanto a espaço, o Tucson N Line não perdeu nada, continuando a ser uma alternativa espaçosa para cinco passageiros e respetivas malas, apresentando 488L de capacidade.

Mas o interessante nos N Line, tal como reparámos no i30 N Line, é que a marca não se fica apenas pela estética, optando também por alguns ajustes que tornam a condução mais em linha com a sua imagem. No caso do Hyundai Tucson, foram feitas algumas alterações a nível de chassis, com as molas a serem ligeiramente mais rijas, fazendo com que este apresente um comportamento dinâmico mais reactivo.

Para falarmos como ele se comporta em estrada, temos de falar primeiro do motor, e esse é a outra novidade que vos falei ao início, muito importante para garantir baixos níveis de CO2, de forma a não sofrer as pesadas multas que a União Europeia se prepara para começar a “passar” já a partir de 2021.

Este é o motor diesel 1.6 CRDi…48v. Sim, é um Mild-Hybrid, ou seja, recebeu a ajuda de um sistema elétrico de 48v, que é composto por um motor (elétrico) de 16cv capaz de um binário máximo de 50Nm. A tal diminuição de consumo e de CO2 é conseguida através do uso deste motor seja para tarefas mais “simples”, como gerar a energia para os sistemas elétricos do veículo, ou então, de forma muito subtil ajudar o Tucson nas acelerações ou em momentos de ultrapassagem.

Não esperem um ‘Boost’ gigante, mas o certo é que ele está lá para ajudar a isso também.

Voltando ao comportamento, é notório que o ajuste deu pontos extra no capítulo dinâmico, sem “estragar”. Ou seja, os miúdos vão continuar a beber sumo no banco de trás sem entornar, enquanto a vossa sogra ou avó continuará a ter a dentadura no local onde deve estar.



Quanto às prestações, o sistema Mild-Hybrid é “quase” imperceptível. Digo quase porque em desacelerações este CRDi com 48v sente uma necessidade constante em regenerar as baterias, até algo em demasia. Portanto em descidas, se querem rolar até à próxima subida convém ir mantendo o pé no acelerador. Esse é talvez o único contra neste sistema, que quando tivesse as suas baterias cheias, não deveria estar sempre a fazer o efeito de travão-motor.

Por outro lado, nota-se um ganho nos consumos, que comparando com o Tucson diesel “convencional”, este faz em média menos meio litro a cada cem quilómetros. A transmissão DCT é uma aliada de forma a manter as rotações baixas, e está decidida nas suas operações. Aqui ficou só a falhar a possibilidade de contar com patilhas atrás do volante, que ficariam muito bem num N Line como este.

No final, o Hyundai Tucson N Line é mais uma aposta racional da Hyundai, mas que garante a dose certa de emoção. O seu estilo mais dinâmico assume-se sem exagerar, com um interior que embora mais desportivo também não prejudica o conforto. O seu motor está mais poupado e amigo do ambiente. Um automóvel que merece sempre colocar na lista antes de ir “às compras” …


Hyundai Tucson 1.6 CRDI 48V DCT N Line

Especificações:
Potência – 136cv
Binário – 320nm
Aceleração dos 0-100 (oficial): 11,8s
Velocidade Máxima (oficial): 180km/h
Consumo Combinado Anunciado (Medido) – 5,6l/100km (6,8l/100km)

Preços:
Hyundai Tucson desde: 31.705€
Preço da unidade ensaiada: 43.325€

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!