“Saída de cena”
A Honda tem no CR-V a sua oferta SUV de dimensões médias, mas tem igualmente um dos modelos mais vendidos em todo o mundo, ainda que isso não tenha acontecido em Portugal. Resolvemos regressar à oferta da marca japonesa para uma “saída de cena” com a versão Black Edition e o seu já conhecido sistema híbrido, a única opção disponível.
É verdade, esta quinta geração, lançada em 2018, foi um dos SUV mais vendidos do mundo e o 4º automóvel mais vendido a nível global, que para se ter uma ideia, em 2022, totalizou mais de 733 mil unidades vendidas. Agora, prepara-se para a chegada da sua sexta geração, que estará nos concessionários ainda este ano.
O que é que o Black Edition tem de diferente?
Em termos de diferenças, o Black Edition conta apenas com alterações estéticas. Ou seja, passamos a contar com elementos em preto, tal como o nome da versão indica. Esses estão presentes nas jantes de 18’’ polegadas, nas capas dos espelhos e na grelha dianteira, que substitui o cromado por este acabamento mais sóbrio. Para os clientes que escolherem esta versão, o piso da mala conta com um tapete de borracha, enquanto o porta-chaves é igualmente específico.
Quais as suas vantagens (e desvantagens)?
O Honda CR-V é um automóvel repleto de vantagens. Para começar, conta com um interior espaçoso e confortável, onde cabem até cinco passageiros; a qualidade global é boa, embora existam alguns plásticos rijos nas zonas inferiores. Ponto positivo para os espaços de arrumação e para o equipamento de série. A bagageira com 479l não é das maiores do seu segmento, porém é suficiente para uma viagem em família. A suavidade e os consumos baixos são outra das vantagens, que falaremos durante a experiência de condução.
Nos pontos menos positivos, notamos que estamos numa proposta que conta já com um interior algo datado, principalmente pelo sistema multimedia de pequenas dimensões e com um grafismo ultrapassado. Permite o uso de Apple CarPlay e Android Auto, mas só com cabo. Plataforma para carregamento por indução também não está presente.
O comando da transmissão também não é o mais fácil de operar, já que exige que olhemos sempre onde estamos a carregar, algo que a Honda resolveu na geração que se prepara para chegar. Os bancos, embora confortáveis, também poderiam oferecer maior apoio.
A experiência de condução, como é?
Fruto de um sistema full-hybrid composto por um motor térmico 2.0 i-VTEC de quatro cilindros com 145cv e um gerador e motor elétrico que fornecem uma potência combinada de 184cv, o Honda CR-V conta com um sistema diferente que se “molda” às necessidades do momento, chamado de i-MMD: intelligent Multi-ModeDrive.
O Modo 100% elétrico, quando este Honda anda sem emitir gases de escape nem ruído; o Modo híbrido, ou seja, motor a gasolina que funciona apenas como gerador, não dando potência às rodas, sendo essas alimentadas pelo motor elétrico; e o Modo térmico, onde os dois motores funcionam conjunto, o que acontece em velocidades mais elevadas.
Isso confere ao CR-V Hybrid um funcionamento suave, mas, acima de tudo eficiente em termos de consumos. Com um modo para praticamente cada situação, os consumos podem ser muito reduzidos em cidade, assim como não serem exagerados em autoestrada, apresentando 6,1l/100km no final do nosso ensaio, em percursos combinados.
Com uma posição de condução elevada, o Honda CR-V é uma proposta pensada para o conforto, graças à afinação feita pela Honda, mas também pelos pneus 225/60 R18, que absorvem também muitas das irregularidades do piso. No entanto, a direção conta com um bom peso e informa bem o condutor. O silêncio a bordo também é uma constante, na maior parte do tempo. Utilizando o modo Sport exploramos toda a potencialidade destes 184cv, sendo capazes de acelerar dos 0 aos 100km/h em 8,8s.
Ainda vale a pena comprar um Honda CR-V?
Se o objetivo é encontrar uma proposta confortável, espaçosa e eficiente em termos de consumos de combustível, principalmente se fizer alguma cidade, o Honda CR-V continua a provar porque foi (e é) um dos automóveis mais vendidos do mundo. A Honda conseguiu criar um automóvel que atingisse muito do que o cliente comum procura, com esta versão Black Edition a situar-se no topo da gama. Com um preço de 50.000€, está em linha com o seu principal rival japonês (e o único SUV que ficou à sua frente nas vendas), mas não deixa de ser um valor elevado que requer alguma ponderação.
No entanto, se procura as últimas tecnologias e os gadgets a bordo são para si essenciais, o melhor será esperar pela próxima geração do modelo, que promete o conforto e economia desta geração, com essas importantes adições para o tornar mais competitivo.
