“O Regresso do Best-Seller”
Todas as marcas automóveis têm um objectivo em comum.
Cativar novos clientes e manter os actuais, através dolançamento contínuo de modelos que vão de encontro ao gosto e as necessidades do seu público-alvo.
Há algumasdécadas atrás, tal era mais fácil. Ainda se exploravam muitos novos conceitos,alguns dos quais resultaram em grandes sucessos comerciais. O hatchback e omonovolume são alguns dos exemplos fulcrais.
Mas maisrecentemente, surgiu um novo tipo de automóvel, o Crossover. Caiu que nem umapedrada no charco do mercado mundial e todas as marcas quiseram contribuir comuma fatia para este novo bolo.
A Nissan nãofoi excepção e por isso em 2007 lançou o Qashqai. O que talvez os nipónicos nãoesperaram foi o tremendo sucesso do mesmo. Foram mais de dois milhões deunidades vendidas durante a carreira da primeira geração deste modelo.
Mas o sucessoé perigoso, porque quando se tem uma fórmula vencedora como esta não se podecorrer o risco de a evoluir demasiado, ou de a mudar muito pouco. É fulcralencontrar o equilíbrio perfeito de evolução.
Mas a Nissancumpriu, e como tal o Qashqai surge melhorado onde mais precisava, como vamos constatar.
O exteriorembora maior em 49mm, mantém a mesma silhueta, mas agora com linhas maisangulares. Na frente mais agressiva o Qashqai apresenta a tipica grelha Nissan,cromada que se une com os faróis rasgados. O capot sobrelevado mantêm oreferido padrão angular.
Na lateral asprotecções em plástico negro que envolvem os quatro cantos dão uma imagem maispolivalente, a mostrar que em caso de necessidade ou capricho, o Qashqai pode irpor as suas rodas em terrenos mais aventureiros. A linha de cintura é elevada,com um recorte muito bem desenhado no pilar C.
A traseira étalvez o ponto menos consensual para muitos dos observadores do novo Qashqai. Nomeu ver a evolução aqui também foi bem executada. Os farolins partem desde alateral até chegar à traseira, onde os ângulos continuam. O vidro de pequenasdimensões ajuda a dar uma imagem mais dinâmica ao Qashqai.
Ou seja,exteriormente a evolução foi positiva, mas terá sido o interior alvo de igualtratamento?
E basta abrira porta para dizer: Sim!
Sim, o interior não está melhor, está muito melhor.
Os materiaissão de qualidade superior, o desenho do tablier é agradável e os comandos estãoem boa posição. Os grafismos são de fácil leitura com os manómetros analógicosa contarem com um ecrã de 5 polegadas a cores, para divulgar toda a informaçãonecessária.
O frisocentral que percorre o tablier passa pelo ecrã central que para além do rádio,alberga também o sistema de navegação e o monitor para a camera deestacionamento traseira. É um sistema que embora possua um aspecto simples, ébastante completo.
A posição decondução é elevada, por isso a visibilidade sai a ganhar e os bancos sãoconfortáveis, proporcionando um bom apoio em curva, especialmente para ummodelo deste género.
O espaçotraseiro é desafogado com dois passageiros a viajarem sem qualquer problema, ese nenhum for egoísta, poderão ainda convidar mais um amigo a bordo, que oconforto não sai comprometido. A bagageiradispõe de 430l que estão longe de serem referênciais, mas esse não é, de todo o objectivo doQashqai. Este automóvel serve para o tipo de cliente que deseja mais que umcarro, mas descartou a hipotese de uma carrinha.
Passando àdinâmica, a unidade ensaiada contava com o propulsor diesel mais potente dagama, o 1.6dCi com 130cv. Mais leve que o 1.5dci (ainda disponível) este motorgarante ainda melhores prestações.
Apenas denotar que por vezes, a baixo regime o 1.6 dCi se revela algo amorfo, só “acordando”acima das 2000rpm, por vezes muito repentinamente.
O Qashqaiestá assente numa nova plataforma modular da aliança Renault-Nissan. Concebido edesenvolvido para o mercado Europeu, este crossover mostra um comportamentoneutro, com um andamento confortável, ajudado também pelas jantes montadas danossa unidades que são de menores dimensões.
De série,nesta versão N-TEC estão disponíveis equipamentos como o escudo de protecção,que conta com o aviso de mudança de faixa, sistema anti-colisão e reguladorautomático de máximos, entre outros. O sistema dearranque sem chave, ar condicionado bi-zona, tecto panorâmico e câmara deestacionamento traseiro também estão disponíveis de série.
O Best-Seller tem tudo para continuar a ser isso mesmo, porque existem muitos clientes em que as carrinhas não são preferência, e por vezes um Hatchback é algo limitado. E se tem um Qashqai da primeira geração e está agora a pensar em trocar, pode ficar “por casa”, porque esta nova geração foi melhorada onde foi preciso e estará, com certeza do seu agrado.
Nissan Qashqai 1.6 dCi N-TEC
Especificações:
Potência – 130cv às 4000rpm
Binário – 320Nm às 1750rpm
Consumo Anunciado (Medido) – 4,6l/100km (5,4l/100km)
Preço:
Gama Nissan Qashqai a partir de 26.100€
Versão ensaiada: 31.300€
Texto e Fotos: Rodrigo Hernandez
