Home Ensaios “A picada do escorpião parece não abrandar” – Abarth 595 Scorpioneoro

“A picada do escorpião parece não abrandar” – Abarth 595 Scorpioneoro

“A picada do escorpião parece não abrandar” – Abarth 595 Scorpioneoro
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“Golden Boy”

 

O que dizer mais sobre um automóvel como o Abarth 595? Faltam já adjetivos para uma proposta que anda pelo nosso mercado desde 2008, mas que de cada vez que nos dá o prazer da sua passagem oferece uma espécie de “fórmula da juventude” que nos faz sentir vivos. Uma picada de escorpião que nos envenena.

Pois bem, depois do Monster Energy Yamaha, é a vez da outra série especial do Abarth 595, esta denominada de Scorpioneoro, e que quer celebrar o A110 Abarth Golden Ring de 1974, na altura limitado a 175 unidades. 41 anos depois, também este Abarth com os mesmos tons é limitado (não numerado) a 2000 unidades.

Qual a receita aqui usada? Aproveitando as elegantes formas que parecem não envelhecer do FIAT 500, o Abarth 595 recebe um tratamento de estilo que lhe garante um charme típico dos anos 70, com a pintura negra a receber elementos de contraste em dourado. Seja o stripping que percorre toda a carroçaria, o nome Abarth nas portas dianteiras ou mesmo o escorpião colado no capot. Ah! E as jantes, obviamente as jantes são ponto de destaque e escondem o sistema de travagem Brembo, aqui com as bombas pintadas de vermelho.

Mas cá fora ainda existem mais detalhes: os números 595, bem como o nome Scorpioneoro são em cor de ouro, enquanto no tejadilho uma bandeira axadrezada joga com as sombras, com o quadriculado negro mate a fazer diferença para a carroçaria preto brilhante deste desportivo italiano.



No interior também há bastantes detalhes a ter em conta. As bacquets misturam a pele com o tecido, com o encosto de cabeça a ter as cores da bandeira italiana e o nome do modelo, na consola central espaço para o pedaço metálico, também em dourado, que nos relembra que estamos perante uma edição limitada. De resto, é o habitáculo ao qual estamos habituados, com a sua típica posição de condução longe de ser ideal, mas que desculpamos por factos como ser o único modelo de segmento A que ultrapassa (e bem) a barreira dos 200km/h.

São as performances que todos queremos saber. Tanto este Scorpioneoro como o Monster Energy Yamaha, contam com o mesmo bloco 1.4 T-Jet com 165cv de potência e 230Nm de binário. Graças a ele, a aceleração dos 0 aos 100km/h demora apenas 6,7s.

O seu funcionamento é característico, já que em baixas parece não ter tanta vida como julgávamos, mas com o pedal mais a fundo assume uma outra vida, para oferecer as sensações frenéticas que quem já conduziu um Abarth rápido bem conhece.



Aqui, o escape é o “normal”, ou seja, tem um som desportivo e com presença, mas longe do oferecido pelo sistema Akrapovic (como testado no Biposto) ou no Record Monza (que por exemplo estava no Competizione ou no XSR Yamaha). Uma abordagem mais low-profile, num automóvel com jantes douradas…

Quando entramos nesse estilo “low-profile” os seus consumos conseguem ser simpáticos, em torno dos 6,3L/100km. Mas fazer isso com um Abarth é o mesmo que dizer a um amante de carne que no rodízio onde vai só pode ir à mesa dos vegetais e das entradas. Portanto, é contar com consumo médio em torno dos 7,5L/100km.

A sua aderência é conseguida pelos Michelin Pilot Sport 3, com a medida 205/40 R17, assim como com os bons préstimos da suspensão Koni FSD que, embora não seja uma boa osteopata, consegue passagens em curva que fazem torcer o pescoço a quem vê. A travagem demora a cansar, mas continua sempre a fazer piscar os quatro piscas à minha solicitação mais forte. Não é defeito, é feitio.

Um Abarth é isso e muito mais, é uma compra 100% emocional, uma escolha individualista, e que com edições como esta podem ser ainda mais. Esta picada de escorpião que nos envenena custa 30.930€ para um Scorpioneoro como este, mas com uma gama que começa a partir dos 22.730€ é tudo uma questão de escolha.

Mas uma coisa é certa: a loucura vem sempre incluída de série.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!