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Ensaio by MotorO2 – Renault Clio RS 200 EDC

Ensaio by MotorO2 – Renault Clio RS 200 EDC
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“Quem sabe nunca esquece…”

Começo esteensaio com uma confissão:
Adoro”Hot Hatches”, não tenho vergonha nenhuma nisso. Adoro-os por “encaixarem” tanta potência e desportividade num modelo compacto do nosso quotidiano.
Gosto de os conduzir por serem agéis e despertarem o interesse nos outros propriétariosdo modelo “normal”, que fazem aquela cara do tipo: “ah, esteteve coragem!”
Agoral embrem-se de um exemplo de um “Hot Hatch”.

A mim não sei porque vêm-me sempre a cabeça o Renault Clio Williams de 1993, a razão?

Não sei. Possivelmente pela palete de cores usada (jantes douradas e a bonita tonalidade azulescura), a forma como modifica um carro dito “normal”, é esta aessência deste estilo de carros, ou então pode ser por a Renault fazerexcelentes pequenos desportivos!
Depois do ClioWilliams (que não tinha nenhuma ligação directa à equipa de Frank Williams)seguiu-se o excelente Clio II 172, mais recentemente o Clio III RS e agora oClio IV RS 200 EDC.
Que nome tãocomprido…
Não tãocomprido como a lista de novidades que apresenta, já que este carro veio alterarmuito a história do modelo (e do segmento dos pequenos desportivos). Na partetécnica, as principais diferenças face ao modelo antigo são variadas passandopelo o motor que deixa de ser dois litros atmosférico e passa a ser um mais”pequeno” 1.6l turbo, mas mantêm a mesma potência: 200cv mas maisbinário, agora com 240Nm.

No papel omotor mostra-nos que a diferença não é do dia para a noite, mas na prática issonota-se, reduziu o tempo dos 0-100km/h  paraos 6,7s e o turbo tornou a utilização bem mais simples e agradável, isto porqueagora o motor do Renault Sport Clio está sempre a postos nos mais variadosregimes de utilização.
Outra das grandes vantagens do recurso a estenovo propulsor são os consumos, sendo que estes tiveram uma queda de cerca de30%, dos 8,3l/100 km da geração anterior para os mais comedidos 6,3l/100kmactuais (valores anunciados pela marca).

Mas istoleva-nos à questão mais importante e que tem feito correr muita tinta, isto porqueesta redução de consumo não vêm apenas e só do novo motor, é ajudado tambémpela nova caixa de 6 velocidades de Dupla Embraiagem apelidada de”EDC”.

Sacrilégio!-  Gritam os mais puristas
Vamosdescobrir se é verdade ou não..
Temos queencarar que as caixas de velocidades automáticas não são o que a (maioria) daspessoas conhecem  porque já conduziram uma vez conduziram um Smart…
Não são, ponto!

As coisasalteraram-se bastante, sendo que estas caixas de dupla embraiagem são excelentes,tornando as passagens quase imperceptíveis, rápidas e acima de tudo bastante eficazes.No caso do Clio incluí ainda uma outra novidade no seu segmento, o”Lauch-Control”, equipamento até agora reservado apenas para ossuper-desportivos.

A caixa de velocidades para além do modo totalmenteautomático, tem ainda o sequencial em que pode optar por “engrenar”as mudanças pela manete (para a frente reduz, para trás aumenta) ou mesmo optarpelas duas patilhas presentes na coluna de direcção.

Pensem assim, se as caixas semi-automáticas são utilizadas na F1 é porque se calhar são a melhor opção, certo?
Mas aquipõe-se outra questão, o feeling?
Pararesponder a essa questão, tive o prazer de ensaiar o Clio a “dois tempos”, ou seja em pista e depois em condições normais de estrada, e ocarro transforma-se completamente.

Em pista(Estoril), o Clio porta-se como se fosse outro carro de segmento acima, tem umagarra imensa, a tracção parece não terminar, e para onde quer que apontemos o “nariz” elevai, sendo isto possível por intermédio de uma outra novidade, o “RSDiff”. Um diferencial electrónico que funciona ao contrariar tanto a subviragemcomo a sobreviragem aplicando micro-travagens quando alguma das rodas da frenteperde tracção, tudo isto antes do controlo de tracção entrar em acção.

O Clio que ensaiámos estava com o opcionalChassis Cup (1000€), o que também o ajudou nas performances já que está 3milímetros mais perto do solo, é equipado com barras estabilizadoras 15% maisrígidas, possuindo ainda uma suspensão euma direcção mais firmes, enaltecendo a experiência de condução, ficando maisperto de um carro de competição.

Em curva tem um comportamento neutro, conseguindofazer com que o condutor perceba tudo o que se está a passar, sendo fácil decorrigir algum erro. Mesmo em curvas rápidas (Curva 2 e 5) o pequeno carro Francês mostraum chassis com uma rigidez incrível, situação notada na travagem em apoio para a “aproximação” à ultima curva do circuito, a Parabólica.

O carroatinge rapidamente velocidades proibidas (mas isso só lá fora..) por isso na recta há que aproveitar para puxar os galões ao Clio RS. A caixa mostra-serápida a reagir e os incansáveis travões Brembo abrandam-nos no final da recta “cravando-nos” o cinto de segurança nopeito. Segurança, é isso que sentimos ao volante deste carro, mesmo noslimites.

Saindo osportões da pista para entrar na “vida real” notamos que esta geração do Clio RS émais normal e bem mais “user-friendly”, principalmente pelo confortosentido, com uma suspensão menos secaque o seu antecessor.

As cinco portas também ajudam a essa praticalidade, isto porque o Clio IV RS só está disponível em cinco portas, estando as de trás bem dissimuladas).

Olhando parao seu exterior nota-se que o Clio RS é ligeiramente mais baixo, mas destaca-seacima de tudo a sua cor exclusiva, Amarelo Sirius com um custo de 1600€. Aparte frontal tem algumas diferenças face ao modelo “normal”, já que asluzes diurnas LED deixaram de estar junto ao logótipo e passaram para a sua”asa frontal” estilo Fórmula 1, o símbolo RS está agora vísivel na dianteira logo abaixo do grande Losango da marca.

Na traseiraencontramos mais diferenças que tornam esta versão mais agressiva, como por exemplo o defletor de ar queinclui a dupla saída de escape em conjunto com o aileron por cima do vidrotraseiro,  componentes estes,desenvolvidos com base na experiência da Renault na categoria máxima doautomobilismo, contribuindo para um aumento do apoio aerodinâmico (+20%devido ao aileron e +80% derivado do difusor) comparativamente ao modelo normal.
Em contraste, as jantes e os retrovisores decor preta assentam bastante bem no conjunto.

O interior,tem um ambiente bem desportivo, mas de gosto algo discutível já que possui muitosapontamentos em vermelho. Os bancos (em pele) com o símbolo RS noencosto “abraçam-nos” e tem um apoio excelente e o volante também empele possui na coluna de direcção imediatamente atrás de si as patilhas deselecção ( e não, não são em plástico).

Os últimos sinais de desportividade nohabitáculo são os dois pedais em alumínio e o cinto de segurança também emvermelho.

Mas reparoque existe um botão logo ao lado do travão de mão (hidraúlico, como deve deser), botão esse que tem o nome de RS Drive. Isto quer dizerque o Clio RS tem 3 modos de condução (Normal, Sport e Race) que transformam completamente este automóvel!
Passo aexplicar os três modos:

O primeiro,”Nomal” priveligia o conforto (não abundante, mas bom para umcarro com estas performances), o regime do ralenti é às 750 rpm e asensibilidade ao acelerador é a comum a qualquer automóvel, a direcçãoassistida é mais suave. Este é o que chamo o modo normal para ir para otrabalho…

O modo”Sport” torna a dinâmica mais apurada, os tempos de resposta da caixasão mais reduzidos e o regime do motor sobe para as 1.005 rpm, o”rugido” do motor altera para algo num tom mais grave. O ESP e o ASR passam só a actuar no limite e o inédito Lauch Control passa a estardisponível, tornando os arranques super-eficazes!

Por último, o melhor, o “Race”, já que é neste modo que conseguimos levar o Clioao limite (ou perto dele). As passagens de caixa fazem-se nuns escassos 150milésimos de segundo, o acelerador fica super sensível e a direcção fica maisfirme. O ESP e o ASR ficam completamente desligados.

Por isso mesmo está bempresente no manual do utilizador que não é aconselhado o uso do modo “Race”na via pública…

Usar as “patilhas” revela-se mais interessante numa estrada sinuosa, com a frente do Clio a apontar precisamente para onde queremos, chegando lá bastante depressa, coma sensação mecânica da caixa a fazer-se sentir a partir do modo Sport. Asonoridade do escape é deliciosa, dei por mim a reduzir sem razão nenhuma sópara ouvir o “borbulhar”…

Ora bem,consumos. Pois bem, aqui houve uma clara melhoria, mas não consegui em alturanenhuma chegar aos números anunciados pela marca (6,3l/100). Acredito que comum esforço acrescido chegaria mais perto, mas o tempo foi pouco e o Clio éviciante por isso o consumo medido cifrou-se em 7,8l/100, o que nem é muitochocante para um carro com estas performances.
Pontos Fortes:

-Conjunto Motor/Chassis brilhante
-Maior facilidade de utilização no dia-a-dia face à geração anterior
-Estética apelativa
-Potência sempre disponível

Pontos menos Fortes:

-Pormenores do habitáculo de gosto discutível
-Caixa de velocidades no modo normal transmite pouca sensação mecânica
-Qualidade dos Plásticos

Conclusão: Aoferta de “hot hatches” está feroz, como já não víamos à uns bonsanos, o que é óptimo! A Renault pretende com este Clio IV RS alterar a maneirade ver-mos estes pequenos desportivos adoptando a caixa automática de duplaembraiagem e uma carroçaria com 5 portas. Agora é esperar-mos se a aposta foiboa ou não, mas não tenho dúvidas que este Clio é um sucessor à altura para osantigos Clio´s ou mesmo para os Renault desportivos. Será intemporal, seja pela  sua caixa de velocidades, pelo o seu aspecto,revolução tecnológica ou mesmo pela sua cor, tal como o Clio Williams!
Como disse no início: Quem sabe, nunca esquece…

 

 
Motor e Modelo: Renault Sport Clio RS 200 EDC
1618cm3; 200cv/6000rpm; 240nm/1750rpm; Transmissão Automáticade Dupla Embraiagem de 6 Velocidades; Consumo oficial:6,3l/100km; Consumomedido: 7,5l/100km; Emissões:144g/km CO2
Dimensões e capacidades: Comprimento: 4,063; Altura: 1,432;Largura: 1,732; Capacidade da mala: 300l; Capacidade do Depósito: 45l
Equipamento de série: Faróis de Nevoeiro; Luzes Diurnas;Volante Multifunções em Pele, Selector de Velocidades no Volante; ArCondicionado bi-zona; Ecrã Multifunções; Sistema Múltimedia MediaNav incluíSistema de mãos-livres Bluetooth; Rádio Leitor de CD/MP3; Ficha de LigaçãoUSB/iPod; Limpa para-brisas com sensor de chuva; Faróis com sensor de luz;Cruise Control Adaptativo com limitador de velocidade; Cartão Mãos Livres;Vidros Traseiros Escurecidos; RS Diff; RS Drive.
Equipamento Opcional presente na unidade testada: ChassisCup (Jantes de Liga-Leve 18″ cor Preta) 1000€, Cor Metalizada AmareloSirius 1600€
Preço: 29.500€*
Texto: Rodrigo HernandezFotos: Patrícia Lisboa/Rodrigo Hernandez

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!