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“Uma “Vespone” muito Racing” – Vespa 300 GTS Racing Sixties

“Uma “Vespone” muito Racing” – Vespa 300 GTS Racing Sixties
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“Um caso pessoal”

 

Meus amigos, o meu encontro com esta Vespa GTS 300 acontece porque eu queria muito testar uma Vespa. Eu sei, não devia pôr os meus interesses à frente de tudo o resto, mas penso sempre que se tivesse uma scooter, seria uma Vespa.

Bem, eu explico. Como sabem, sou um homem de automóveis, e para mim uma moto é algo lúdico. Acho mesmo que nas motos só há duas maneiras de ver as coisas: uma compra por necessidade, que geralmente é a de um modelo pratico e económico, e depois há as escolhas como esta Vespa GTS 300, uma escolha emocional onde o preço passa para um segundo plano.

Mas vamos lá. A Vespa tem uma história muito vasta e, como muitos exemplos de modelos que outrora foram criados para serem “para as massas”, tornaram-se símbolos de uma época e que agora são “só para alguns”. Sim, também aconteceu nas quatro rodas e não preciso de dar exemplos.

Esta Vespa era, ainda para mais, a Racing Sixties, uma edição especial que comemora a década de 60 e dos Gentelemen Drivers, com uma paleta de cores inspirada na Lotus. Sim, existe esta verde escura com listas amarelas (que é a minha preferida), bem como uma branca com listas vermelhas, a altura da Gold Leaf para quem não sabe. Ambas contam com jantes pintadas em dourado, e um assento específico em Nobuck revestido a PVC para aguentar o mau tempo.



Por falar em mau tempo, eu gostei tanto de ter a “minha Vespa”, que para evitar que se molhasse, coloquei-a na sala. Sim, a sério.

Passando isso à frente, convém falar do “pulmão” desta Vespone, assim se chamam as Vespas com chassis maior. O motor HPE 300 foi renovado há pouco tempo e se há coisa que apresenta é um bom balanço entre a suavidade de utilização, com poucas vibrações e uma resposta linear, com uma performance e aceleração acima do que poderia esperar.

Sim, é certo que são apenas 278cc, mas este monocilíndrico a quatro tempos oferece ao seu “rider citadino” 23,8cv e um binário máximo de 26Nm, que estão ao nosso dispor logo desde “baixas”. Portanto, ideal para vencer nos semáforos, e não só!

A ajudar a essa entrega está a transmissão, obviamente CVT (variação contínua), que está bem afinada e que oferece uma rápida resposta, sem exagero de “abrandamento” na altura de aliviar o punho. Embora pareça pesada, esta GTS 300 Racing Sixties pesa apenas 170kg, com o seu depósito de 7 litros cheio. Um bom valor.

Esses 7 litros dão, segundo a marca, para mais de 250km, mas nos quatro dias que passei com ela, o seu consumo ficou um pouco acima do anunciado, conseguindo fazer algo como 3,3l/100km. Mas a culpa foi inteiramente minha, porque nesta GTS 300, não sei se pelas riscas “racing”, sabe bem acelerar.

Felizmente a Piaggio soube disso, e dotou a GTS 300 com elementos que nos evitam ir provar o asfalto. Exemplo disso são os discos de travão 220mm tanto à frente como atrás (com ABS), assim como um controlo de tração que evita “deslizes”, sejam devido ao nosso próprio abuso, ou mesmo em exemplos de dia-a-dia, como as inúmeras linhas do elétrico da nossa capital.



O que é que eu não gostei na Vespa GTS 300?

Quando levei “pendura”, notei que o pousa-pés chocava um pouco quando parava em sinais, o que obriga a alguma habitação, como também tive de me habituar à sua posição de condução, muito elevada. Ainda que seja boa em cidade, este típico sentar na moto obriga a que a coluna vá sempre algo curvada. Não é defeito, é feitio, e como disse… quem se deve adaptar sou eu.

Ainda assim isso leva-nos para outro ponto.

Já que o assento está tão elevado, é uma pena a construtora ainda não ter resolvido o problema de o espaço sob o assento não conseguir albergar um capacete integral. Portanto, ou optam por um capacete aberto, ou então a vossa companhia nos passeios a pé será a de um capacete debaixo do braço.

Por outro lado, houve uma preocupação com o bem-estar, com a dotação de um “porta-luvas” que para além de ser capaz de guardar pequenos objetos como a carteira e chave de casa, tem também lugar para o nosso smartphone, com a sua tão essencial saída USB para carregamento.

Agora perguntem-me: “Tinhas uma?”

Claro que sim! Tal como nos automóveis, sabes que conduzes a montada certa quando sais dela e olhas para trás. É verdade que a Vespa não é o melhor caso de “Value for Money”, mas sejamos sinceros: tem um bom motor, conduz-se muito bem e tem um estilo que é imbatível face à concorrência. Podia guardar o capacete, mas sabem, nesta Racing Sixties até podem ter um a condizer.

O seu preço está à altura do seu estatuto, ascendendo a mais de 6.500€. De qualquer maneira, se não precisarem de tanta cilindrada e a cidade é mesmo o local de eleição para a utilização, a 125cc também está disponível com esta paleta de cores, e de caminho poupam uns bons euros para muitos depósitos!

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!