Home Ensaios Agora com “ajuda electrificada” – Como se porta o FIAT 500C Hybrid?

Agora com “ajuda electrificada” – Como se porta o FIAT 500C Hybrid?

Agora com “ajuda electrificada” – Como se porta o FIAT 500C Hybrid?
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“Emocionalmente preocupado”

 

Orgulho. É isso que a FIAT pode sentir nas suas criações. Aqui temos talvez a mais famosa delas todas, o 500. Debaixo do capot, estava anteriormente outra das suas famosas criações, o motor FIRE de oito válvulas. FIRE é acrónimo de Fully Integrated Robotized Engine, que após 35 anos de bons préstimos e responsável por “animar” mais de 23 milhões de unidades vendidas em mais de 30 modelos, despede-se agora da gama.

E é por isso mesmo que voltámos ao FIAT 500C, já que para substituir o “velhinho” FIRE equipa agora com o novo motor 1.0 FireFly, um propulsor mais leve e compacto, de arquitetura tricilíndrica, e mais importante que tudo isso, é responsável por colocar no portão traseiro deste pequeno FIAT o logo “Hybrid”.

Ou seja, graças à ajuda de um motor elétrico de 12v, o 500 passa a estar disponível numa versão mild-hybrid, que finalmente abre a porta à eletrificação na gama da marca transalpina, e de caminho baixa os consumos e emissões. Segundo a marca, a redução das emissões poluentes pode ir dos 20 a 30% menos em relação ao antigo propulsor…

Mas esteticamente, quais são as diferenças deste Hybrid?

Poucas, mas existem. Uma delas é a cor: “Verde Gota de Orvalho”. Sim, é este mesmo o nome que a FIAT deu a esta tonalidade. Em italiano fica num mais agradável “Verde Rugiada”. Depois, é visível o logo desta versão no pilar B e na tampa da bagageira, assim como as jantes exclusivas.



Abrindo a porta, as diferenças também são de pormenor, mas importantes de referir. Os bancos são a maior delas, resultado de uma parceria entre a FIAT e a Seaqual, empresa espanhola que recicla plásticos recolhidos dos oceanos, e os transforma em fibras que a marca agora usa para revestir os assentos do 500 (e Panda Hybrid). A cor exterior também foi a escolhida para o friso que percorre todo o tablier. De resto, pouco mais, apenas a alavanca que agora apresenta uma velocidade a mais, mas quanto a isso já lá vamos.

O equipamento é vasto, não faltando nada a um automóvel de segmento A, com comandos intuitivos e uma boa dose de tecnologia graças ao painel de instrumentos TFT, bem como o sistema UConnect ao centro. A montagem surpreende por não apresentar ruídos nem em piores pisos, continuando atual face aos anos de mercado que o FIAT 500 já leva. Quanto ao espaço a bordo não é a proposta mais espaçosa da marca neste segmento, mas o 500 não é apenas para ser um automóvel de ir do “Ponto A ao Ponto B”, é mais um membro da família…

Ligando o “piccolo” 500, os três cilindros não se fazem sentir em demasia, com um som que a baixa rotação até acaba por ser bastante agradável, mais do que se podia esperar deste FireFly de 70cv. Mas os números não são impressionantes, com um binário de 92Nm às 3500rpm, o mínimo que consegue fazer dos 0 aos 100km/h são 13,7s, atingindo uma velocidade máxima de 167km/h.

Se quer mais que isso, a escolha certa é um Abarth. Questão resolvida.

Por outro lado, os números de consumos baixam. A FIAT homologou este 500 Hybrid com um consumo médio de 3,9L/100km, e emissões de CO2 de 88g/km. Uma redução face aos 115g/km do 1.2 FIRE de 69cv.



A agilidade típica do 500 está garantida, essa obviamente não se ia perder, com uma suspensão que consegue ser confortável em piso mais regular, mas que por vezes não perdoa tanto quando o alcatrão está degradado. As primeiras diferenças notam-se no primeiro arranque do start/stop, bem mais rápido graças à ajuda do motor elétrico e da sua energia reservada na bateria que está debaixo do banco do condutor. Este sistema também entra em funcionamento quando estamos abaixo dos 30km/h, avisando o condutor com um “N” no painel de instrumentos, que colocando em “ponto morto” desliga o motor, poupando assim mais umas gotas de combustível. Tudo com um funcionamento muito impercetível.

Ainda que o escalonamento esteja mais longo, já que agora são 6 velocidades, o FIAT 500 Hybrid mostra-se suficientemente vivo a baixas rotações. Leia-se, bem suficiente em cidade, onde ele mais gosta de andar. Ainda sobre esta transmissão, há vantagens no seu engrenamento, mais suave, assim como à tal sexta relação que permite que os consumos se mantenham reduzidos mesmo em ritmo de autoestrada.

Isso conseguiu com que este 500C Hybrid fizesse, num consumo combinado, uma média de 5,1l/100km, um valor muito positivo e que realmente demonstra que o interesse deste Hybrid não foi feito “apenas” para a redução de emissões e é mais poupado do que nunca, pelo menos no que toca a motores a gasolina.

Quanto ao preço, o Hybrid é mais caro face à anterior motorização. Tendo como exemplo a versão POP, a de acesso à gama, começa nos 20.410€ o que é 1010€ a mais que o 1.2 Fire de 69cv da anterior série. Já este “Launch Edition”, com equipamentos exclusivos, tem um preço que começa nos 22.110€. Esta unidade, que contava ainda com alguns opcionais, como o sistema áudio Beats, Ar Condicionado automático, faróis Bi-Xénon e o pack D-Fence, ficava acima dos 23.000€, depois de campanhas.

No final, é justo? Sim, por um “objeto de estilo funcional”.  O FIAT 500 parece não querer ficar para trás. O sistema mild-hybrid funciona com um consumo mais comedido, enquanto os detalhes desta versão Launch Edition não deixam ninguém indiferente. O bom de tudo isto? É que a marca tem também uma proposta para quem quer algo menos emocional e mais racional, o Panda.

Esse vamos conhecê-lo já na próxima semana…

Uma coisa é certa, neste segmento a FIAT tem mesmo uma palavra a dizer.


FIAT 500C 1.0 Firefly Hybrid Lauch Edition

Especificações:

Potência– 70cv
Binário – 92Nm
Aceleração do  0-100 (oficial): 13,8s
Velocidade Máxima (oficial): 167km/h
Consumo Combinado Anunciado – 5,4L/100km
Consumo Combinado Medido – 5,1L/100km

Preços:
FIAT 500 Hybrid desde: 16.910€
FIAT 500C Hybrid Launch Edition desde: 22.110€
Unidade ensaiada: 23.248€

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!