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FIAT Panda Hybrid – Turma de 80 com tecnologia híbrida de século XXI

FIAT Panda Hybrid – Turma de 80 com tecnologia híbrida de século XXI
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“Adote um Panda”

 

FIAT Panda, tanto para dizer sobre este modelo, mas ao mesmo tempo tão simples de explicar. Como já puderam ler no artigo especial que fiz para o 40º aniversário do Panda, o modelo é uma das mais importantes criações da marca de Turim, que por mais do que uma vez criou um automóvel para as massas.

 

Nascido em 1980, a sua receita continua idêntica à que originalmente surgiu no salão de Genebra desse ano. Um automóvel acessível, de custos reduzidos com muito espaço a bordo, ágil e fácil de conduzir. Assim se pode caracterizar também este Panda de terceira geração.

Na verdade, nunca tinha ensaiado um Panda, mas andei “sempre atrás dele”, mas por diversos motivos nunca me calhou. Mas como mais vale tarde do que nunca, aqui está o Panda Cross Hybrid, isso porque como puderam também ler no ensaio ao FIAT 500C Hybrid, o Panda é o outro modelo da marca que recebe este propulsor da família FireFly, em conjunto com um pequeno sistema de 12v que lhe dá um impulso elétrico quando mais necessita.

A estética do Panda é reconhecível, mesmo a dezenas de metros de distância. Não é complicado entender que uma forma quadrangular é sempre mais espaçosa no interior, aprendemos isso quando somos bastante jovens, e a FIAT resolveu continuar com essa ideia, sem exagerar. Ou seja, o Panda é efetivamente “quadrado”, mas não é desinspirado, muito pelo contrário.

Se há coisa que os italianos sabem fazer são produtos acessíveis e com estilo, e o Panda tem a sua quota parte neste campo, ainda que seja bem diferente do 500. Um é prático e simples, o que nos faz gostar dele, enquanto o outro é mais vintage e visto mais como um objeto de estilo.



Portanto, nesta versão Cross contamos com uma carroçaria mais robusta, que se destaca pelo para-choques dianteiro, assim como uma boa dose de plástico negro que envolve a carroçaria. As jantes, não são em liga-leve, mas sim embelezadores de roda. Enganam bem e deixam-nos mais tranquilos caso tenhamos um encontro imediato com um passeio.

Esse espírito descomprometido segue também para o interior, onde encontramos um local espaçoso, com muita luz (graças a uma linha de cintura mais baixa) e inúmeros espaços de arrumação, tendo em conta o seu segmento. Chegamos, e imediatamente o telefone, a carteira e as chaves têm o seu lugar de repouso.

E isso meus amigos, é o que um citadino deve conseguir fazer!

A posição de condução é elevada, o que também beneficia as “epopeias” do dia-a-dia em cidade, enquanto os outros quatro passageiros viajam com um relativo conforto, já que o Panda cresceu face à sua anterior geração. O tablier não é o mais avançado tecnologicamente, mas “chega para as encomendas”, já que não falta nada de essencial…

Outra coisa que o Panda apresenta no seu habitáculo é uma boa montagem. Sim, leram bem. Mesmo em pisos muito degradados, o único ruído que se ouvia era o do suporte do telemóvel. Mas atenção, só quando o smartphone não estava lá colocado. Quando lá estava a fazer de sistema multimédia, o barulho desaparecia e já só se ouvia o seu coração dos 70cv. Os materiais já são outra história, mais rijos, mas também não se podia esperar muito de um modelo que tem uma gama a iniciar-se pouco acima dos dez mil euros. Facto curioso é que todos esses plásticos superiores têm inscrito o nome Panda, em letras muito pequenas.

A bagageira apresenta 225L de capacidade, ligeiramente abaixo das referências do seu segmento. No entanto, tem a capacidade de, em opção, o cliente optar pelos bancos traseiros rebatíveis assimetricamente, ao invés do rebatimento em uma parte disponível de série.



Rodando a chave, acordamos o 1.0 FireFly tricilíndrico, notando-se aqui um pouco mais que no FIAT 500, mas não em exagero. O novo motor, que agora oferece 70cv, revela-se suficiente para a cidade, ainda que as duas últimas das 6 relações não se usem muito na “urbe”, já que são longas e ótimas para usar nas ligações. Graças a isso, o consumo consegue ficar baixo: 5,4l/100km em ciclo combinado foi o que ficou no computador de bordo do Panda após mais de 500km de teste.

Embora este Panda Cross tenha um ar muito robusto e aventureiro, não é um 4X4, portanto não é para usar sem moderação “when the road gets tough”. É verdade que a sua altura ao solo facilita algumas manobras, mas convém lembrar que só as duas rodas da frente o “puxam”. A parte boa é que o Panda também esta disponível numa variante mais aventureira com este mesmo estilo, e essa sim com tracção às quatro rodas, e não fazem ideia do quanto o queria experimentar… Um amarelo ou verde escuro, de preferência. Nesse sim, é um caso de “the tough gets going”.

Em alcatrão, este Panda Cross Hybrid é um automóvel que gosta de andar ao seu ritmo, não pede que o provoquem, não tanto por culpa do seu chassis, mas sim mais por culpa dos pneumáticos montados, já que os Goodyear DuraGrip são mais para durar do que para oferecer grip. Mas atenção, só sentimos isso quando puxamos pelo “Pandina” e imaginamos que estamos a entregar Pizzas em Nápoles, em que se chegar cinco minutos atrasado é descontado do nosso ordenado…

No final, o FIAT Panda é o exemplo do que deve ser um citadino. Prático, acessível e fácil de conduzir. A nova proposta Hybrid mantém os custos de utilização baixos, e nesta versão de lançamento “Launch Edition” ainda conta com este Verde Gota de Orvalho como uma das opções para o colorir, assim como um revestimento interno feito com colaboração com a Seaqual, que recicla plásticos dos oceanos.

É caso para dizer, se precisa de um automóvel para cidade, adote um Panda!


FIAT Panda Cross Launch Edition Hybrid

Especificações:

Potência– 70cv
Binário – 92Nm
Aceleração do  0-100 (oficial): 14,7s
Velocidade Máxima (oficial): 155km/h
Consumo Combinado Anunciado – 5,6L/100km
Consumo Combinado Medido – 5,5L/100km

Preços:
FIAT Panda Hybrid desde: 15.130€
FIAT Panda Hybrid Launch Edition desde: 16.130€
Unidade ensaiada: 14.833€ (c/campanha de retoma)

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!