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“Uma opção exclusiva” – Teste ao Dacia Jogger SL Extreme de 7 lugares

“Uma opção exclusiva” – Teste ao Dacia Jogger SL Extreme de 7 lugares
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“Direto ao assunto”

 

O Dacia Jogger é um dos automóveis mais pragmáticos do nosso mercado, ao oferecer um amplo espaço interior que pode chegar aos sete lugares, um equipamento honesto e preços que estão longe de assustar. Em teste a versão de sete lugares, na versão SL Extreme com o motor gasolina 1.0 TCe de 110cv.

Este Jogger é o sucessor espiritual do Dacia Logan MCV, lançado em 2006. Desde aí muito mudou para a marca “low-cost” do Grupo Renault, que é agora bem mais apetecível para o público em geral. E isso é logo visível pelo seu aspeto exterior, que está longe de ser desinspirado. Não é um Alpine A110, mas também não é um “caixote”.

Dessa forma, encontramos a dianteira do Sandero (podem ler o ensaio à versão Stepway aqui), sendo igual ao modelo, até ao pilar B. Daí para trás encontramos uma carrinha que parece ter dimensões mais generosas do que realmente tem (4,54m), com tejadilho sobre-elevado e uma grande distância entre eixos (2,89m), o que impressiona, já que assenta na plataforma CMF-B, a mesma que dá origem ao mais recente Renault Clio.

A secção traseira pode até fazer lembrar outra proposta – o que está longe de ser mau – com uns faróis verticais que lhe dão pontos no aspeto e um portão de bagageira que garante uma maior facilidade na altura de lhe aceder.



Até podemos mesmo começar por aí, pela bagageira, que na configuração de cinco lugares oferece 565L de capacidade, algo que faz o Jogger não ter rivais no seu segmento. Montando os dois lugares “extra”, o que é uma tarefa fácil, essa volumetria diminui para os 160L, o que dá para duas malas de cabine, sensivelmente.

As três filas de bancos estão montadas tipo anfiteatro, ou seja, a terceira está mais elevada que a segunda e assim sucessivamente, para que todos os passageiros tenham uma boa visibilidade. Na última fila, a Dacia adotou a solução curiosa de abertura em compasso para a janela, de forma a que o conforto não seja colocado em causa, nem mesmo para quem vai “lá mais atrás”. E é por esses lugares que podemos começar, já que incrivelmente conseguem albergar dois adultos, ainda que o acesso não seja o mais fácil, principalmente a pessoas com uma idade mais avançada.

Na fila do meio, o espaço é suficiente, não é tão espaçoso como seria de esperar (o que é justificado pelo espaço dado a quem vai atrás), mas inclui duas mesas tipo avião colocadas nas costas dos bancos dianteiros.

Na primeira fila, encontramos um ambiente em tudo semelhante ao já encontrado no Dacia Sandero, ou seja, um tablier bem organizado e bem equipado, onde não falta AC Automático ou o sistema multimedia com sistema Apple CarPlay ou Android Auto sem fios. A apresentação é boa, com uma boa ergonomia e com um tecido decorativo a “desculpar” um uso de plástico mais rijo em todo o habitáculo. Ainda assim, nos mais de 750km feitos nesta proposta familiar, os ruídos parasitas foram quase inexistentes, apenas quando o piso se tornou demasiado acidentado.

Comecemos por aí, na parte da dinâmica. Mesmo que este Dacia Jogger tenha uma imagem mais “radical”, não é uma proposta para grandes aventuras, ainda que a sua altura ao solo permita algumas incursões fora de asfalto, sendo pensado como uma opção familiar bastante prática. Em estrada é mais estável do que poderíamos esperar, muito graças à já falada generosa distância entre eixos.



O motor 1.0 TCe FAP de 110cv é um caso curioso, já que se mostra suficiente em andamento, mas que ou o escalonamento da caixa de seis velocidade ou o mapeamento do acelerador poderia estar mais bem conseguido, já que, por vezes, fazem com que quem vá ao volante fique um pouco indeciso sobre que relação deverá utilizar naquele momento. Por vezes, uma 5ª “acorda” o turbo em demasia e aumenta a velocidade de forma repentina, enquanto uma 6ª, à mesma velocidade, tem o “tremer” típico de um tricilíndrico a baixa rotação.

Essa é talvez a única mácula num produto pensado para ser o mais honesto possível, já que é confortável graças à sua suspensão pensada para as famílias (e os maus pisos), conferindo também uma boa estabilidade, assim como agilidade tendo em conta as suas dimensões. Os consumos também se apresentaram comedidos, tendo ficado marcado no computador de bordo uma média final de 6,5L/100km.

Mas é o preço a verdadeira surpresa, e razão mais do que suficiente para que este novo modelo da Dacia seja outro sucesso da marca, depois do Sandero e do Duster. Por 20.700€ é possível levar uma unidade igual a esta para casa, com uma gama que se inicia nos 16.499€ para a versão Essential com motor 1.0 ECO-G Bi-Fuel de 100cv e cinco lugares.

Em jeito de conclusão, o Dacia Jogger é mais um modelo tipicamente Dacia, sendo o mais pragmático possível. Se até agora quem precisava de um “jipe barato” ia para o Duster, agora quem precisa de transportar mais carga ou duas pessoas extra, tem no Jogger uma opção inédita no mercado. Os sete lugares, por mais 900€, são uma opção a ter em conta, bem como a versão Bi-Fuel que o torna numa proposta ainda mais racional.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!