Home Ensaios Renault ZOE Exclusive Z.E. 50 R135 Flex

Renault ZOE Exclusive Z.E. 50 R135 Flex

Renault ZOE Exclusive Z.E. 50 R135 Flex
0
0

“Pronto para evoluir”

Vocês viram o que aconteceu ao novo Renault Clio, que na sua quinta geração optou por evoluir em vez de revolucionar? Na altura do primeiro ensaio disse que essa escolha foi totalmente lógica. Isto porque a Renault entendeu que alterar radicalmente os seus modelos, numa altura em que as vendas estão estabilizadas a um nível elevado, não seria a escolha certa.

Para quê mudar em excesso um desenho apreciado e que funciona?

Falei do Renault Clio porque o seu irmão ecológico, o ZOE, também seguiu essa mesma receita, e aparece aqui “praticamente igual” ao modelo do qual se despede, sete anos após o seu lançamento. Mas atenção às aspas, porque visto com atenção as diferenças são muitas.

No exterior, manteve as mesmas “linhas mestras”, com uma silhueta que já é conhecida. As principais diferenças estão nos detalhes, com uma dianteira mais modernizada, com os grupos óticos a contarem já com a iluminação em “C”, maiores e totalmente em LED. O para-choques foi revisto, contando com uma nova posição dos faróis de nevoeiro, junto a um novo padrão da grade inferior com efeito tridimensional. O símbolo continua a ser o destaque, onde se escondem as fichas de carregamento.

A lateral não conta com diferenças, continuando a destacar-se pela sua linha ascendente, e pela porta traseira com puxador dissimulado.

Na traseira, as diferenças também são muito ténues, e passam principalmente pelos farolins traseiros, que contam agora com uma luz de mudança de direção dinâmica, também graças à tecnologia LED.


 


Portanto, apenas visto do exterior, poderia achar-se que seria apenas um restyling, contudo, é entrando para o seu interior que se notam as verdadeiras diferenças.

A diferença é (quase) tão grande como a que sentimos no Clio. O interior era algo ultrapassado, o que num automóvel que “pisca” o olho ao futuro não é muito lógico. Agora recebe muitos elementos que o colocam novamente na corrida neste segmento. O tablier recebe melhores revestimentos, incluindo uma espécie de tecido que é reciclado, usando garrafas de plástico usadas, restos de tecidos e até cintos de segurança reciclados, que assim reduz em 65% o impacto em relação a um tecido convencional.

Mas as maiores novidades reservam-se ao painel de instrumentos, totalmente digital e de grande qualidade, onde não faltam informações, assim como o ecrã central multimédia, igual ao do Clio, e que para além de completo, é de fácil utilização e apresenta uma boa qualidade. Para além disso, a qualidade perceptiva é maior, ainda que não esteja ao mesmo nível do Clio. Esse que deu um salto de gigante, aqui ainda encontra alguns plásticos mais rijos ao toque em zonas mais expostas.

Cá dentro podemos ver ainda a nova alavanca, mais pequena e estilizada, assim como novos comandos da climatização, também provenientes do “balde de peças” da marca francesa.


 


Ao volante notamos ainda que a posição é demasiado elevada, facto justificado pela posição das baterias debaixo do piso. Com isso, a regulação em altura dos bancos ainda não é possível, resta apenas ao condutor (e passageiro) habituar-se a esta posição mais elevada, mas que por outro lado dá uma boa visibilidade a este ZOE, que passará muita da sua vida na cidade. Atrás, os três lugares são melhores para dois adultos, ainda que não exista túnel central. Destaque para a dupla saída USB. A bagageira é mais que suficiente, com 338L de capacidade.

Portanto, passemos para a condução.

O Renault ZOE passa a estar disponível com duas opções de motores, o R110, que é o que conhecíamos anteriormente; e este novo R135. A autonomia estimada, graças à bateria de 52kWh, está entre os 348 e os 385km, o mesmo que a versão menos potente consegue, contudo, este R135 é mais performante, com 135cv e uma resposta mais rápida nas recuperações e acelerações.

Em termos de condução, o ZOE parece estar mais filtrado e com um maior cuidado na capacidade de insonorização (algo muito importante quando não temos um motor de combustão), de resto acaba por ser muito como anteriormente, com a facilidade de condução como principal destaque. A transmissão conta com modo “B”, ou seja, maior capacidade regenerativa, dando a hipótese de em modo normal (D), o ZOE aproveitar mais para “embalar” nas descidas, sem perder velocidade, tornando a condução numa tarefa (ainda) mais normal.

Quanto a preços, o Renault ZOE continua com duas formas de aquisição: a compra integral (que inclui a bateria) desde os 31.990€, ou com aluguer da mesma, com o preço a iniciar-se nuns mais cativantes 23.890€. Mas agora perguntam-se: compro o carro, e alugo a bateria?

Sim, e não é tão mau como pode parecer. Primeiro, a substituição gratuita em caso de redução de desempenho (e todos sabemos como uma bateria é dispendiosa), depois temos assistência 24h por dia, em qualquer dia da semana, o pagamento é feito de forma mensal: se circular menos de 7500km/ano, o valor fica em 74€/mês, mas se quiser estar completamente à vontade e ter quilómetros ilimitados, a fatura cresce para os 124€/mês. O que, de qualquer maneira, continua a ser a forma mais lógica de ter um ZOE.

No final, ficamos com a certeza de que, tal como no Clio, a Renault fez a escolha certa em evoluir o ZOE de forma cuidadosa, porque basta olhar para os números e ver que em 7 anos de vida do modelo, vendeu mais de 150 mil unidades. O exterior continua a ser ZOE, o interior está mais premium, a condução mais normal e a autonomia já é “jeitosa”. Apenas a posição de condução faz “torcer” o nariz, mas é o preço a pagar.


Renault ZOE Exclusive Z.E. 50 R135 Flex

Especificações:

Potência – 140cv
Binário – 245Nm
Consumo Combinado Anunciado – 17,7kWh/100
Autonomia anunciada – 386km
Aceleração 0-100km/h (oficial): 9,5s
Velocidade máxima (oficial): 140km/h

Preços (c/aluguer de baterias)
Renault ZOE desde: 23.690€
Preço da unidade ensaiada: 31.290€

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!