“All you need…”
Não, não estou a falar da música dos Beatles, isso é o que precisamos na nossa vida pessoal. Mas, num automóvel, muito provavelmente este novo Škoda Fabia tem “All you need” para a vida do dia-a-dia. Vamos conhecer, em mais um teste completo, a quinta geração do Fabia, o Škoda, que tem muito conteúdo para agitar o aguerrido segmento B. Em teste na versão “First Edition”, com o motor 1.0 TSI de 110cv e transmissão DSG.
Exterior
Nesta nova geração, o Škoda Fabia está mais apelativo, estando completamente em linha com os seus “primos” do grupo. Conta com linhas mais aguçadas, modernas e que lhe conferem até uma certa desportividade a que não estávamos habituados neste modelo da marca. Na dianteira, a nova grelha é claramente inspirada pelo Octavia e pelo 100% elétrico Enyaq. Na lateral, as jantes de 17’’ polegadas, preocupadas com a aerodinâmica (graças a elementos plásticos), são elemento de série nesta versão “First Edition”. A traseira segue também a imagem da marca originária de Mladá Boleslav, na República Checa, mas que está bem inserida no coração do grupo alemão da Volkswagen, exibindo agora, de forma orgulhosa, o nome da marca fundada em 1895. A pintura Laranja Phoenix é uma escolha corajosa, mas encaixa muito bem nesta nova proposta de segmento B.
Interior
A evolução também é notória quando abrimos a porta e começamos a explorar o interior do novo Fabia. O seu aspeto está, explicando de uma forma muito direta, “mais adulto”, com um desenho mais agradável, continuando a ser perfeitamente ergonómico como é habitual nas propostas da marca. Os revestimentos fazem um bom contraste com os plásticos, alguns mais rijos do que era esperado, mas que apresentam uma montagem sem mácula. Na verdade, a texturização utilizada no topo do habitáculo “engana” muito bem, só se descobrindo que é um plástico rijo quando lhe tocamos.
Os bancos envolventes contam com um bom apoio e dão pontos extra no que à imagem diz respeito. Atrás, o espaço está em linha com os concorrentes mais desafogados do segmento, com as soluções “Simply Clever” a aparecer logo aqui, com a opção de colocar um espaço de arrumação por cima do túnel central, que pode ser retirado sempre que necessário. A ajudar, a sensação de espaço também entra “em jogo” graças ao gigante teto panorâmico em vidro que percorre quase todo o tejadilho deste modelo. Quanto à bagageira, são 380L, o melhor valor do seu segmento, apenas 20L mais pequeno do que o Kamiq, que mede mais 138mm de comprimento total.
Os elementos “Simply Clever” merecem detalhe, como é o caso da “pinça” que está no vidro dianteiro que segura tickets de estacionamento, o caixote do lixo situado na porta do condutor, que também alberga um guarda-chuva, o suporte para o smartphone nas costas dos bancos dianteiros, a espátula para o gelo, que também é uma lupa e um medidor de rasto do pneu na tampa do depósito, sem esquecer a tampa do reservatório do líquido do limpa-vidros que faz de funil quando aberta. São detalhes, é certo, mas que importam ressalvar, porque tornam efetivamente melhor em conjunto com este utilitário.
Condução
O tal crescimento falado no interior é patente também na sua condução, com o Fabia a ter “crescido” na maneira como pisa a estrada, principalmente em autoestrada. Mas vamos por partes.
O motor aqui em teste é o já conhecido 1.0 TSI de 110cv associado à transmissão DSG de 7 velocidades (também pode ser escolhido em manual, que custa 1356€ a menos). Esta escolha torna a tarefa de condução mais confortável e descontraída, com a potência de 110cv a ser ideal para esta proposta, conseguindo mover sem quaisquer problemas este Škoda, com a desenvoltura necessária para um automóvel deste tipo. A transmissão, rápida e suave, aproveita o melhor deste bloco em cidade, enquanto a 7ª velocidade ajuda nos consumos em autoestrada, que se cifraram, no final, em 6,2L/100km, um valor bastante positivo, principalmente se tivermos em conta que esta era uma unidade com poucos quilómetros.
O tal “crescimento” surge na forma como este Fabia se apresenta agora, com um dinamismo mais palpável, sem esquecer o conforto que tanto importa. Basicamente, é como se o Fabia tivesse começado a tocar numa banda, ficou mais descontraído e aproveita as coisas boas da vida; já não é apenas um escriturário das “9 às 18”. Assim, contamos com um comportamento mais divertido, uma direção mais rápida e uma maior competitividade no segmento, inclusivamente com os seus “concorrentes internos”, tendo tudo para se bater de igual para igual, tanto com eles, como com os seus concorrentes. No entanto, mesmo aumentando o dinamismo, o conforto não saiu prejudicado.
Essa alteração em termos de comportamento, também teve benefícios fora da cidade, com o Fabia a revelar-se num modelo sem problemas em fazer uma maior tirada de autoestrada, mesmo em base diária.
Conclusão
Este final de ensaio é um espelho do que foi lido ao longo do texto. O Škoda Fabia está mais apetecível, face a um estilo exterior mais cativante. O seu interior sabe receber, por ter alguns materiais mais rijos, mas disfarça com uma boa montagem e aspeto geral, assim como as suas soluções Simply Clever tornam a vida mais fácil, não esquecendo obviamente a bagageira, de generosa dimensão. A condução está também mais cativante do que anteriormente, como que a lembrar que este Fabia tem “pedigree” dos ralis. O motor de 110cv é a escolha certa, se possível, com a transmissão DSG, que funciona de forma exemplar. Esta unidade, graças aos opcionais, custava 28.050€, numa gama que se inicia nos 19.624€.
