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Teste ao Renault Mégane TCe 160cv

Teste ao Renault Mégane TCe 160cv
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“Referência atualizada”

 

Depois do primeiro contacto ao renovado Renault Mégane ter sido feito com a nova variante híbrida plug-in E-Tech, o Mégane regressa agora na silhueta berlina para demonstrar o que mudou e porque continua a ser uma das propostas preferidas dos Portugueses, quando procuram um automóvel de segmento C.

Falar do Mégane é falar de um modelo que já tem uma história rica que começa em 1995, e que conta desde então com quatro gerações diferentes e múltiplos estilos de carroçaria ao longo dos anos. É um automóvel que ajudou a moldar a imagem que temos da marca gaulesa e que vai ao encontro das necessidades do cliente, seja ele empresarial ou particular, e que em Portugal já conseguiu quase 200.000 unidades vendidas.

Agora a realidade é bem diferente daquela altura da primeira geração do “estranho” Mégane, onde a variante Scénic seguiu as pisadas da Espace e se destacou como monovolume compacto. Hoje, essas propostas passaram a ser SUV…

Como combates os SUV, Mégane?

Agora, o mercado está mais combativo que nunca, com as evoluções a serem mais marcadas e rápidas. O Mégane recebe assim vários elementos que, mesmo não o revolucionando, conseguem refrescar o modelo e torná-lo mais apetitoso, mesmo num segmento em constante transformação.

No exterior as diferenças são visíveis tanto nos grupos óticos dianteiros como traseiros, mais elegantes. Os para-choques também contam com diferenças estéticas, com esta versão R.S. Line (já não existe GT Line) a receber um tratamento mais desportivo e aproximado do “real” Mégane R.S., outra versão importante que a insígnia Mégane nos apresentou.



Este aspeto exterior, que ainda permanece atual, passa para o interior, onde foram feitas mais algumas alterações de valor.

O tablier mantém a mesma organização, mas o painel de instrumentos é agora 100% digital e personalizável, com bom grafismo e apresentação, com o mesmo a passar-se com o ecrã central multimédia, agora bem mais rápido no seu funcionamento e com melhor aparência graças a um acabamento brilhante do ecrã. Abaixo estão os comandos de climatização revistos, que garantem um melhor acesso face à versão pré-restyling. Para terminar, há ainda mais algumas diferenças, que só um olho treinado consegue “apanhar”: novo botão de Start, espelho retrovisor eletrocromático sem moldura, e comandos do cruise-control que estão agora apenas no volante, deixando a consola central, que era um local pouco lógico.

De resto, continuamos a encontrar um interior com espaço suficiente para quatro passageiros, culpa do espaço para as pernas, mas uma bagageira que se apresenta na metade superior do seu segmento, com uma boa capacidade de 384L. No interior, as bacquets (demasiado) desportivas, são algo incómodas para passageiros de menor estatura, num verdadeiro caso de “sobrebancos” num automóvel comum.



Para animar este Renault Mégane, pintado neste tom Vermelho Flamme, estava o motor 1.3 TCe de 160cv, uma das jóias da marca, que pretende ser uma verdadeira (e lógica) alternativa aos motores diesel. Este motor está também disponível com 140cv e transmissão manual, mas aqui apresenta-se com uma transmissão dupla-embraiagem com seis relações.

Quanto ao motor, as suas prestações são bastante convincentes, com um binário de 270Nm às 1800rpm que ajuda a boas recuperações, assim como a manter um ritmo elevado, mas sempre com uma boa dose de suavidade. Face a alguns dos seus concorrentes, este motor conta com uma arquitetura de quatro cilindros, o que beneficia no conforto acústico. No que toca à transmissão, está num campo intermédio, sendo suave e rápida, mas por vezes um pouco indecisa. Nada de grave. Poderia contar com patilhas de seleção atrás do volante, como alternativa ao seletor.

Em termos de consumos, esses ficaram nos 6,9L/100km, um valor razoável tendo em conta a sua potência, mas também os seus concorrentes.

Se esse valor ainda parecer um pouco elevado, vamos a contas. Para um Mégane R.S Line, a Renault pede por um BluedCi com 115cv com transmissão EDC mais 3050€ que este mais potente a gasolina com 160cv.
Esse menor valor consegue compensar a diferença no que toca aos consumos, por alguns (bons) quilómetros, oferecendo ainda mais performance e dinamismo, comparativamente ao motor a gasóleo.

No final, o Renault Mégane mudou onde era preciso. Continua atraente no exterior, com um interior que está agora “no ponto”. O espaço a bordo está na média do segmento, assim como o equipamento desta versão R.S. Line. O motor TCe é uma opção, tanto neste 160cv com transmissão EDC que custa 31.400€ (este custava 34.278€), como na versão de 140cv e transmissão manual, que por menos 2.400€ pode ser mesmo a melhor escolha possível, para quem quer um Mégane…

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!