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Teste ao Audi Q3 45 TFSIe, a solução híbrida Plug-in

Teste ao Audi Q3 45 TFSIe, a solução híbrida Plug-in
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“O Segredo está na massa”

 

O que outrora foi o slogan de uma cadeia de fast-food, é agora uma excelente maneira de designar este Audi Q3 TFSI-e que temos em ensaio, uma unidade que, contrariamente ao que muitas vezes encontramos para teste, optou por ser menos dotada de equipamento, mostrando as reais qualidades de um modelo que é de importante relevância para a marca alemã. A grande novidade é o seu conjunto híbrido, algo de que as empresas tanto gostam.

Essa ausência de adornamentos nota-se em todos os campos, nomeadamente no seu exterior, onde o Audi Q3 continua, ainda assim, a ser uma proposta elegante. Mostrando um estilo tipicamente Audi, com linhas bem definidas e superfícies robustas, esta é a segunda geração do modelo que complementa uma gama SUV que conta atualmente com seis diferentes propostas, sem contar com as variantes Sportback. Na dianteira destaca-se a grelha de grandes dimensões com elementos verticais, agora mais atlética face à primeira geração do modelo, com a lateral a ter nas suas linhas de “ombros” um dos pontos de maior destaque, já que esta unidade não era adornada com cromados ou jantes de dimensões acima da média, nem mesmo uma cor chamativa, com o sóbrio Preto Mythos a ter sido a escolha. Já a secção traseira conta com um desenho fácil de gostar, causando uma sensação de evolução face à geração precedente.



Passando para o seu interior, a sensação continua a ser a mesma, mostrando através da base da proposta todas as suas qualidades. Ou seja, a qualidade dos materiais, assim como a sua montagem, bem como a ausência de ruídos em andamento, ainda mais importante numa proposta Plug-in Hybrid como esta. O tablier está organizado de forma lógica, sem “fobia de botões”, com a Audi a dotar o Q3 de comandos físicos nos locais onde mais precisamos. A posição de condução é fácil de encontrar e com múltiplos ajustes, como é normal, com um painel de instrumentos que oferece uma excelente leitura e informação.

Atrás, ponto forte para a possibilidade de regular o assento traseiro em duas partes, de forma independente, de forma longitudinal, assim como a sua inclinação. Seja para viagens mais confortáveis ou para dar mais uns litros à bagageira, é algo que ajudará nesta versão TFSIe que conta com 380L, menos 150L do que “apenas térmico”.

Esta unidade, como podem ver nas fotos, não contava com ligação ou acesso mãos-livres, espelho interior eletrocromático, navegação ou mesmo cruise-control. Mostrando o que pode ser, muito possivelmente, uma proposta de frota para uma qualquer empresa. E é precisamente por aí que vamos começar.

Ainda que a lista de opcionais seja generosa e um qualquer cliente possa fazer um Q3 à sua medida, o preço importa, principalmente para as empresas, graças à fiscalidade verde, onde por exemplo o IVA pode ser deduzido integralmente. A regra é a de que a viatura custe menos de 50 mil euros. Tudo tem a sua razão, é uma questão de “jogar” com os opcionais.



Esquecendo esse jogo, partimos para a estrada naquela que é a proposta mais ecológica do “pequeno” Q3.

O conjunto é composto por um motor a gasolina, o 1.4 TFSI que desenvolve 150cv e um motor elétrico síncrono com 85kW de potência. Este conjunto debita 245cv e 400Nm de potência e binário, sendo orquestrado pela transmissão S tronic de dupla embraiagem com seis relações (ao invés de 7 das versões puramente térmicas), que envia a potência para as rodas dianteiras.

Para conseguir “vingar” também na fiscalidade, as propostas PHEV têm de conseguir mais de 50km de autonomia elétrica, algo que o Audi Q3 45 TFSIe consegue, conseguindo apresentar 51km, graças à bateria de 13kWh, que demora 3h45 a carregar a uma potência de 3,7kW.

Ainda falando mais um pouco desta sua faceta elétrica, a velocidade máxima neste modo EV é de 140km/h, mas se o usarmos em conjunto com o motor a combustão a velocidade máxima ascende aos 210km/h, caso a viagem passe pelas Autobahn da terra natal deste SUV.

Dinamicamente, este Audi Q3 45 TFSIe mostrou ser agradável e tranquilo, com uma direção leve, mas ainda assim, informativa. A suavidade de funcionamento e rolamento é digna de propostas híbridas, com as reações de carroçaria a não se mostraram adversas, mesmo que este Q3 pese mais 245kg do que um Q3 TFSI (sem o “e”, ou seja, sem baterias). As jantes de 18’’ polegadas conferem maior conforto, o que compensa o endurecimento das molas para tolerar esse aumento na balança, conseguindo um bom compromisso.

A transmissão faz uma boa gestão dos modos e das transições entre os motores, existindo mesmo um modo de seleção manual, ainda que mais importante que isso, encontramos no seletor o modo que permite uma maior regeneração de bateria, para uma maior eficiência.

Por falar na eficiência, os primeiros 100km de Q3 45 TFSIe podem contar com um consumo em circuito misto de pouco acima dos 3L/100km, sem muito esforço. Passado isso, os valores obviamente sobem, mas ficam em torno dos 6,4L/100km. Ainda assim, se não for em autoestrada, este Audi continua a ser um híbrido, o que permite continuar a ser mais poupado.

No final, é mesmo um caso de o “segredo estar na massa”. Ou seja, mesmo sendo uma versão desprovida de equipamento (algum dele quase banal), o Audi Q3 mostra ser uma proposta cheia de qualidades, seja a sua montagem e qualidade interior, ou o conforto de condução. Esta versão TFSIe (51.860€) é 2260 euros mais cara que a diesel (com 150cv), o que a torna muito lógica para as empresas e tentadora mesmo para os particulares, principalmente se percorrem pequenos percursos diariamente, onde a gasolina mal será utilizada.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!