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Citroën ë-Berlingo Shine XTR Pack: Puramente familiar e puramente elétrico

Citroën ë-Berlingo Shine XTR Pack: Puramente familiar e puramente elétrico
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“Preocupação eXTRema”

 

A eletrificação dos automóveis está longe de estar apenas presente nos segmentos mais vendidos, e a prova disso é a oferta de variantes elétricas de propostas de comerciais ligeiros. Agora, o grupo Stellantis foi mais longe, passando a oferecer as suas propostas de passageiros (derivadas desses mesmo comerciais) apenas com propulsão 100% elétrica. Uma escolha arriscada?

Em Portugal, estas versões nunca tiveram o sucesso merecido, e digo isso porque não há soluções com mais espaço interior e versatilidade que uma versão de passageiros de um comercial, mas, ao mesmo tempo essa falta de sucesso é justificada por uma imagem que, por exemplo, uma proposta SUV ou mesmo um “normal” monovolume oferecem.

O Citroën Berlingo está então na sua terceira geração, mais capaz do que nunca, tal como já tinha dito na altura do teste ao seu “primo” Peugeot Rifter, ainda equipado com propulsor térmico a gasolina. O Citroën ë-Berlingo, assim se chama agora nesta sua vida 100% elétrica, pouco difere das versões a combustão, vendidas até há pouco tempo. Apenas apresenta os logos ë em azul e a grelha fechada com um novo padrão, assim como a tomada de carga no local do bocal de combustível e a ausência de tubo de escape…

Nesta versão Shine, graças ao Pack XTR, a Citroën confere uma imagem mais aventureira à sua proposta familiar, com elementos de contraste em laranja, assim como jantes em preto, cor que também reveste as barras de tejadilho.

As diferenças encontram-se também no seu amplo interior. O espaço é mesmo real, não é apenas sensação, embora essa possa ser aumentada pela ampla superfície vidrada, que não deixa mesmo de fora um teto panorâmico com arrumação ao longo da sua extensão. Os espaços de arrumação estão mesmo aptos para uma “caça ao tesouro”, caso queiramos. Por contar com o Pack XTR, conta com algumas diferenças como foi dito acima, ou seja, o revestimento em verde escuro do topo do tablier e de alguns elementos das portas, assim como um padrão específico dos seus cinco assentos individuais.

A posição de condução é elevada, como seria de esperar, com destaque para uma boa visibilidade e ergonomia, com os comandos a estarem colocados de forma lógica. Apenas poderíamos ter uma consola central, que seria ainda mais um espaço de arrumação, em vez de deixar aquela zona livre.

Embora já bem equipado de série, o Citroën ë-Berlingo Shine XTR Pack em ensaio contava ainda com opcionais interessantes. Para além do “Modutop”, nome dado ao teto panorâmico com arrumações específicas, ainda contávamos com navegação 3D, integrada no sistema que já inclui possibilidade de espelhar o smartphone através de Android Auto ou AppleCarPlay, acesso e arranque mãos-livres, Pack City, recarga para smartphones por indução e Pack Auto que engloba o ar condicionado automático, limpa pára-brisas automático, assim como o acendimento automático dos faróis, ou o Top Rear Vision, que nada mais é do que uma câmara de estacionamento traseira, que auxilia os sensores de estacionamento que já estão disponíveis de série.

Para quem procura mais “lotação”, existe ainda a opção de, por 549€, contar com dois assentos suplementares, no lugar da generosa bagageira de 775L de capacidade, com possibilidade de ser acedida de duas maneiras: abrindo todo o portão (o que requer algum espaço) ou pelo óculo traseiro.

Mecanicamente falando, não existem muitas surpresas neste Citroën ë-Berlingo, já que conta com o conhecido “menu”, juntando o motor de 100kW (136cv) com a bateria de 50kWh, o mesmo conjunto usado nos Peugeot, Citroën, DS e Opel.

Com três modos de condução, o modelo permite gerir entre o ECO (que nos limita a potência), Normal e Power, onde os seus 136cv estão totalmente disponíveis. Suficiente para uma vida urbana (e extra-urbana) o Citroën ë-Berlingo promete 280km de autonomia com uma bateria completamente carregada, algo que não conseguimos atingir, conseguindo uns mais realistas 250km. No entanto, em percurso citadino esse valor pode ser possível de atingir.

O consumo ficou nos 20,2kWh, com os percursos citadinos a fazerem descer para os 17,4kWh. O seu carregamento é possível ser feito numa potência de até 100kWh, ou seja, é possível reabastecer 80% em 30 minutos…

Prestações é algo que não terá muito interesse, mas cá vai: 11,7s dos 0 aos 100km/h, e uma velocidade máxima limitada a 135km/h. Já a facilidade de condução importa ser referida, com uma boa agilidade mesmo tendo em conta as suas dimensões.

No final, o Citroën ë-Berlingo mostra que os elétricos deste tipo também são preocupados com o ambiente e que podem ser diferentes do que estamos habituados. Perfeito para a cidade, suficiente para fora dela, é uma solução que poderá interessar a particulares, mas sobretudo a clubes ou associações que percorram muitos quilómetros neste tipo de percursos. O seu preço de quase 38 mil euros desta unidade mais recheada pode assustar alguns, numa gama que começa nos 30.686€.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!