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Testei o Suzuki Vitara Mild-Hybrid: “Não se esqueçam deste”

Testei o Suzuki Vitara Mild-Hybrid: “Não se esqueçam deste”
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“Pragmático para aventuras ligeiras”

 

O Vitara é já um nome mítico dentro da gama Suzuki. Agora, este SUV (que se nega a ser igual a todos os outros) foi renovado em detalhes estéticos, mas com as diferenças de maior a surgirem sob “a pele”, com a inclusão de um novo sistema Mild-Hybrid, que o torna mais consciente e poupado.

Por fora, pouco mudou na proposta lançada pela marca nipónica em 2015. No seu estilo angular e de ar robusto, só um olhar mais atento repara nas diferenças. A grelha conta agora com um novo desenho, com as barras a estarem dispostas de forma vertical, enquanto os grupos óticos têm um novo arranjo interior e passam a ter tecnologia LED. Tanto os para-choques como as jantes, contam também com um novo desenho.



Passando para o interior, o seu estilo é sóbrio, não tão radical ou tecnológico como outras propostas rivais. O Suzuki Vitara pode não ser o mais apelativo aqui, mas lá para a frente vão poder entender que isso, na verdade, não importa assim tanto. Sendo assim, o tablier até conta com um desenho agradável, e a sua maior diferença cá dentro é mesmo no painel de instrumentos, onde contamos agora com um novo ecrã a cores, com novas informações incluindo a distribuição de potência entre a bateria de 48v ou o motor de combustão. Aqui, a Suzuki já devia ter resolvido a forma de mudar os menus apresentados, que são ainda através de uma “vareta”, como aquela em que se regula a luminosidade ou se faz reset aos parciais de quilómetros.

Quanto aos materiais empregues, não, não são os mais agradáveis. Contudo, a montagem parece isenta de erros, com os barulhos parasitas a aparecem apenas quando o piso está mais degradado, algo que acredito que tenha sido apenas nesta unidade. O espaço interior é bom para quatro adultos, suficiente para cinco, já a bagageira apresenta uma boa volumetria de 375L.

No que toca a equipamento, a esta versão GLX não falta muito. Para além da Smart Key, que nos permite ter acesso e ligar este Vitara “de forma mãos livres”, temos ainda um sistema multimédia, que embora não seja o último grito, é muito completo e já inclui navegação. Já na assistência à condução e segurança ativa, temos o cruise-control adaptativo com limitador de velocidade, sensores dianteiros traseiros e câmara de estacionamento, assim como assistência à manutenção da via de rodagem. O sistema de travagem automática também é de série, assim como o alerta de ângulo morto. Convém falar ainda nos sistemas de reconhecimento de sinais e o alerta de tráfego posterior, que a baixa velocidade nos alerta de veículos que se aproximem pelos flancos.

Portanto, completíssimo.
A única falha? Talvez o espelho retrovisor não ser eletrocromático.

Passamos para a condução, e é aqui que o Suzuki Vitara nos cativa.

Muitos de vocês podem achar que o Vitara é um carro aborrecido, mas não, muito pelo contrário. Quando a Suzuki decidiu fazer este Vitara sem ser em cima de longarinas, deu-nos imediatamente a entender que na estrada as coisas iam correr melhor. E sim, correram bem melhor.

A boa posição de condução ajuda a sentir melhor a estrada, enquanto o sistema AllGrip, com um modo Sport dedicado ao alcatrão, tenta “agarrar” o máximo de asfalto possível. A direção é comunicativa e tem um bom peso, com a transmissão manual a ser bastante japonesa, ou seja, “certinha”, com bom tato e bem escalonada. Também a suspensão merece uma boa nota, já que conta com um acerto muito bem conseguido, informando o condutor, apresentando pouco adornar de carroçaria, sem nunca massacrar os passageiros. A fórmula certa!

O motor é o renovado 1.4 Turbo Hybrid, chamado de K14D, e o único que está disponível na gama Vitara. Este está mais eficiente, com uma maior taxa de compressão de 10,9:1, um bom valor tendo em conta que é um motor turbo. Para além disso, muitos outros pontos foram revistos, de forma a tornar este Vitara mais poupado, com novos injetores e melhorias na válvula EGR, assim como no sistema de abertura das válvulas.



Este 1.4 Turbo oferece ao seu condutor 129cv “lá para cima”, às 5500rpm, enquanto o binário de 235Nm está disponível numa faixa entre as 2000 e as 3000rpm. Agora, os mais atentos dizem: “Então mas perdeu 11cv face ao antigo Vitara 1.4 Boosterjet!?”

Sim, é verdade, mas acalmem-se, que não é grave.

Isto porque a marca conta agora com o sistema mild-hybrid que vos falei logo no início, e que garante aqui a este motor 10kW de potência extra, ou seja, 13,6cv. Isto é sentido em arranques ou ultrapassagens, ajudando mesmo a garantir um maior “boost” quando o turbo ainda está a “encher”. Ou seja, ali a pouco mais de 1000rpm, este Vitara já mostra força, o que o torna mais agradável de conduzir.

A bateria de iões de lítio de 48v e 0,38kWh de capacidade está colocada debaixo do banco do passageiro, com o conversor debaixo do assento do condutor, de forma a uma melhor distribuição de peso. Ainda que os seus 15kg não sejam nada por aí além…

Graças a tudo isto, quem também ganhou foi o sistema Stop/Start, que agora permite desligar o motor a velocidades mais reduzidas (mesmo antes de parar), e ligá-lo de forma mais célere.

Claro que num Suzuki Vitara é impossível não ir explorar novos caminhos. Dessa forma, a aventura, ainda que não possa ser muito radical, já que a altura ao solo é de 18,5cm, com ângulos de entrada e saída apenas razoáveis, permite-nos sair confortavelmente da “aborrecida” estrada. O sistema pode ser colocado em modo Auto e gerir sozinho as condições, ou então mesmo em modo Lock quando o caminho se torna mais difícil; nas descidas tem ainda o Hill Descend Assist. E é aqui que vos digo que é possível esquecer uns materiais menos “burgueses” ou “gadgets” mais tecnológicos de outras propostas, porque chegar até onde este Vitara chega, no Segmento B-SUV, poucos chegam.

As boas notícias continuam nos consumos, já que este Suzuki Vitara com motor a gasolina (mild-hybrid) e tração integral conseguiu um consumo médio de 6,4L/100km, um ótimo valor tendo em conta as suas especificações, mesmo abaixo de propostas mais “normais” com motores menos potentes e que nem sonham com tração às quatro rodas.

O preço é simpático, pedindo em troca menos de 30 mil euros, por uma unidade igual a esta que testei. Bem equipada, espaçosa, capaz de ir mais longe e com uma potência generosa sem ser gastador.


 

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!