Home Ensaios Renault Twingo GT

Renault Twingo GT

Renault Twingo GT
0
0

“Hot Wheels”

A Renault sabe como fazer pequenos desportivos, por isso, quando soubemos que iria haver uma versão mais “picante” do pequeno Twingo ficámos atentos mas apreensivos. Não seria um RS, disseram fontes da marca, mas não perdemos a esperança e vamos agora conhecer o Twingo GT, que parece verdadeiramente um Hot Wheels…

Esta versão, que já existiu igualmente na geração anterior, conta com um look ainda mais radical. A nova paleta de cores oferece-lhe a cor que aqui reveste a carroçaria, o Laranja Pimenta, bem como umas novas jantes de 17’’ exclusivas, ou uma entrada de ar por cima da roda traseira esquerda, de forma a refrigerar os cavalos extra. Enquanto a frente não sofreu qualquer alteração, é na traseira que podemos ver a exclusividade deste modelo, ao contarmos com uma dupla saída de escape no centro do difusor posterior, assim como um spoiler de dimensões generosas no topo.

A cor que reveste a carroçaria passa também para o seu interior, seja nos bancos integrais, tipo bacquet, ou nos plásticos que revestem o tablier. Embora não tanto como no exterior, cá dentro também existe essa importante filosofia desportiva, que também é notada através dos pedais em alumínio ou no selector da caixa manual de 5 velocidades.

A posição de condução é mais elevada, típica de citadino, o espaço a bordo é suficiente, com a mala a ser um pouco curta, apenas 188L. Mas na verdade, o que queremos mesmo saber é como se comporta este pequeno desportivo, que consegue transportar quatro passageiros.

Mas antes disso, temos de compreender o que mudou face a um Twingo normal. A direcção uma assistência variável, ou seja, altera o seu peso consoante a velocidade, oferecendo um maior feedback ao condutor, muito necessário, já que este é um automóvel de tracção traseira. As alterações também surgem nos pneumáticos de maiores dimensões, bem como as suspensões e amortecedores melhorados, sendo agora 20mm mais baixos, tornando o Twingo GT mais firme, o que lhe confere uma rigidez aumentada em 40%, um salto enorme face ao modelo que lhe serve de base. O motor é o 0.9 tCe, mas que aqui apresenta mais 20cv, passando para os 110cv, um valor bastante aceitável para um automóvel que pesa apenas 1001kg, dando-lhe por isso uma relação peso-potência de apenas 9,1kg/cv!

Vamos ver se estes números valem algo na estrada.

Uma das críticas dadas a esta geração do Twingo tinha sido a sua direção mais vaga e o acerto muito intrusivo do controlo de tracção. Por isso, vamos começar por destacar esses dois pontos.

Quanto à direcção, nota-se efectivamente o maior peso, está mais comunicativa, é certo, mas ainda assim não é nenhuma referência, temos de calcular mentalmente quanto estamos realmente a onde a virar. Contudo, esse aumento do peso da direcção, bem como a maior rigidez acaba por tornar este GT num Twingo mais desportivo, e tornando esse calculo mais fácil. Quanto à intrusão do ESP, continua presente, embora deixe um pouco mais de liberdade, continua a não ser desligável, factor compreendido devido ao modelo contar com tracção e motor traseiros, e não sendo um modelo hardcore, não será para conhecedores. Ainda assim, já se nota um ligeiro atravessar se o provocarmos de maneira mais suave…

Depois, quanto ao motor, o Twingo GT é acima de tudo, divertido!

Não chega a ser “assustador”, já que nos diverte a baixas e médias velocidades. As recuperações conseguem ser boas, embora a baixa cilindrada do motor não permita grandes andamentos acima dos 120km/h, abaixo disso tem muita vida. A caixa de 5 velocidades está bem escalonada, embora pudesse ter um funcionamento mais rápido e mecânico. A maior falha consiste na inexistência de conta-rotações, factor que no Twingo “normal” ainda pode ser desculpável, mas agora num automóvel que quer ser desportivo, não é, de todo, compreensível.

Quanto ao equipamento, até se pode considerar completo: Cruise control, ar condicionado automático, jantes de liga leve, vidros traseiros escurecidos, faróis de nevoeiro, bluetooth, e sensores de estacionamento traseiro. As bacquets em pele e tecido, bem como a pedaleira em alumínio também vêm de serie, mas para ficar ainda mais completo, pode contar com o sistema de navegação, opcional por apenas 1000€, incluindo ainda a câmara de estacionamento traseira.

Portanto, o Renault Twingo GT é um balanço entre um citadino e um desportivo, num balanço quase perfeito. Ou seja, continua a ser praticável em cidade, sem ser demasiado desportivo, ou seja, demasiado desconfortável ou exigente. O preço é cerca de 1500€ mais elevado que a versão de 90cv, mas é oferecido mais equipamento e exclusividade, enquanto os consumos não saem prejudicados.

Renault Twingo GT 110 tCe S&S

Especificações:

Potência – 110cv às 5750rpm
Binário – 170Nm às 2ooo rpm
Consumo Combinado Anunciado – 5,2L/100km
Consumo Combinado Medido – 6,6L/100km

Preços:

Preço Base da versão ensaiada: 15.480€
Preço da Versão ensaiada com extras: 16.420€

Renault Twingo GT
14.6 Pontos
O que gostámos mais:
- Exclusividade; - 5 portas; - Prestações;
O que gostámos menos:
- Consumos; - Caixa de velocidades;
Resumindo e concluíndo:
O Renault Twingo GT tem lógica para quem pretende ser exclusivo. A diferença de preço face ao Sport fá-lo ser lógico por oferecer mais equipamento. Não é um desportivo puro, mas diverte.
Motorização14.5
Perfomances15
Comportamento14
Consumos13
Interior14.5
Habitabilidade15
Materiais/Qualidade de construção14
Equipamento de Série15.5
Value for Money16

“A pontuação acima é totalmente da nossa opinião. Esta, tem a ver com o modelo e versão ensaiadas, tendo em conta o segmento onde a mesma se insere.”

Legenda da pontuação:
0-5: Mau;
5-10: Satisfaz Pouco;
10-15: Razoável;
15-17: Bom;
17-19: Muito Bom;
19-20: Excelente;

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!