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“Este SUV é a proposta mais potente da marca” – Opel GrandLand X Hybrid4

“Este SUV é a proposta mais potente da marca” – Opel GrandLand X Hybrid4
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“Quem vê caras…”

 

A língua portuguesa tem, no seu jargão, um ditado engraçado e acima de tudo verdadeiro, que nos diz: “Quem vê caras, não vê corações”.

 

Pois bem, se este Opel GrandLand X que testei fosse dono de uma “cara”, podia muito bem ser um desses casos. Isto porque este, à primeira vista inofensivo, SUV da Opel, pintado de branco que lhe dá um ar de quem não “parte um prato”, é dono de uma potência máxima de 300cv e tração integral. Uma combinação que até há bem pouco tempo estava reservado apenas a verdadeiros desportivos.

Isto é possível graças à evolução. Sim, se tínhamos “medo” do futuro, uma coisa é certa, a ajuda dos motores elétricos tira-nos esse receio, já que é graças a isso que este Opel GrandLand X é mais do que apenas um SUV. É uma proposta com prestações acima da média, sendo o Opel mais potente da gama e consumos abaixo do que estamos habituados.

Esteticamente, a sua “cara” é igual a tantos outros GrandLand X que vemos pelas nossas estradas, apenas os pequenos logos Hybrid4 nas portas e as jantes de 19’’ polegadas de maior dimensão o denunciam. Para além disso, há as duas portinholas, uma de cada lado: uma para a gasolina e outra para os eletrões que lhe permitem atestar a bateria e conseguir até 60km sem emissões e ruído.

De resto tem uma identidade própria, afastando-se das outras propostas do grupo, mantendo uma imagem Opel com linhas dinâmicas, mas juntando a isso um ar mais conservador que pode agradar a muitos.

Esse mesmo estilo passa para o interior, onde o Opel GrandLand X usa a sobriedade a seu favor, graças a uma fácil habituação e uma arrumação mais ergonómica e comum dos comandos. Com um painel de instrumentos mais tradicional, esta versão Hybrid4 troca o conta-rotações por um indicador do sistema (consumo/carga), assim como submenus próprios no computador de bordo, tanto aqui como no ecrã multimedia central.



E é apenas isso. De resto temos um habitáculo bem construído, mas que conta com algum excesso de plástico rijo, ainda que não baixe em demasia a fasquia, nem mesmo para o cliente mais premium que este modelo pretende atingir. O espaço a bordo não sai beliscado, com espaço para três adultos no banco traseiro, graças à ausência de túnel central e uma boa altura para a cabeça. Apenas a bagageira sai a perder, com menos 124L que as versões “convencionais”, apresentando ainda assim 390L de capacidade.

Mas o que mais importa aqui é saber como se comporta esta proposta, assim como saber se faz lógica.

A marca utilizou o motor turbo a gasolina com 1.6L de capacidade, em conjunto com dois motores elétricos (um em cada eixo), na dianteira 81kW (110cv), enquanto o eixo traseiro apresenta 83kW (113cv), o que lhe garante a tal tração integral que falei acima. Estes três motores são orquestrados por uma suave transmissão automática de oito velocidades. Somando tudo isto, são 300cv com um binário máximo de 520Nm.

Assim, é possível uma aceleração dos 0 aos 100km/h em apenas 6,1s, enquanto a velocidade máxima é de 235km/h, ideal para as Autobahn da sua terra natal.

Mas quem quer esta proposta, muito provavelmente não é bem isso que procura, mas sim saber como são os consumos e quanto tempo demora a carregar.

Começando precisamente por aí, o Opel GrandLand X demora, numa ficha doméstica, quase oito horas a carregar, o que é o tempo de uma noite de sono. Se for preciso mais rapidez, com a potência máxima do carregador e wallbox, esses 100% demoram apenas 4 horas, enquanto que com o cabo opcional (Mode 3 por 500€) esse tempo de espera reduz ainda mais, para as duas horas.



A condução junta a serenidade de um elétrico com a performance de um híbrido. O silêncio a bordo é uma constante desde que ligamos o GrandLand X Hybrid4, que privilegia sempre o modo Electric a todos os outros (Hybrid, Desporto e 4WD). Neste modo “zero emissões”, foi possível cumprir a distância que a marca anuncia, com os primeiros 100km a ficarem abaixo dos 3L/100km.

Então e quando já não temos essa bateria carregada?

Continua a ser um híbrido.

Graças a isso, em percurso misto, o Opel GrandLand X Hybrid4 consumiu 6,2L a cada cem quilómetros, um valor simpático tendo em conta as suas dimensões e peso generosos, ao mesmo tempo que continua a apresentar uma potencia de 300cv e uma tração integral.

O seu comportamento é correto, com o modo “Desporto” a aliar a potência dos três motores para oferecer a melhor dinâmica possível, a direção fica também mais pesada para ajudar ao tato e as coisas só não ficam ainda melhores porque os Michelin Primacy3 não deixam, mas mais uma vez, não é para isso que este modelo foi criado. Portanto, no que mais importa, o conforto está em bom nível.

Já se viu então que este Opel é bom, mas aconselha-se?

Este GrandLand X partilha a gama com o 1.2 Turbo de 130 e o diesel da mesma potência, portanto, o seu maior “rival” será o outro Plug-In Hybrid com 225cv e tração dianteira. Esta versão é 6750€ mais cara que essa. Esta versão é justificável para quem faça ligeiros percursos fora de estrada ou que more em zonas onde o frio seja mais extremo e onde o gelo se possa formar na estrada.

É uma questão de gosto ou necessidade, mas a escolha pelo Plug-In (caso possa aguentar o valor extra da aquisição) vale a pena, isto porque a maioria de nós faz percursos curtos por dia, facilmente menos de 100km. Com uma carga possível de “atestar” durante a noite, durante o dia é possível custos mais baixos do que se tivessem um diesel com menos de metade da potência…


OPEL GrandLand X Hybrid4 1.6 Turbo 300 PHEV AWD

Especificações:

Potência máxima combinada– 300cv
Binário máximo combinado – 520Nm
Aceleração do  0-100 (oficial): 6,1s
Velocidade Máxima (oficial): 235km/h
Consumo Combinado Anunciado – 1,4L/100km
Consumo Combinado Medido (primeiros 100km) – 2,8L/100km
Consumo combinado Medido (com 0% bateria) – 6,2L/100km

Preços:
Toyota GrandLand X Hybrid4 desde: 57.866€
Unidade ensaiada: 58.441€

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!