
“Porque no final de contas, é isto que importa”
Este é o Renault Symbioz, o mais recente modelo da marca francesa que tem como objetivo ser uma proposta racional, verdadeiramente vocacionada para a família. Com uma oferta totalmente eletrificada – graças à sua motorização híbrida convencional – o Symbioz pode ser, muito provavelmente, o Renault mais importante da gama.
Baseado na plataforma CMF-B, a mesma utilizada pelo Captur e Clio, o Symbioz é a mais recente estrela da gama SUV da Renault, sendo 174mm mais longo que o Captur e apenas 97mm mais curto do que o Austral. Este modelo tem o objetivo de ser uma solução prática para as famílias, conseguindo ser ágil em cidade e ter todos os equipamentos de conforto e segurança necessários.
O estilo é bastante inspirado claramente no Captur, modelo que a marca não esconde dar-lhe muita da sua base. Por isso, contamos com uma dianteira que já conta com a nova imagem do modelo, mais integrada na gama, onde se destacam os elementos diurnos, bastante característicos.
Na lateral começamos a ver as diferenças entre os modelos, com o Symbioz a ser mais longo mesmo a “olho nú”, contando igualmente com as jantes Gravity de 18’’ polegadas especificas e um pilar C mais evidenciado.
Mas é na traseira que estão as diferenças maiores, assim como a inspiração no mais recente Scenic. Os elementos luminosos são mais esguios e o friso que os liga confere uma sensação de maior largura ao modelo. Não foram igualmente esquecidos os plásticos em negro, que dão ao modelo uma estética SUV, sempre vencedora.
Passando para o interior, é quase papel químico do Captur. Encontramos um habitáculo bem organizado, contando já com as melhorias feitas ao modelo bem conhecido dos europeus. O Symbioz já conta com o sistema openRlink com Google integrado, bastante fácil e agradável de utilizar. Esta digitalização, é composta pelo painel de instrumentos de 10’’ e com o ecrã multimédia em posição vertical de 10,4’’. Isto faz muito pelo aspeto global do interior, sem perder a vertente prática.
Destaque ainda para os bancos suficientemente envolventes, assim como para os espaços de arrumação. Atrás, o espaço é bom para dois adultos, com três a exigir já alguma ginástica extra, com o banco a poder avançar ou recuar em 16cm, num todo, o que permite gerir a volumetria da bagageira entre os 434 e os 548l de capacidade, mais 108l que os disponibilizados pelo Captur.
No interior, embora nesta unidade não estivesse presente, o Symbioz pode contar com o tejadilho panorâmico Solarbay (opacificante), como encontrado nos mais recentes Scenic e Rafale.
Ao volante
A gama Symbioz conta, pelo menos por enquanto, com uma única escolha de motorização, o conjunto E-Tech Hybrid, composto pelo motor térmico com 1.6l de capacidade e dois motores elétricos (um deles apenas com função de gerador) que debitam, no seu conjunto, 145cv.
Este revela ser uma boa solução para quem procura consumos reduzidos, unindo com isso a suavidade de conduzir elétrico durante vastos períodos de tempo, em cidade. Em mais de 500km percorridos, o Symbioz “disse-nos” que grande parte foi feito em modo EV, o que permitiu um consumo combinado de 5,0l/100km, um valor bastante positivo.
Aqui, no capítulo da condução, a Renault fez um excelente trabalho em permitir um atalho que nos permite com dois toques num botão, “afinar” as ajudas à condução para as nossas preferências, evitando que as mesmas nos distraiam mais do que poderiam, por vezes, ajudar. Estes elementos que são obrigatórios pela União Europeia, como o alerta constante da velocidade e o assistente ativo de via, que mesmo incomodativos, funcionam de forma correta.
Em termos de conforto, o Symbioz está num bom nível, com uma boa absorção das irregularidades, fator conseguido pela boa afinação das suspensões, mas também pelas jantes de 18’’ polegadas, que nos pareceram a melhor escolha para este modelo. Existem ainda soluções de 19’’ polegadas para as versões mais equipadas.
A agilidade em cidade está garantida por uma direção leve, enquanto a a capacidade em percorrer longas tiradas em família sejam possíveis sem problema, quer em autoestradas ou nacionais. É um verdadeiro automóvel de família, numa embalagem mais compacta. Pode ser mesmo visto como o sucessor “mais tradicional” do Scenic.
Assim, com um preço a começar nos 32.500€, mais 4.000€ que o Captur com o mesmo conjunto motriz, o Symbioz pode ser o que muitas famílias procuram, com o estilo SUV da moda. O seu exterior é suficientemente apelativo, o interior espaçoso para quatro e respetivas bagagens, sem esquecer o sistema multimédia que é um dos mais avançados da indústria. O conjunto híbrido é poupado, mesmo numa condução em percursos mistos.
A unidade em teste, na versão Techno – aquela que nos parece mais equilibrada – pedia em troca 34.500€, um valor justo nos tempos que correm…