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Teste ao Ford Kuga Hybrid: A solução sem cabos de carregamento.

Teste ao Ford Kuga Hybrid: A solução sem cabos de carregamento.
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“Às vezes não é preciso mais”

A Ford está focada na eletrificação, com o Ford Kuga a ser um exemplo disso mesmo, como já puderam ler no ensaio à variante PHEV. Mas a marca americana tem outro “truque” na manga, com o Ford Kuga FHEV, um híbrido “auto recarregável” que é a solução para quem quer ser poupado, mas que não tem uma ficha sempre à mão.

 

A receita é simples.

A Ford pegou no seu Kuga e dotou este Hybrid do mesmo motor 2.5 Duratec que encontramos no PHEV, o propulsor de quatro cilindros ciclo Atkinson que trabalha em conjunto com o motor elétrico e com a bateria do sistema, com 1,1 kWh.

Neste Kuga, que pouco muda face aos outros, o sistema opta muito por dar primazia à parte elétrica, arrancando sempre neste modo e notando-se, por variadas vezes, que circula também sem emissões, graças a uma boa capacidade de recuperação de energia em travagens ou desacelerações. No primeiro trajeto feito com este SUV de generosas dimensões, diga-se de passagem, os 30km que separaram a partida da chegada mostraram que 17km dessa distância foram percorridos em modo elétrico, o que não deixa de ser de louvar, caso se circule muito em circuito citadino.

Para garantir a suavidade na condução, assim como alternar entre combustão e elétrico da melhor maneira, a Ford optou pela sua transmissão Power-Split, ou seja, uma transmissão de variação contínua, que consegue simular várias velocidades. Na prática funciona bem, só se fazendo notar caso exageremos em demasia do pedal da direita, algo que um condutor de um SUV híbrido familiar não deverá fazer assim tantas vezes.

Porém, a proposta híbrida da Ford conta com 190cv, menos 35cv que a solução Plug-In, mas que é equilibrado de novo pelo facto deste Hybrid pesar menos 143kg que o Kuga de “ligar à ficha”.

Em tirada mais longa, com autoestrada, o consumo também não exagerou, conseguindo ficar nesse troço mais rápido em 6,3L/100km, o que em conjunto com os quilómetros feitos em nacional e cidade, fazem uma média de 5,7L/100km.



Um interior que é espaçoso, mas…

O Ford Kuga é uma proposta espaçosa, é a primeira sensação que tive da primeira vez que entrei neste modelo aquando do ensaio da versão a gasóleo, mas também neste Hybrid. No entanto, esta versão, tal como o PHEV, vê a sua bagageira decrescer de dimensão até aos 411L de capacidade, algo curto, mas que pode ser gerido com algum “jeito” dos passageiros traseiros, que podem deslizar o seu banco para dar mais espaço para as compras.

O habitáculo está organizado de forma lógica, com um desenho sóbrio, mas que prima por elementos tecnológicos como painel de instrumentos digital. No entanto, o sistema multimedia, embora rápido e de fácil utilização, parece já ser algo pequeno tendo em conta os seus concorrentes, algo a que a Ford certamente fará uma revisão na altura da renovação de meio ciclo do modelo.

A posição de condução é elevada, talvez demasiado elevada para alguns, o que nos dá, por outro lado, uma melhor visibilidade. A condução, ainda assim, consegue ter “ingredientes Ford”, ou seja, o Kuga consegue comunicar bem com o seu condutor, com uma direção com um peso correto e um comportamento de carroçaria que reage bem, mesmo quando pensamos que estamos num ST.



No que toca a equipamento de série, este Kuga ST-Line X é muito bem recheado, com abertura e fecho da bagageira mãos-livres, jantes de 18’’ polegadas, faróis Full Led com máximos adaptativos, suspensão ST Line, estofos em couro sintético com ajuste elétrico para o condutor, bem como vidros escurecidos. Esta unidade contava com a cor Lucid Red por 851€, assim como o Pack Tech (1201€) que dota o Kuga de variados sistemas de apoio à condução, como o sistema de deteção de ângulo morto, cruise-control adaptativo ou mesmo sistema de estacionamento automático. No final, o preço da unidade ensaiada ficou-se pelos 52.754€.

Em resumo, este Ford Kuga Hybrid é, uma vez mais, uma solução a ter em conta. Consegue combater diretamente com os diesel, sem ter necessidade de se ligar à ficha. Uma boa escolha para quem faz mais cidade, sendo também mais suave. Com um depósito é possível fazer valores perto de 900km. A bagageira mais curta e o preço perto do Plug-In com mais potência são os seus pontos menos fortes.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!