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Ford Kuga 2.0 EcoBlue MHEV: Pode ser o melhor amigo das famílias?

Ford Kuga 2.0 EcoBlue MHEV: Pode ser o melhor amigo das famílias?
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“Preocupação Familiar”

 

De certa forma, esperava que o Ford Kuga fosse exatamente como é, aquele que é o SUV familiar da marca, que une a preocupação entre o conforto dos ocupantes e a dinâmica de condução para quem vai ao volante. Uma receita semelhante à do Focus, o que está longe de ser mau.

Esta é a terceira geração deste modelo, que cresceu e está mais tecnológico, acompanhando o que se faz no mercado. Esteticamente, o Ford Kuga absorve muitos dos códigos estilísticos empregues nos restantes modelos da marca. A dianteira assume o protagonismo graças à sua altura, mas também pela grelha dianteira e faróis de grandes dimensões. A lateral conta com uma linha de cintura não tão elevada, o que deixa antever que a visibilidade foi um dos pontos importantes, enquanto a traseira se assume como uma evolução da geração que veio substituir.

Nesta versão Titanium, o seu aspeto é mais sóbrio, graças à escolha da cor (Agate Black) e também pelas jantes de 17’’ polegadas. Para quem quer uma imagem mais desportiva ou executiva, existem versões como a ST Line ou Vignale, que dão uns pontos extra no que toca ao estilo exterior.



Passando para o interior, o Ford Kuga não impressiona pelo seu estilo. Opta sim por oferecer aos seus ocupantes um ambiente sóbrio, mas muito fácil de conviver, com os comandos a estarem colocados de forma ergonómica e prática. Quanto a materiais, encontramos superfícies suaves ao toque na parte superior, enquanto na metade inferior os plásticos rijos começam a aparecer, ainda que o modelo conte com bons acabamentos.

O espaço a bordo é outra das suas mais valias, dando uma elevada sensação seja para quem vai sentado nos dois lugares da frente, ou mesmo atrás. O condutor encontra uma posição de condução correta e confortável, graças a uma “posição de partida” que por si só já é elevada, enquanto a tal linha de cintura mais baixa ajuda efetivamente no campo de visão. Atrás, espaço para mais três passageiros, com destaque para o túnel de transmissão pouco intrusivo, assim como saída de ventilação específica, ficha de 220v e aquecimento também para os bancos traseiros.

A bagageira pode variar graças ao ajuste dos bancos da segunda fila, ajustáveis através de calhas, para optar entre mais espaço para as pernas e 475L, ou um pouco menos de espaço e contar com 645L prontos a receber bagagens.



Passando à condução, a primeira sensação é de que o Kuga quer ser o mais amigo do condutor possível, ou seja, quer que a experiência de condução seja leve e tranquila. Para isso, todos os comandos contam com um peso relativamente leve, seja através da transmissão manual de seis velocidades, dos pedais ou mesmo da direção. Por outro lado, a Ford conseguiu, ainda assim, garantir que a dinâmica presente nos modelos abaixo (Fiesta, Focus e Puma) não se perdessem, com boas reações sem movimentos exagerados de carroçaria. Sim, continua a ser divertido de conduzir… para um SUV. Quando essa diversão aumenta, apenas os bancos revelam que poderiam ter mais apoio na parte inferior.

Debaixo do capot desta unidade estava o motor diesel 2.0 EcoBlue MHEV, que junta ao bloco “dois litros” um sistema mild-hybrid que ajuda a dar um “empurrão” e a reduzir a emissão de CO2. Este revelou-se muito suave na sua utilização e pouco ruidoso, graças também ao bom trabalho feito pela marca no que toca à insonorização, que mesmo a velocidades mais elevadas em autoestrada pouco se faz ouvir.

A sua outra vantagem é também no que toca a consumos, com estes 150cv num “corpo espadaúdo” como o deste Kuga: pouco passaram dos 5,5L/100km num circuito misto, o que foi possível graças ao bom escalonamento da caixa manual de seis velocidades, mas também às jantes mais pequenas que tiram alguns “pontos” no estilo, mas que nos devolvem no que toca ao conforto e eficiência.

Para finalizar, resta falar dos seus sistemas de ajuda à condução onde se incluem o cruise-control, sistema de permanência ativa de via e assistente pré-colisão, e o Pack Tech (1240€), que faz com que este Kuga passe a contar com alerta ao condutor, sistema de deteção de ângulo morto, sistema de reconhecimento de sinais de trânsito, cruise-control adaptativo, câmara de visão traseira e dianteira e sistema de estacionamento automático.

Para além disso, destaque ainda para os 1240€ do teto de abrir panorâmico e o Pack Segurança, que oferece em troca de 992€ os faróis dinâmicos em LED e Heads-up display.

Assim, no total, este Titanuium EcoBlue MHEV de 150cv ensaiado e com opcionais pede-nos em troca 41.864€ (s/despesas), não contando ainda com as campanhas em vigor da marca, como o apoio à retoma e um desconto de 10,5% no valor base da viatura até final de junho de 2021.

Resumindo, o Kuga é um grande salto face à geração que veio substituir, preenchendo tudo o que mais necessitamos num SUV familiar. Esta versão Titanium, equipada com o 2.0 EcoBlue MHEV não é aquela em que mais se nota outra das suas vantagens: a do “Value for Money”, havendo outras propostas mais comedidas na hora da aquisição. E essa é precisamente outra vantagem do modelo: a da variada escolha de motorizações, já que conta com versões a gasolina, Full Hybrid ou mesmo Plug-In Hybrid.

Algo que a Ford tem orgulho em ter no seu Kuga, e tem razões para isso.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!