Home Ensaios Teste ao Fiat Panda Hybrid Sport: “Ar de mau, mas com consciência tranquila”

Teste ao Fiat Panda Hybrid Sport: “Ar de mau, mas com consciência tranquila”

Teste ao Fiat Panda Hybrid Sport: “Ar de mau, mas com consciência tranquila”
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“Atleta citadino”

 

O Fiat Panda é quase como que uma instituição para a indústria automobilística italiana, um modelo que já vendeu mais 8 milhões de unidades desde o seu lançamento, continuando ainda a ser um nome muito importante num segmento que está cada vez menos populoso. Para mais alguns anos de mercado, a Fiat renovou o Panda, ainda que muito ligeiramente, oferecendo também a escolha de um novo nível de equipamento, o Sport.

Esteticamente este é um Panda que se diferencia, tal como o nome diz, por uma imagem mais desportiva, graças a elementos como os para-choques exclusivos, uma pintura mate especial (800€) e jantes de 16’’ polegadas que lhe dão uma imagem mais imponente, tendo em conta as suas dimensões que são… “pouco imponentes”.

Esta imagem passa também para o seu interior, com novos bancos com padrão exclusivo e pespontos em vermelho, que encontram também lugar na alavanca de velocidades e do volante em pele, parte do Pack Pandemónio (se este não é o melhor nome de um Pack de uma marca, não sei qual será). Mas aqui no habitáculo a maior novidade é mesmo sistema de infotenimento UConnect de 7’’ polegadas, semelhante ao que encontramos em outras propostas da marca, que faz muito pela componente tecnológica do modelo, que passa assim a contar também com os sistemas de conectividade Apple CarPlay e Android Auto.



De resto não existem mais mudanças, num automóvel que já conta com dez anos de mercado, mas onde tudo funciona bem e de forma comprovada. Onde isso mais se nota é na sua instrumentação, simples e de fácil leitura. A posição de condução elevada garante uma boa visibilidade, enquanto todos os comandos estão colocados de forma lógica, para que circular na cidade seja uma verdadeira brincadeira, simples como sempre foi para o Panda.

Atrás o espaço é justo, tendo em conta os 3,65m de comprimento, podendo acolher até três passageiros. Atrás do banco, rebatível em duas partes, encontramos a bagageira de 225L de capacidade.

Mas embora este Panda Sport nos faça lembrar o Panda 100HP da geração anterior, aqui conta com o mesmo “coração” que já testámos anteriormente, o 1.0 Mild-Hybrid com 70cv.

Sim, o motor é o 1.0 GSE Mild-Hybrid três cilindros da família Firefly, associado a um sistema híbrido, que graças a um sistema de 12v ajuda o modelo nos arranques e numa maior suavidade do sistema stop/start, assim como reduz o nível de emissões poluentes. Em termos de andamento, o Panda não se acanha em cidade, onde é verdadeiramente o seu terreno de eleição. A transmissão, agora de seis velocidades, está escalonada de forma que aproveitemos sempre o melhor dos seus 70cv e 92 Nm de binário máximo. A agilidade também continua garantida, com as manobras mais apertadas a requererem menos esforço graças ao modo City, que coloca a direção extraleve. Dinamicamente, em cidade, o Panda assume até um comportamento divertido, não se apresentando como uma proposta aborrecida.

Saindo da cidade e passando para a Autoestrada, é normal que o pequeno citadino se ressinta, ainda que, se não pedirmos muito dele e circularmos, por exemplo, a 110km/h, consiga manter um bom consumo e manter essa velocidade sem muito esforço. Ultrapassar? É possível, mas é melhor que se prepare bem a manobra e que se reduza uma ou duas velocidades. Mas quanto a isso, não há milagres.

Isto porque, volto a referir, Sport é só mesmo de aspeto, já que a velocidade máxima de 164km/h e a aceleração dos 0 aos 100km/h que demora 13,9s não vão fazer acelerar muito os batimentos cardíacos.



Mas ainda assim, muitas vezes, o aspeto importa mais do que propriamente o que o cronómetro nos diz, e no caso deste Panda isso pode bem ser uma verdade para o cliente que optar por este citadino italiano, que conjuga essa imagem a uma escolha racional para quem quer ter cinco portas e cinco lugares dentro de uma pequena embalagem que também é poupada no dia-a-dia, mantendo consumos em torno dos 5,2 a 5,7L/100km.

Quanto ao equipamento, a versão Sport traz de série Airbags para condutor, passageiro assim como de cortina, ar condicionado manual, comandos no volante, ESP e Hill Holder, o sistema UConnect falado acima, e as jantes de 16´´ desde 15.763€. Se somarmos os opcionais desta unidade em ensaio, este Panda Sport Hybrid ultrapassa os 18 mil euros, algo que tem de ser justificado por essa parte emocional. Se o objetivo é mesmo o de ter um Panda Hybrid, a gama começa nos 13.721€

O certo é que mesmo com dez anos de mercado, o Fiat Panda continua a demonstrar que preenche os requisitos para ser uma boa opção para quem procura um citadino. Na verdade, é muito devido a isso que suas vendas teimam em não abrandar.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!