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Ensaio MotorO2 – Toyota Auris 1.4 D-4D Confort (Pack Sport)

Ensaio MotorO2 – Toyota Auris 1.4 D-4D Confort (Pack Sport)
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“O filho do Corolla”
No passado mês de Julho demos a conhecer o Auris na sua versão híbrida (HSD).
Agora é a vez de dar-mos a conhecer o “cavalo de batalha” da gama Auris, o 1.4 D-4D, que será sem dúvida a motorização que mais irá vender e vingar no nosso país, aqui presente na sua versão Confort (Pack Sport).

Com este novo Auris, a Toyota pretende satisfazer os seus fiéis e habituais clientes, digo isto porque as pessoas com as quais falei sobre o novo Auris contavam variadas histórias do pai ou avô que tinham um Corolla, ou que o primeiro carro foi um Starlet e em todas essas histórias a palavra “fiabilidade” estava sempre presente.
A fiabilidade e a sensação de robustez é a imagem de marca da Toyota, uma boa imagem com certeza, mas nesta nova geração do Auris nota-se que a Toyota quer mais que do que isso..Isto porque se nota o “piscar de olhos” à geração mais nova e o querer recuperar os clientes perdidos para as marcas Francesas e Alemãs.

Para isso investiram em três pontos fortes, o primeiro já falado que é a fiabilidade, a segunda e muito importante hoje em dia, a poupança, já que este Auris é muito poupadinho o que já vamos falar mais à frente neste ensaio, a terceira “arma” é a oferta de equipamento, e neste ponto nota-se o tal piscar de olhos, já que este incremento usa duas premissas importantes, a desportividade (pack Sport de oferta no lançamento) e os gadgets oferecidos pelo sistema Toyota Touch com ecrã táctil e com um monte de coisas interessantes…

Vamos lá então analisar o Auris 1.4 D-4D em pormenor.
Primeiro vamos falar do seu motor, a unidade 1.4 D-4D, durante o nosso ensaio com ritmos diferentes conseguimos um consumo de 5,0l/100km, menos de 1 litro a mais do a marca anuncia. Mas para toda esta economia temos um “preço” a pagar no que respeita às performances, já que a potência é de 90cv com um binário máximo de 205 Nm, a tarefa de aceleração dos 0 aos 100 Km/h é feita em 12,5s.
A experiência de condução deste motor é agradável muito por “culpa” do fácil manuseamento da caixa de 6 velocidades e do seu escalonamento, com as duas últimas velocidades a serem mais longas, o que é muito útil nas nossas auto-estradas.

Mas este Auris não é nenhum “molengão”, já que satisfaz bem as necessidades de um utilizador normal, por vezes parece-nos mais rápido do que realmente é já que o chassis está bem afinado e que em curva faz com que o Auris se mantenha relativamente direito, (mesmo que a direção por vezes pareça algo leve quando saímos da cidade e vamos para estradas mais sinuosas) outra das razões para este efeito é o seu “calçado”, isto porque uma das ofertas do Pack Sport é mesmo as Jantes de liga leve 17′.

Por falar nessas ofertas, saltamos para o interior onde há outros pormenores que nos fazem sentir numa atmosfera mais desportiva. Estofos em tecido com prespontos em vermelho, faixa decorativa no tablier (mesmo em frente ao nosso passageiro) inspirada na fibra de carbono, inspiração essa  que continua no velocímetro, já para os lugares traseiros a oferta da Toyota recaí nos vidros traseiros escurecidos.

O interior é tipicamente Toyota, já que nos salta logo à vista a diferente filosofia de tablier que usa e abusa das linhas rectas , a montagem dos plásticos sem falhas é quase milimétrica (mesmo que não sejam da melhor qualidade). ~

A posição de condução é a correta, o volante em pele tem a dimensão ideal, o espaço é suficiente em todas as direções e os comandos requerem habituação mas estão sempre à mão, apenas notei que devido à altura excessiva do tablier, perde-se um pouco a visibilidade da parte frontal do Auris.

Nos lugares traseiros o espaço é bastante razoável já que cabem dois adultos até um 1.80m sem sofrer de claustrofobia, o que temos a apontar destes lugares traseiros, é a sua rigidez, tal como no HSD, o banco parece-nos demasiado rijo e com falta de apoio, fazendo-nos escorregar quase de um lado para o outro, quanto à bagageira tem uma boa capacidade de carga (360l) e possuí um fundo falso que serve para criar uma superfície plana quando rebatemos os bancos.

Ainda no interior podemos encontrar uma característica muito importante do novo Auris, o seu sistema de navegação e muitas outras coisas denominado de Toyota Touch, este sistema com ecrã touchscreen que incluí:  Navegação, Sistema de Mãos Livres Bluetooth, Ligação de Mp3/ USB e Câmara de estacionamento traseira. Com este Sistema Multimédia sentimos um certo ar premium que nos faz sentir bem, mas que lhe é retirado algum brilho devido ao seu relógio digital que têm um ar já um pouco antiquado, e este relógio acarreta um problema já que o Sistema de Navegação tem uma hora e o relógio outra, ou seja os tempos de chegada ao destino não batem certo, a Toyota podia rever (retirar!) este relógio já que mancha a imagem mais high-tech do modelo Japonês.

Chegamos ao exterior, a beleza é um assunto sempre muito complicado de avaliar por ser subjectivo, mas é  quase unanime que este Auris é bastante mais sedutor que o seu antigo modelo, agora têm um ar mais ameaçador com a sua frente mergulhante e a linha de cintura alta e bem vincada, a sua traseira com farolins que rasgam desde a lateral e que terminam numa traseira com um desenho bastante limpo, deixando um espaço em “branco” desde o vidro até à chapa de matricula que se encontra no pára-choques. Mas este automóvel tem um bom equilíbrio de formas, não é demasiado radical, não fica mal em nenhuma ocasião e assim chegamos ao ponto inicial do texto, piscar o olho ao público jovem, mas não perder o cliente habitual, aqui está a velha máxima: “Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar..”.

Pontos fortes e menos fortes:Na parte positiva temos a poupança do motor 1.4 D-4D, mesmo que por vezes as performances não sejam as melhores, este pequeno motor mostra-se sempre disponível e faz um bom casamento com este novo Auris, já que o consumo foi um bom valor (5,0l/100) em utilização normal. Outro dos pontos fortes, é a sua evolução de design. O Auris é agora um produto mais maduro, chegando a uma maior clientela, tal como aconteceu com o Yaris. O terceiro e último ponto é a grande oferta de equipamento nesta versão Confort no lançamento, já que o pack Sport incluí: Jantes liga leve 17′, vidros traseiros escurecidos, acabamentos desportivos, tais como os bancos, painel de instrumentos, contornos dos faróis de nevoeiro e grelha dianteira.

Na parte menos positiva está um aspecto que é de fácil resolução (talvez numa altura de restyling),  que é relógio digital que não fica nada bem naquele interior que prima pela diferença. Outro ponto é o conforto nos bancos traseiros,  que tem uma base rija e com pouco apoio, merecendo algumas criticas dos passageiros traseiros, mas nada de grave, isto também era algo amplificado pela jantes de 17′, ganha-se em desportividade, perde-se um pouco de conforto…

Conclusão: A Toyota parece ter aprendido a formula, agora é só aprimora-la, o Auris mostra-se um bom companheiro de viagem e agora com este novo aspecto quer exterior, quer interior irá a novos horizontes. Esta pode ser uma boa escolha para um casal com um filho que deseje um automóvel fiável (cá está a palavra de novo!) poupado e recheado de equipamento de série. Ah! Se tiver dois filhos e necessitar de espaço para as bicicletas, acabou de chegar a nova carrinha Auris Touring Sports.

 

 


Motor: Auris Confort Pack Sport, 1364cm3; 90cv/3800rpm;  205nm/1800-2800rpm; Transmissão Manual de 6 velocidades; Consumo oficial: 4,2l/100; Consumo medido: 5,0l/100km;
Dimensões e capacidades; Comprimento: 4,278; Altura: 1,450; Largura: 1,760; Capacidade da mala: 360l; Capacidade do Depósito: 50l
Equipamento de série: Jantes de Liga Leve 17′; Faróis de Nevoeiro; Luzes Diúrnas, Volante Multifunções e Seletor de Velocidades em Pele; Ar Condicionado Automático; Ecrã Multifunções; Sistema de Navegação; Sistema mãos-livres Bluetooth; Rádio Leitor de CD/MP3; Ficha de Ligação USB/iPod; Vidros traseiros escurecidos.

Preço da versão ensaiada: 24,250€

Texto e fotos: Rodrigo Hernandez

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!