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Ensaio MotorO2 – Toyota Auris HSD

Ensaio MotorO2 – Toyota Auris HSD
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“Sem Compromissos..”

A Toyota foi pioneira no que diz respeito ao sistema híbrido, lançando o seu primeiro Prius no longínquo ano de 1997.
Hoje, a gama da marca fundada por Sakichi Toyoda possuí vários veículos de diferentes segmentos com este tipo de motorização e agora, o Auris HSD (Hybrid Synergy Drive) vai para a sua segunda geração que emite agora apenas 93g/cO2 por km, vamos vê-lo em pormenor…

O primeiro impacto é bem mais marcante do que no anterior Auris, com esta nova geração a Toyota consegue apelar ao público mais jovem, com umas linhas bem vincadas e marcadas até por alguma agressividade que mostram um design mais dinâmico.
A estética frontal também sofreu muitas melhorias, a grelha na mesma linha dos faróis, a grande entrada de ar com um formato trapezoidal.

Também arrojada está a traseira, agora com os seus farolins traseiros e a sua tampa da mala a fugir ao convencional adopando também linhas rectas, relegando a chapa de matricula para o para-choques.

Esta versão Hibrida distingue-se das “normais” pelos logotipos decorados com um efeito azul ou pela cor exclusiva Branco Pérola presente no modelo que ensaiámos (205€).

Passando para o interior, o novo Auris faz alguma confusão a quem entra nele pela primeira vez, devido ao tablier ser demasiado vertical e rectílineo, comparado com a maioria dos automóveis recentes, mas passado algum tempo na sua companhia deixamos de estranhar, por sua vez a disposição dos comandos é a correta. Os materiais são agradáveis ao toque e a sensação de qualidade já normal nas marcas japonesas é complementada nesta versão HSD pelas aplicações em pele (tablier e volante) e pelos assentos também em pele conjugados com tecido.

Quanto ao espaço, nos bancos dianteiros sentimo-nos bem, com espaço em altura e comprimento, nos lugares traseiros estamos sentados numa posiçao mais elevada face aos bancos frontais, a base do banco é um pouco rija o que se nota em pisos de pior qualidade.

A mala por sua vez é de 360litros de capacidade com a possibilidade de rebater os bancos para criar uma superficie quase plana que se estende até aos 1200 litros.

No que conta ao equipamento é muito completo nesta versão Hybrid Sport, incluindo os já falados estofos em pele e tecido, sensores de estacionamento frontais e traseiros com a ajuda de câmera, possui também sistema de parqueamento automático, bancos aquecidos, jantes em liga-leve de 17′, cruise-control.

Mas no interior, há um ponto em que temos de ser sinceros, “os olhos também comem”, digo isto devido ao relógio digital, que destoa no conjunto geral tendo um aspecto demasiado antiquado..
A montagem é o normal da Toyota, tudo bem aparafusado, sem folgas e sem falhas de acabamento, sentimos essa solidez e boa montagem ao fechar as portas.

Sentados no HSD, notamos logo que a posição de condução é a correta, carregamos no pedal do travão, no botão Start e…não há barulho, mas no painel diz-nos, “Ready”, então avançamos, este híbrido arranca totalmente eléctrico sentindo desde logo uma suavidade imensa, o sinónimo para este carro é mesmo isso, suavidade.

A caixa de velocidades CVT, exige sempre algum tempo de adaptação, ao inicio quando não a conhecemos o ruído em aceleração tende a invadir o habitáculo   quando conseguimos “acertar” é descontrair e aproveitar a paisagem, já que este tipo de caixa não “gosta” de pés pesados, nem é para correrias.

A grande suavidade de passagem entre o modo eléctrico e o “modo gasolina” é um ponto forte, o Auris faz isso praticamente sem notarmos, o silêncio de rolamento do motor 1.8  também merece uma nota positiva, já que contribuí e muito para o conforto a bordo, o motor eléctrico, esse, também está de parabéns, não funciona totalmente a velocidades mais elevadas, mas vai ajudando o motor de combustão a fazer o seu trabalho, na cidade o protagonismo é todo seu, já que conseguimos atravessar grandes distâncias sempre com a luz EV acesa no painel de instrumentos, a informar-nos que estamos a circular 100% eléctricos, fazendo-nos sentir bem por dois motivos: um, sentimos que estamos a ajudar o planeta para um futuro melhor e a outra, sabemos que não estamos a gastar gasolina, cada vez mais preciosa…

Boa altura para falar dos consumos! Durante o ensaio o consumo combinado foi de 4,4l aos 100km, nada mau para um motor 1.8 com 136cv que respondem bem quando “lhes” pedimos, mas se for necessária mais resposta, o Auris HSD têm um PWR (Power) Mode que nos auxilia em situações em que é necessário uma maior potência, como  subidas mais íngremes ou ultrapassagens.

Falando em andamento mais rápido, o comportamento  é eficaz, com pouco adorno de carroçaria, ajudada pelas jantes de 17′ e pela suspensão que está bem afinada, a direcção é directa, transmitindo sempre para onde estão direccionadas as rodas, possui também a leveza correcta para uma fácil condução em cidade.

Agora está na altura dos pontos fortes e menos fortes:

Pontos Fortes: No primeiro lugar está a suavidade de utilização, a leveza dos comandos e a ausência de ruído exterior para o interior do habitáculo (quando estamos habituados à CVT).Outro ponto é um que o Auris melhorou, o seu aspecto, deixou de ter o aspecto enfadonho que tinha na anterior geração e que é agora mais arrojado, fazendo agora no meu ver a transição do Corolla-Auris, já que o antigo parecia só uma evolução e este parece uma revolução.O equipamento é também uma mais valia na compra deste Auris HSD nesta versão Sport que ensaiámos, tem praticamente tudo o que podemos estar à espera de encontrar..

Pontos menos fortes: São três. O primeiro foi logo notado na primeira vez que metemos a marcha-atrás, trata-se de um apito que nada tem a ver com os sensores, ou seja quando realmente são os sensores é outro apito, e se por acaso os outros sensores (frente) também apitarem, torna-se uma autêntica sinfonia…desagradável. A boa notícia é que pode retirar esse apito (incomodativo) num concessionário Toyota, só não sei porque não vem já sem ele..Outro dos pontos menos fortes, mas que compreendo que tem de ser aperfeiçoado, é o sistema de ajuda ao parqueamento “Park Assist”, ele em muitos dos casos funciona bem, e até nem necessita de muito espaço basta 0,5m na frente e na traseira do Auris, o problema é quando está a detectar o lugar e em alguns casos engana-se, não há problema porque temos sempre a possibilidade de abortar a operação carregando no pedal do travão.O terceiro e último é o conforto em maus pisos, o que é muito ajudado pelas jantes de 17′, sentimos que somos sacudidos, isso torna-se mais perceptível nos bancos traseiros, por possuírem menos apoio lateral.

Conclusão: O Auris HSD, é um carro para quem não quer um automóvel a gasóleo e que pretende algo diferente mas sem ficar preso a certos padrões e limitações, está muito bem equipado e a suavidade é a sua mais valia, a caixa CVT torna-se um “mimo” na cidade e permite fazer bons consumos, desde que o nosso pé direito (o único que utilizamos) esteja bem comportado. Um caso a considerar se estiver incluído neste tipo de cliente.

 

 


Motor: Auris HSD 1.8 Hybrid Sport, 1798cm3; 99cv (motor gasolina) + 37cv (motor eléctrico) 136 cv (potência combinada); 142nm/4000rpm; Transmissão Variável Contínua Controlada Electronicamente; Consumo oficial: 3,9l/100; Consumo medido: 4,4l/100km;
Dimensões e capacidades: Comprimento: 4,275;  Altura:1,460; Largura:1,760; Capacidade da mala: 360l; Capacidade do Depósito: 45l
Equipamento de Série: Jantes de Liga Leve 17′; Faróis de Nevoeiros; Luzes Diurnas  Volante Multifunções e Selector de Velocidades em Pele; Ar Condicionado bi-zona; Ecrã Multifunções; Sistema de Navegação, Sistema mãos-livres Bluetooth, Rádio Leitor de CD/MP3; Ficha de Ligação USB/iPod; Limpa para-brisas com sensor de chuva; Faróis com sensor de luz; Função “Follow me Home”; Cruise Control Adaptativo; Start and Stop; Keyless Entry; Bancos Aquecidos, Vidros traseiros escurecidos;

Preço da versão ensaiada: 28,370€
Texto: Rodrigo Hernandez

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!