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Ensaio Motor-O2 – Honda CR-Z GT Top

Ensaio Motor-O2 – Honda CR-Z GT Top
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“Um transformer Civilizado”O primeiro impacto com o híbrido da Honda é marcante, as suas linhas arrojadas fazendo lembrar o bem sucedido Honda Crx dos anos 80 cativam imenso. O branco, a cor mais vista nas nossas estradas portuguesas, tem um efeito pérola que com a luz do sol produz um tom bem agradável.

Passando para o interior conseguimos admirar bem os pormenores do tablier que passa o futurismo exterior para o interior, o painel que nos informa de tudo tem como objecto predominante o conta-rotações e no meio deste o velocímetro digital, tudo isto com um efeito suspenso como se tivesse a “levitar”, possuímos também um pequeno ecrã digital que tem várias funções tais como a média de consumo, colocação dos cintos, consumos das ultimas vezes que se rodou a chave para pôr o veículo em andamento fazendo uma espécie de gráfico, e uma função muito interessante é a que nos mostra o gráfico eco, com uma barra que parte do centro desse mesmo gráfico, se essa barra “encher” mais para a direita estamos a ser menos amigos do ambiente e da carteira(maior consumo) se a barra tender a encher para a esquerda é a energia regenerada, temos também a função de mapa do motor a mostrar-nos o que nos está a fazer locomover. Sempre que desligamos o carro nesse mesmo ecrã aparece um outro gráfico que nos mostra um conjunto de folhas, essa folha vai ganhando pétalas apartir de como o nosso pé direito se comporta, isto funciona como um jogo e realmente entramos nele, queremos ser sempre menos gastadores.
Passando agora para a parte mais a esquerda do tablier encontramos três botões, tem a tarefa de nos fazer escolher os 3 modos de condução se o ECON: o carro muda para um sistema de economia máxima de combustível. Neste modo a resposta do acelerador é reduzida, para evitar que o nosso pé direito se entusiasme e dispare os consumos, a contribuição do sistema IMA é mais perceptível, incluindo também o controlo do ar condicionado, tudo para gastar o mínimo de combustível.
Modo NORMAL: este modo permite-nos obter o melhor balanço entre a performance e a economia, ideal para a cidade e estradas mais movimentadas onde a condução mais ágil é necessária.Modo SPORT: o meu favorito e creio que de todos os que já possuíram a oportunidade de conduzir o CRZ, neste modo todo o potencial da motorização híbrida é usada agora para a potencia e divertimento em detrimento dos consumos, a parte divertida do híbrido da honda, o binário torna-se imediato graças ao motor eléctrico montado no CRZ, a direcção torna-se mais pesada e a resposta do acelerador torna-se milimetrica.Qualquer num dos modos o brilhante chassis, deixa-nos sempre com uma sensação real de segurança, isso nota-se logo na primeira rotunda que fazemos, com muito pouco rolamento da carroçaria e uma grande tracção.
Cada modo tem também um efeito de iluminação inteligente.Sport, o painel torna-se vermelho, em modo normal ou econ, o painel é azul mas se for praticada uma condução económica, começa a ficar verde. Inclui também as luzes indicadoras de mudança, uteis para conseguirmos uma maior economia de combústivel.Mas o que torna o Honda CRZ um verdadeiro “transformer”, são os consumos ao serem muito civilizados, a média do ensaio, com o uso de três modos de condução, com autoestrada, cidade (na sua maioria) e estradas de montanha, ficou-se pelos 6.1l/100km, o que torna o valor consumos/emoções num patamar nunca visto com outro carro com pretensões desportivas.Mas em qualquer um destes três modos, nós deixamos de ser o centro de atenções, para passar a ser o carro, o virar de cabeças na rua, os olhares (in)discretos quando estamos parados nos semáforos, nos parques de estacionamento ( neste caso aconteceu uma situação engraçada, um condutor de um Porsche, sorriu e levantou o polegar como se estivesse a aprovar o CRZ, se um condutor de um Porsche o aprova..) ainda nos parques de estacionamento, temos de nos habituar a ter as janelas cheias de “dedadas” de curiosos quando chegamos novamente á “nave espacial” como foi chamada carinhosamente durante os dias do ensaio.A leveza dos comandos impressiona fazendo com que cada viagem se torne um prazer, e que nos obrigue a ir pelo o caminho mais logo e sinuoso, isto é realçado pela a sensação de segurança que o carro nos proporciona e pelos os excelentes bancos que nos encaixam, o volante que parece feito á medida e a caixa de 6 velocidades inédita num híbrido que é um autentico “mimo” ( conduzir outro carro depois, parece que as mudanças nao “entram”), juntamente com o excelente sistema de som premium equipado neste modelo GT Top. O motor a gasolina i-vtec com 1497 de cilindrada juntamente com o motor eléctrico de 10kw, libertam em conjunto uma potencia de 124cv e um binário de 173nm, chega bem para as emoções atrás do volante.
Agora a parte pratica do automóvel, nos lugares da frente os excelentes bancos “abraçam-nos” e tornam qualquer viagem muitíssimo agradável, nos lugares traseiros, apenas para algumas ocasiões, de preferência curtas, este pormenor também foi ressuscitado do pequeno crx, mas na minha opiniao mais vale ter dois lugares traseiros de emergência do que nenhum (como na versão japonesa e americana). Este carro pode-se tornar numa escolha irracional para alguns, por ser pequeno, estar com o preço próximo do civic por exemplo, mas quem quer este carro, quer por ser assim, um carro dito irracional, mas racional, visto que é económico, confortável, civilizado (podemos sentir-nos desportivos sem ter de descolorar vértebras e torturar a cervical sempre que passamos uma das muitas lombas das nossas ruas). Por isso, dou um 8,5/10 ao crz, pelo o seu excelente comportamento a lembrar um kart fazendo-nos sorrir sem termos de atingir velocidades proibitivas, pelo o seu aspecto arrebatador, pelo o seu interior confortável, e pelo o grande sistema de som premium presente nas versões GT.
P.S – Neste momento, a Honda apresentou já a nova geração do seu pequeno híbrido desportivo, com algumas alterações estéticas e mecânicas, brevemente mais infos no blog..Texto:Rodrigo Hernandez

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!