“Bulldog Japonês“
O Juke é um automóvel de provas dadas, e para o comprovar basta passarmos poucos minutos na rua para nos depararmos com várias unidades em circulação. Teve um começo de vida semelhante ao seu irmão mais velho, o Qashqai, no sentido em que primeiro se estranhou e depois se entranhou. E de que maneira!
O assunto que trás o Juke até ao nosso cantinho da Internet, é que este modelo durante o ano passado sofreu um ligeiro restyling para o deixar bem na crista da onda e manter-se fresco, para uma clientela também bastante fresca.
A sua frente alta e reguila faz-me lembrar um bulldog, como que a querer mostrar que o Juke não está para brincadeiras. Os faróis estão divididos em três pisos e todos eles sofreram alterações nesta renovação. Os de cima, que servem como piscas e agora luzes diurnas LED permitem uma imagem mais high-tech graças a uma assinatura luminosa mais evidente, podendo os do meio receber agora tecnologia Xenon. Outra alteração na frente foi a grelha que conta com um novo padrão e um encaixe distinto para o símbolo da marca japonesa.
A lateral não sofreu alterações, mantendo o seu perfil distinto e original.
Na retaguarda as diferenças residem no pára-choques redesenhado e nos faróis traseiros retocados, que recorrem tal como na frente, à tecnologia LED.
Entrando no seu interior deparamos com uma posição de condução alta, mas até algo desportiva, mais não seja pelo ambiente em que estamos inseridos. Os bancos com desenho desportivo oferecem um bom apoio lateral e não são demasiado intrusivos, algo a ter em conta na utilização familiar deste automóvel. O tecto panorâmico é uma novidade e pode ainda ser aberto. A personalização é também uma constante no Juke, pois quase cada plástico brilhante que vê na fotografias pode adoptar diversas cores à sua escolha.
Um dos pontos fracos do anterior Juke era a capacidade de bagagem reduzida. Pois bem, o que é certo é que nesta revisão, a Nissan encontrou 40% mais espaço útil, totalizando assim a bagageira 347l de volume. Ponto positivo para o correcto desenho do formato das portas traseiras, que apesar das suas pequenas dimensões, tornam fácil entrar e sair do respectivo banco, também ele bem esculpido.
A consola central apresenta no topo o sistema NissanConnect que nos dá acesso à navegação, comunicação e musica num só lugar. No ecrã de 7” polegadas podemos encontrar ainda pontos de interesse Google, sendo também possível enviar remotamente um itinerário para o “nosso” Juke, através de um telemóvel, tablet ou computador.
Neste ecrã destaque ainda para o escudo de protecção que nos oferece a possibilidade de ver o Juke de cima enquanto estacionamos, completando a câmara frontal e traseira. Na base dos espelhos estão presentes os indicadores que o avisam se algum veículo está no seu ângulo morto.
Mais abaixo temos o controlo da alma deste Juke. Ou seja, aqui pode aceder aos dados de condução, seleccionar os diferentes modos de condução (Eco, Normal e Sport) e definir a temperatura interior. Portanto, podemos regular a nossa temperatura e a do Nissan…
E se esperavam que fosse dito que este Juke contava com um motor diesel, tenho o prazer de anunciar que não!
O motor aqui empregue é o 1.6 DIG-T com uns agradáveis 190cv de potência. Loucura? Não acho, visto que este motor consegue ser bastante discreto quando se quer (ECO), retribuindo uns anunciados 6l/100km. Mas caso pretenda efectuar uma ultrapassagem mais apertada, seleccione o Sport e o Juke ganhará terreno a um ritmo muito aceitável. Aqui, o turbo dá-lhe uma “perninha”, proporcionando um binário de 240Nm entre as 1600 e as 5200rpm. A condução é fluída graças à escolha de um motor a gasolina, que torna tudo mais suave. A caixa de escalonamento curto também ajuda no processo, já que possui um manuseamento muito positivo.
O chassis do Juke é bastante informativo, o que em conjunto com uma suspensão de afinação mais firme e uma direcção com o peso ideal torna a experiência de condução bastante agradável. Não é um desportivo, para isso existe a família NISMO, mas acreditem que este motor torna o Juke numa proposição muito divertida, mais não fosse pelos 7,8s em que demora a atingir os 100km/h.
Na versão Teckna Premium pode encontrar quase tudo de série, como o escudo de protecção inteligente, faróis de Xénon, estofos em pele, chave inteligente, tecto de abrir panorâmico em vidro, cruise-control com limitador de velocidade e o Nissan Connect. Dos 700€ em opcionais, esta unidade contava com o Pack exterior 2 que engloba as jantes de liga leve de 18” e acabamentos dos faróis dianteiros, capas dos espelhos retrovisores e acabamentos nos pára-choques.
Para concluir, o Juke foi renovado onde mais precisava, contando agora com uma imagem mais moderna e novos equipamentos, ficando melhor integrado no seu segmento. O aumento da mala resolveu o seu principal handicap, o que melhora as capacidades familiares do pequeno crossover. E quando vai sozinho, o chassis divertido age como um recreio para o condutor, embalado pelo excelente motor 1.6 DIG-T. Há quem diga que este requer coragem na escolha, por ser um soldado a gasolina, numa guerra que se trava quase exclusivamente a diesel. O que é certo é que os consumos são muito simpáticos e a suavidade e prazer de utilização são sempre superiores a um propulsor a gasóleo. Quem sabe se muitos portugueses não mudariam de mentalidade se o experimentassem…Eu cá teria coragem e avançaria, sem medos!
Nissan Juke 1.6 DIG-T Tekna PremiumEspecificações:
Potência – 190cv às 5600rpm
Binário – 240Nm às 1600-5200rpm
Consumo Anunciado (Medido) – 6,0l/100km
(6,4l/100km)
Preço Juke 1.6 Tekna Premium: 27.352€Versão ensaiada com opcionais: 28.510€
Texto: Rodrigo Hernandez
Fotos: Rodrigo Hernandez
MotorO2 | Respiramos Motores
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