Home Ensaios DS3 Café Racer Puretech 110

DS3 Café Racer Puretech 110

DS3 Café Racer Puretech 110
0
0

“Despedida com estilo”

O DS3, caso não tenham reparado, é um automóvel com quase 10 anos de “vida”, nascido ainda como Citroën. Este modelo tinha uma concorrência muito forte no segmento B de luxo, onde se incluíam propostas como Audi A1, Alfa Romeo MiTo e o “imbatível” Mini Cooper. Saiu-se bem? Sim, mas acredito que tinha potencialidades para bem mais.

O certo é que o modelo por aqui continua, com uns “retoques” ao longo da sua vida, que lhe deram outro ‘brilho’, assim como a passagem para uma nova marca própria. O DS 3 é o ‘benjamim’ da família, e o mais radical e extrovertido da sua gama. Agora, prepara-se para a despedida, para dar lugar a uma outra moda, a dos crossovers, passando a chamar-se DS 3 Crossback, que já se deixou ver no salão de Paris, no passado mês. Chegará em Março do próximo ano.

De forma a despedir-se com estilo, a marca inspirou-se na moda ‘Café Racer’, nascida nos anos 30 na cidade de Londres, no mundo das ‘duas rodas’, para dar um alento extra, assim como um estilo bem conseguido, onde a rudeza das suas imagens (tipo tatuagens) lhe dão um carácter elegante.

Para isso, coloriram o teto de creme Parthénon e colocaram uma grande impressão feita em colaboração com a BMD Design, inspirada também nos anos 30, para criar algo com “sentimento e sentido”, com a imagem a ter significado, na qual podemos encontrar o ano de fundação da marca – 1955 – (MCMLV), um lema em latim “Tempora Heroica” assim como o “3”, número do modelo, e que podemos encontrar em muitos pontos da carroçaria do mais pequeno dos DS…

A carroçaria pode assumir seis diferentes cores, a nós calhou aquela que a marca usa como lançamento, o Cinza Platinum , que assume um bom contraste, e mostra da melhor forma as linhas (ainda) bem atuais do DS 3. A frente conta com a grelha DS Wings com outro acabamento, deixando ‘cair’ os cromados, para um mais industrial e despretensioso preto mate, algo até agora inédito e que, no nosso ver, melhora a imagem. Ainda na frente, para além do grupo ótico LED, podemos reparar que o logo da DS no topo viu o seu lugar ocupado pelo mesmo “3” que encontramos no teto, e que num olhar na lateral, encontramos no pilar B “sui generis” do modelo. As jantes assumiram também um look mais escuro, sendo de 17’’, preenchendo bem as cavas das rodas.

A traseira conta apenas com o nome da exclusiva versão limitada a 1200 unidades a nível mundial, assim como uma ponteira de escape cromada.

O DS 7 elevou a fasquia no que toca a interiores, e é aqui que se nota que o DS 3 “pede a reforma”, não sendo tão tecnológico como o modelo de topo da sua gama. Porém não deixa de ser confortável, e com toques de luxo. Exemplo disso são os bancos em pele camel, com inspiração na relojoaria, com esse material a passar também para as portas. Como exclusivo desta versão, contamos com o generoso friso do tablier a contar com a cor que reveste o teto deste ‘Café Racer’, assim como mais uma “tatuagem”, para não nos deixar esquecer de nada.

O ecrã central de 7’’ está bem organizado, e conta com o mais recente software utilizado pelo grupo, onde abaixo podemos encontrar, em separado, os comandos da climatização. Num modelo muito completo no campo dos equipamentos, que para além da navegação e do ar condicionado automático, conta ainda com vidros escurecidos atrás, assim como aquecimento dos bancos, cruise-control com limitador de velocidade, sensores e câmara de estacionamento traseira, temos ainda sistemas de “espelho” para o smartphone, como é o caso do Apple Carplay e Android Auto.

Nesta versão de aspeto desportivo, inspirado nos motociclos alterados, o motor não acompanha a aparência exterior. Contudo, não desilude.

Em Portugal, esta exclusiva versão está apenas disponível com o bloco 1.2 PureTech de arquitetura tricilíndrica, com 110cv, aliada a uma transmissão automática de seis velocidades. Chega para as encomendas?

Chega pois! O motor é até bem solícito, com o binário de 205Nm a aparecer bem cedo às 1500rpm, o que lhe permite adotar bons ritmos em troco de um consumo de combustível comedido. A transmissão automática é boa aliada, conseguindo aproveitar o melhor do motor, assim como manter as rotações mais baixas em autoestrada (face à caixa manual de 5 velocidades). Para manter o prazer de condução, existem patilhas de seleção atrás do volante, para o condutor ter sempre uma palavra a dizer.

Passados 10 anos, o comportamento continua em bom nível, com o DS 3 a transmitir uma boa segurança, podendo mesmo abordar curvas de forma mais agressiva, sem ter surpresas de maior. A direção conta com um bom peso, e o chassis, mesmo não sendo dos mais recentes do grupo, acaba por “comunicar” bem o que se passa. Não é por acaso que este automóvel tem um “pedigree” de corrida assinalável…

Voltando ao que começámos no parágrafo anterior, após quase 10 anos, o DS 3 prepara-se para terminar a sua carreira. Foi um automóvel que podia ter dado mais, mas que inaugurou um novo espectro de personalização com a possibilidade de o proprietário escolher as cores para o teto, jantes, centro de jantes ou mesmo stickers. Um momento inspirado dos franceses. Agora, com este “adieu”, veste o fato de cabedal para gozar de uma “reforma” de passeio noturno, em busca das melhores companhias nos cafés citadinos, tal como os motards que inspiraram esta versão faziam, nas noites loucas da capital inglesa…

“DS, mas de puro luxo?”
Tens de conhecer o DS7 Crossback!


DS 3 Café Racer Puretech 110 EAT6

Especificações:
Potência– 110cv às 5500rpm
Binário – 205Nm às 1500rpm
Aceleração do  0-100 (oficial): 9,9s
Velocidade Máxima (oficial): 189km/h
Consumo anunciado – 4,6l/100km
Consumo medido – 6,2l/100km

Preços:
Versão ensaiada: 25.631€


Carrega nas fotos para veres melhor este DS 3 Café Racer:

21

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!