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“No meio está a virtude?” – Teste ao Audi Q4 e-tron 40

“No meio está a virtude?” – Teste ao Audi Q4 e-tron 40
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“Na dose certa”

 

O Audi Q4 e-tron já por cá passou na sua variante Sportback, recheada de equipamento e com o motor mais potente (50) com 299cv. Agora, é altura de “descer à terra” e testar aquele que parece, no papel, ser o melhor equilíbrio para este Audi Q4 e-tron, o 40 com 204cv, e que graças à bateria de 82kWh (77kWh útil) promete ser o que vai mais longe…

 

Agora, para além deste conjunto mais “racional”, o Audi Q4 e-tron apresenta-se igualmente com o seu outro estilo mais tradicional, tipicamente SUV, que sugere até um certo aspeto monovolume, devido à sua dianteira menos longa, como tem sido bem visível nas outras propostas assentes nesta plataforma MEB.

Com a ausência de “kits” estéticos, este Audi Q4 e-tron de cor preta, mostra de forma mais pura a elegância das suas linhas, fáceis de gostar e que prometem vir a cativar muitos clientes. A traseira, secção diferente face ao Sportback ensaiado anteriormente, destaca-se igualmente pela faixa que une os farolins traseiros, assim como um design bem resolvido e bem incorporado na imagem de marca da família e-tron da marca alemã.

A aerodinâmica é ponto muito importante num automóvel, muito mais num elétrico como este, portanto na dianteira e grelha fechada, aqui de design mais simples, faz com seja mais fácil o ar passar pelos 4,58m de comprimento total deste SUV, o que resulta num Cx de apenas 0,28. Nada mau. As jantes de 19’’, as mais pequenas que podem ser escolhidas para o Q4 e-tron, prometem também uma ajuda extra nos consumos.



Passando para o seu interior, a primeira sensação é, uma vez mais, a de amplo espaço, muito devido à sua plataforma que oferece um piso plano, mas também de uma distância entre eixos generosa. São cinco lugares que dão para cinco adultos – que não se irão queixar de espaço – bem como das suas respetivas bagagens, que encontram lugar nos 520L que a mala oferece.

Para além disso, encontramos também modernidade, com um interior simplista, mas que, tal como disse anteriormente, não se rendeu demasiado ao futuro. Sim, temos “botões” capacitativos no volante, mas não deixámos de ter botões verdadeiros, nomeadamente no sistema de climatização. E isso melhora muito a facilidade de utilização deste automóvel, que pretende ser o principal meio de transporte de uma família.

Sim, os materiais não são os mais nobres que encontramos a bordo de um Audi, mas a sua montagem está isenta de erros e mostra elevada solidez no seu conjunto.

Os dois ecrãs são os líderes no que toca à informação. Se o sistema multimédia ao centro nos permite aceder aos conteúdos multimédia ou telefone, podendo também usar os sistemas Apple CarPlay ou Android Auto sem fios, o Virtual Cockpit com 10,25’’ é muito completo apresentando mesmo à frente dos nossos olhos toda a informação necessária, sendo ainda personalizável ao gosto de quem vai ao volante. Já o volante assume um formato diferente do convencional, sendo plano na zona superior e inferior. Uma questão de gosto, mas que, na prática, não atrapalha numa condução normal.



Agora a condução, é aqui a verdadeira novidade deste Q4 e-tron face ao Q4 e-tron Sportback que já por aqui passou. Se o Sportback estava equipado com dois motores (um em cada eixo) que lhe dava a tração integral (Quattro) e uma potência de 299cv, este Q4 e-tron 40 conta com 204cv transmitidos somente às rodas traseiras.

 

Primeira questão, é suficiente?

Sim, chega para as “encomendas”, com os 204cv e 310Nm a contarem com uma resposta instantânea como é conhecido neste tipo de propostas. Se quiserem pegar no cronómetro são necessários 8,5s dos 0 aos 100km/h, mas mais importante que isso, não acusa demasiado consumo em autoestrada (possíveis de manter entre os 18 e os 20,4kWh) enquanto consegue bons valores em cidade e extra-urbano (valores que podem variar entre os 14,4kWh e os 17,0kWh). No final a média em mais de 400km ficou em 18,6kWh, menos que o testado no Q4 e-tron 50 Sportback, contando ainda que este Q4 e-tron teve de “lutar” durante grande parte dos quilómetros percorridos com ventos fortes.

É divertido?

Não será um RS3 nem nos deixará de “cabelos em pé”, como o e-tron GT, mas o Q4 e-tron até consegue oferecer uma condução, mais do que divertida, podemos dizer ágil. O eixo dianteiro entra bem em curva com as mais de duas toneladas de peso a estarem bem disfarçadas. A diversão pode existir antes na parte de fazer manobras, já que o Audi Q4 e-tron (com motor traseiro) consegue ter um raio de viragem mais pequeno do que o oferecido pelo Audi A1…

E carregamentos?

Os carregamentos são exatamente iguais aos da versão mais potente. Ou seja, possibilidade máxima de carregamento são os 135kW, o que em tempo é qualquer coisa como menos de 30 minutos para garantir 80% de carga. Isto, se o carregador que usarem funcione sempre na potência máxima…

Em corrente alternada é possível ir até aos 11kWh, o que garante uma carga completa em 7h30 minutos. Quando “cheia” é possível contar com uns realistas 420km de autonomia.

Depois de testar o Audi Q4 e-tron 40 (a não ser que necessite da tração integral), entende-se porque é que esta versão é o balanço dentro da gama Q4 e-tron. Começando pelo seu preço, que é quase 6 mil euros inferior e que pode ser antes investido em equipamento de forma a rechear melhor este SUV. Para além da agilidade de um “eixo dianteiro mais livre” e um consumo ligeiramente mais reduzido.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!