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Audi A6 Avant 50 TFSIe: A solução híbrida de 299cv

Audi A6 Avant 50 TFSIe: A solução híbrida de 299cv
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“PPP: Premium, potente e poupada” 

 

O Audi A6 é um nome bem conhecido e respeitado no segmento E, um nome que surgiu em 1994 no renovado Audi 100, mas conheceu a sua primeira geração em 1997. Atualmente, o modelo continua a ser uma montra tecnológica, numa indústria em constante evolução. Assim, esta variante  híbrida Plug-in 50  TFSIe é mais essencial do que nunca. 

Em teste no “corpo” Avant, o preferido dos portugueses. 

Esteticamente, o Audi A6 Avant é um automóvel imponente, não só pelas suas dimensões generosas, como pelo seu próprio design que lhe confere uma sensação de robustez, confirmada posteriormente. Ainda que a unidade em ensaio não seja a mais entusiasmante do ponto de vista de configuração, a elegância é capaz de ser apreciada. Na dianteira destaca-se a grelha de grandes dimensões, que temos vindo a ver nos modelos da marca alemã na ultima década, num verdadeiro caso de evolução que lhe tem garantido uma imagem de marca forte. A organização dos grupos ópticos confere elegância e sobriedade, dois adjetivos muito importantes neste segmento. 

A lateral demonstra bem os 4,95m de comprimento, com boas proporções, com uma linha de cintura elevada. As jantes (que parecem pequenas) de 18’’ polegadas, são o “ponto de partida” neste A6 Avant 50 TFSIe, com muitas opções possíveis de serem escolhidas, dependendo do gosto… e da carteira do cliente. Quanto a cores, existem mais 8 opções, possíveis de substituirem este Branco Ibis. Ou então optar pela paleta, quase interminável, das pinturas exclusivas…

A traseira é também uma evolução da anterior geração, estando igualmente em linha com o Audi A4 Avant, nesta que é a outra escolha para quem pretende uma “carrinha Audi”. No exterior, o TFSIe apenas é notado graças à dupla porta de “abastecimento”, assim como pelo nomenclatura presente no portão da bagageira. 



Abrindo as portas acedemos a um habitáculo onde a qualidade é dado adquirido, juntando a isso uma elevada dose de bom gosto e elegância, que mesmo após alguns anos do seu lançamento, continua atual. No tablier o destaque vai obviamente para os dois ecrãs que comandam a maioria das funções. O superior é o sistema multimedia, enquanto abaixo encontramos um ecrã que nos serve primordialmente para controlar a climatização, mas que também se pode “transformar” num teclado… ou mesmo um ‘trackpad’ onde podemos “escrever” o local para onde queremos navegar. Uma solução interessante, que consegue colmatar a falta de solução física, mostrando isso mesmo já que para seleccionar algo nos ecrãs  é mesmo necessário “carregar”, ao invés de apenas “tocar”, recebendo um feedback háptico. 

A posição de condução é perfeita, capaz de ampla regulação elétrica, seja do banco ou mesmo do volante. Este de quatro raios tem boa pega, é algo generoso nas suas dimensões, mas em linha com as próprias dimensões do A6. O Audi Virtual Cockpit “junta-se à festa” da digitalização, e é capaz de ser personalizado ao gosto do condutor, conseguindo mesmo apresentar o próprio mapa no painel de instrumentos, para que nunca existam enganos no caminho para o destino. 

Essa posição de condução também é garantida por uns confortáveis bancos, que preferem antes oferecer essa sensação tranquila do que um apoio mais desportivo, o que é mais notório quando se conduz num ritmo mais elevado. Mas, tal como a questão das jantes, são também uma das escolhas possíveis, para quem se quiser “divertir” a configurar um Audi A6. 

Atrás, o espaço é bastante desafogado, ainda que o túnel central seja algo generoso nas suas dimensões, graças ao sistema de tração integral Quattro que garante a aderência extra a este A6 Avant 50 TFSIe. Aqui atrás, destaque para o sistema de climatização independente de duas zonas, totalizando quatro, assim como para o teto panorâmico que é bi-partido, ajudando a uma melhor gestão e conforto para todos os passageiros. 

Quanto à bagageira, é aqui que perdemos, já que a capacidade vê-se impactada nesta variante híbrida. Comparativamente com o A6 Avant com motorização TDI, o 50 TFSIe apresenta menos 160l, totalizando 405l de capacidade. Um valor “curto” para uma Avant tão longa quanto esta. Por outro lado, a abertura da bagageira é elétrica, assim como a sua chapeleira que faz toda uma coreografia para sair do caminho (e voltar para a sua posição). 

Mas é altura de ir para a estrada e entender o que vale esta proposta híbrida plug-in do Audi A6, que está igualmente disponível na variante Limousine (berlina). 

A ficha técnica promete, com números que conseguem entusiasmar. O propulsor híbrido que é concebido por um motor gasolina turbo 2.0l e um motor elétrico, geram, em conjunto, 299cv e 450Nm. Graças a esses “belos” números, é capaz de atingir uma velocidade máxima de 250km/h e uma aceleração dos 0 aos 100km/h em 6,3s. Números de desportivo, que poderíamos pensar não serem possíveis de alcançar graças a um peso que ascende aos 2150kg. 

A autonomia elétrica, porém, é o outro número importante a ter em conta. A Audi diz-nos que este A6 Avant 50 TFSIe consegue fazer 66km com uma única carga, armazenada na bateria de 17,9kWh (14,4kWh úteis). Veremos…



O conforto dos bancos é agora comprovado por um rolar suave e com uma entrega de potência linear. É no modo Auto (que faz a gestão automática dos modos de propulsão) que o Audi A6 Avant 50 TFSIe deve ser usado, caso o percurso seja misto, de forma a evitar um gasto excessivo de “kilowatts”. Dessa forma, o motor a combustão “acorda” quando o ritmo aumenta, conseguindo consumos verdadeiramente interessantes. Nos primeiros 100km percorridos, iniciando com a carga completa, o computador de bordo apresentou 3,8l/100km. Isto, num Audi A6 Avant, com quase 300cv… 

Dinamicamente, o A6 50 TFSIe não é um automóvel que ambicione ser explorado numa retorcida estrada de montanha, ainda que o consiga, com o sistema Quattro a garantir uma aderência elevada, assim como aumenta a agilidade. No entanto, este modelo prefere as longas auto-estradas para demonstrar a sua capacidade de acumular quilómetros, em total conforto. 

Mas, como é normal, as curvas chegam sempre. E nessas condições é notório o seu peso mais elevado, algo que umas jantes de maior dimensão (19’’ é suficiente) e o sistema de amortecimento variável são capazes de colmatar, tanto o seu adornar, que não é excessivo, como o balancear quando o piso não está tão perfeito. No entanto, para quem procura conforto, estas (ou outras) jantes de 18’’ polegadas são a solução ideal. A transmissão S Tronic é exemplar no seu funcionamento, com passagens muito suaves, quase imperceptíveis, e um modo S que explora bem este conjunto híbrido, assim como a direção que é direta e bem ajustada ao Audi A6.

Fora dos 100km iniciais, os consumos conseguem continuar a impressionar, num modo “full-hybrid” que variou entre os 6,4l e os 7l/100km, em percurso misto sem demasiadas preocupações. Quanto à verdadeira autonomia elétrica, essa também foi testada. Em circuito urbano e extra-urbano, o valor chegou muito perto do anunciado pela marca, com 62km conseguidos sem emitir gases de escape, com o motor elétrico a dar bem conta do recado de locomover este familiar alemão. 

Para “repor as energias”, bastam 2h30 num wallbox de 7kW, ou 7 a 8h caso se utilize uma ficha doméstica convencional. Esta autonomia elétrica é uma das vantagens deste A6 50 TFSIe, tanto a nível fiscal, como na verdadeira poupança de combustível, que permite a muitos garantir percursos diários sem consumo de gasolina. 

Depois de saber tão interessantes números de consumos, acelerações ou tempos de carregamento, passamos aos números de aquisição.

O Audi A6 Avant 50 TFSIe começa nuns respeitáveis 73.725€, um valor que não é para “todas as bolsas” mas que tem uma capacidade enorme de escalar caso nos entusiasmemos no configurador, algo que é bem possível de acontecer, já que se encontram algumas lacunas de equipamento que não seriam de esperar numa proposta como esta. Por exemplo, a unidade ensaiada não contava com elementos “obrigatórios” como o espelho retrovisor interior eletrocromático, acesso mãos-livres ou a câmara de estacionamento traseira. No entanto, esses opcionais não são excessivamente caros, o que não irá impactar muito o valor final; o mesmo não se pode dizer do teto de abrir panorâmico (2.285€) com que esta unidade contava…

Com isto quero dizer que se for escolher um Audi A6 Avant 50 TFSIe como o seu próximo automóvel, fará uma boa escolha, já que é um automóvel no sentido literal da palavra, com um conforto elevado, que garante uma capacidade de cruzar longas distâncias e que nos brinda ainda com um apetite comedido face à potência que apresenta, sempre com robustez e solidez. 

No entanto, requer alguma atenção (e disponibilidade) para o colocar ainda mais interessante, tanto por fora como por dentro. Mas, comparando connosco, seres humanos, conseguimos ver que a base deste Audi A6 (“coração e personalidade”) está lá. 

E isso, importa mais do que qualquer opcional…

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!