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Alfa Romeo Giulia Veloce 2.2 Diesel

Alfa Romeo Giulia Veloce 2.2 Diesel
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“Viajar em classe Veloce”

O Alfa Romeo Giulia já comprovou, desde a apresentação das suas primeiras imagens, que é uma berlina elegante de linhas bem italianas, dignas de um verdadeiro Alfa Romeo. A tudo isso, acrescentou logo desde os primeiros contactos uma boa experiência de condução, mais ágil, muito graças a um regresso que os puristas rejubilaram, ou seja, a volta da tração traseira, o que despoletou também um geral e renovado interesse na marca Italiana.

Dono de muitas versões, das mais sóbrias e clássicas às mais radicais e exclusivas, o Giulia oferece no Veloce o seu “ponto de rebuçado”. Por isso, aproveitámos a sua companhia para uma viagem com mais de 1200km para comprovar se a desportividade e conforto podem andar de mãos dadas.

Pois é no exterior que se perde desde logo algum tempo, a admirar a sua tonalidade (Azul Misano), exclusiva desta versão e que “ilumina” da melhor maneira as suas linhas e torneados que desaguam numa frente longa, baixa e dinâmica, onde o protagonista é sem duvida o scudetto, que está nesta versão Veloce colocado num para-choques exclusivo. O mesmo se passa na secção traseira, integrando um difusor de ar de maiores dimensões, assim como uma saída de escape dupla, mais pronunciada. As diferenças são ainda visíveis com o acrescento do logo Q4 (uma das outras exclusividades do Veloce) e do logo do modelo na lateral. Como curiosidade, o nome Veloce foi usado pela primeira vez no Giulia Spider, em 1962.

Estes toques subtis de desportividade ganham também lugar no interior, onde os revestimentos ganham novas texturas, seja nos bancos mais desportivos em pele perfurada, seja nos frisos em alumínio que adornam os puxadores, o tablier ou a larga consola central. Nesta consola é também possível encontrar alguns pontos que tornam este Veloce numa proposta para um cliente-alvo. Ou seja, se quiser um Giulia com caixa manual, pode esquecer o Veloce, já que neste modelo só se usa a (excelente, por sinal) transmissão automática de 8 velocidades da ZF, que incluindo o Pack Performance, que para nós é uma opção “obrigatória” já que inclui o diferencial autoblocante Q2, suspensão adaptativa e as muito generosas patilhas de seleção fixas à coluna de direção com um acabamento em alumínio, aumentam sobremaneira a experiência de condução.

Ainda no interior, encontramos uma posição de condução isenta de falhas, baixa e bem centrada com o volante de boa pega e de centro plano, com os passageiros da frente a contar com um bom apoio graças aos bancos com múltiplas regulações elétricas. Atrás, o Alfa Romeo Giulia não é dos modelos mais espaçosos da sua classe, ficando o conselho para apenas viajarem dois adultos devido ao elevado túnel central. Destaque para a saída de ventilação e USB para os lugares traseiros, que é também parte integrante de um pack opcional no valor de 200€. A bagageira conta com 480L de capacidade, o que iguala e até supera algumas propostas premium rivais, contra os quais o Giulia se pretende bater de igual para igual.

Com um interior bem conseguido, mas que não é perfeito: alguns dos comandos podiam ser mais intuitivos e com plásticos ou montagens a precisarem de alguns “anos de prática”, o Giulia não compromete e é bastante visível o esforço feito pelos engenheiros e criativos da marca.

Contudo, e para conseguir triunfar contra elementos fortes como são os seus concorrentes, é também preciso um comportamento à altura, e é notório que foi aí que a Alfa Romeo passou grande parte do seu desenvolvimento. O Alfa Romeo Giulia Veloce está disponível em duas motorizações, uma a gasolina de 280cv (que já ensaiámos) e uma 2.2 Diesel de 210cv, que é precisamente a que está aqui presente.

Para começar, as diferenças. Face ao Giulia Super de 180cv, este motor tem mais potência, são mais 30cv, bem como mais 20Nm de binário, ambos disponíveis na mesma faixa de rotação. Isso obviamente influencia as prestações, com o Veloce a levar a vantagem, não de forma muito notória: cumpre os 0 aos 100km/h em 6,8s (menos 0,3s que o Super) e atinge 235km/h de velocidade máxima (apenas mais 5km/h que a versão de 180cv). Essa diferença não é tão dilatada devido ao sistema de tração integral, de série nesta versão, que aumenta o peso em 90kg.

De qualquer forma, seguimos viagem. Em autoestrada, e no modo mais poupado, o Giulia cruza longos quilómetros com um bom conforto, seja do que nos passa para o habitáculo através das suspensões, seja o conforto acústico com um bom trabalho feito na insonorização. A transmissão de 8 velocidades aproveita muito bem as relações, e a 120km/h o Giulia Veloce rola abaixo das 1700rpm, o que presenteia o condutor com uns bons consumos, já que na maior tirada esses ficaram abaixo dos 6 litros a cada cem quilómetros.

Obviamente, é quando chegam as curvas que conseguimos comprovar da melhor maneira o bom acerto do chassis e da suspensão, bem como o beneficio de contar com esta tração integral Q4. A preferência deste sistema recai sempre no eixo traseiro, com o Q4 a acionar a tração dianteira assim que sente que a traseira perde aderência ou que é necessário “um puxão” na frente, seja para o manter nos eixos, ou para sair melhor em curva. Tudo isso se nota melhor no modo Dynamic, onde o motor oferece uma entrega de potência e binário digna de registo para um motor diesel. A caixa oferece uma resposta pronta, sem hesitar, com a vantagem de nas travagens mais fortes contar com um modo ‘Downshift’, ou seja, basta manter a mão esquerda na patilha de redução e as relações vão descendo automaticamente.

Sempre muito telepático em curva, este Giulia entusiasma, com o benefício de em cidade conseguir ser fácil de conduzir, com uma boa dose de conforto, mesmo com as jantes de 19’’, também opcionais nesta versão “semi-picante”.

Contudo, chegamos a uma altura de decisões. Comparando com o Giulia Super de 180cv diesel e a mesma caixa automática de 8 velocidades, estas duas versões estão díspares por mais de 7600€, o que nos faz pensar se vale a pena. Portanto, ganhamos uma melhor performance, alguns toques estéticos mais desportivos bem como um sistema de quatro rodas motrizes exclusivo, sem que os consumos sejam muito penalizados.

A nossa resposta? O Giulia “como base” já é um automóvel muito bem-nascido. A tração integral é, sem dúvida, uma grande ajuda em caminhos sinuosos ou um aliado em climas mais agrestes, contudo, com a diferença de preços pode rechear muito bem um Giulia Super que já conta com uns “suficientes” 180cv. É uma questão de ver se prefere “tração às quatro” ou mais equipamento. Qualquer que seja a escolha, vai-se divertir muito ao volante, com a salvaguarda de também contar com um bom automóvel para viagens mais longas.

« E que tal um Giulia Veloce, mas a gasolina e 280cv?»

Alfa Romeo Giulia Veloce 2.2 Diesel

Especificações:

Potência – 210cv às 3750rpm
Binário – 470Nm às 1750rpm
Aceleração dos 0-100 (oficial): 6,8s
Velocidade Máxima (oficial): 235km/h
Consumo Combinado Anunciado (Medido) – 4,7l/100km (6,3l/100km)

Preços:
Giulia Veloce desde: 55.450€
Preço da unidade ensaiada: 67.330€

Carrega nas fotos e vê este Alfa Romeo Giulia Veloce Diesel em detalhe:

Alfa Romeo Giulia Veloce Diesel
16.3 Pontos
O que gostámos mais:
- Comportamento - Motor/Transmissão - Consumos - Imagem
O que gostámos menos:
- Alguns materiais - Opcionais excessivos
Resumindo e concluíndo:
O Alfa Romeo Giulia provou nesta viagem ser mais do que mais um modelo da marca, mas sim um ponto de viragem. Mais aproximado dos seus concorrentes premium alemães, virou mais cabeças do que qualquer um dos seus rivais. Para além disso brinda o condutor com uma condução entusiasmante.
Motorização16.5
Perfomances17
Comportamento18
Consumos16
Interior17
Habitabilidade15
Materiais/Qualidade de construção16.5
Equipamento de Série15.5
Value for Money15

“A pontuação acima é totalmente da nossa opinião. Esta, tem a ver com o modelo e versão ensaiadas, tendo em conta o segmento onde a mesma se insere.”

Legenda da pontuação:
0-5: Mau;
6-10: Satisfaz Pouco;
11-15: Razoável;
16-17: Bom;
18-19: Muito Bom;
20: Excelente;

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!