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Toyota Corolla 2.0 Hybrid Dynamic Force Square Collection

Toyota Corolla 2.0 Hybrid Dynamic Force Square Collection
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“Antigo nome, nova vida”

Se há coisa que eu nunca achei boa ideia foi a de a Toyota, em 2006, decidir retirar o nome Corolla do seu modelo de segmento C vendido na europa (deixando esse nome exclusivamente na variante sedan), e chamar a esse modelo de Auris, o que se continuou a passar na geração seguinte, lançada em 2012. Não é que ache bonito o nome Corolla, é mais por ser um nome de importante relevância, e que representa um dos modelos mais vendidos do mundo, basta pensar que 1 em cada 5 Toyota produzidos, um era Corolla. Ou melhor: saber que a cada 15 segundos é vendido um, nos mais de 150 países onde é comercializado, ao redor do mundo!

Portanto, agora o nome Corolla regressa, e de que maneira!

Tendo por base uma nova plataforma global (TGNA: Toyota New Global Architecture), também partilhada com outros modelos da gama, este Corolla viu melhorada a sua rigidez, bem como a descida do centro de gravidade, sendo a base ideal para este novo Corolla tomar forma.

Formas essas que surgem agora com um estilo bem mais acutilante e fácil de gostar. As linhas são mais desportivas, que se evidenciam em praticamente toda a carroçaria. A frente conta com os seus faróis rasgados, num estilo que se enquadra na sua gama de modelos, onde também o para-choques mais largo e perto do chão lhe dá um ar suficientemente atlético. A lateral, com linhas ascendentes, é talvez mais conservadora, mas tudo muda novamente quando chegamos à traseira, onde o “jogo de superfícies” volta a existir, e onde este Corolla deixa mais alguns dotes de dinamismo, nem que seja apenas aparente.

O mesmo nível de evolução aconteceu no interior. Até se pode dizer que foi mais uma revolução. O habitáculo está bem mais agradável, seja à vista ou ao toque. Os materiais suaves são uma constante, e quase notamos uma aproximação (em alguns elementos) com a marca premium do grupo. Ao volante, é fácil encontrar uma boa posição de condução e é daí que podemos ver melhor o novo painel de instrumentos, digital e personalizável, que permite ter uma boa dose de informação mesmo em frente aos olhos.

No centro podemos encontrar o ecrã multimédia, que já contou com alguns melhoramentos face ao Auris e outros modelos da marca, mas que ainda está um pouco atrás, faltando-lhe mapas com maior definição ou sistemas como Apple CarPlay ou Android Auto. Está para breve, dizem…

Por outro lado, gostamos da ergonomia dos comandos, principalmente dos da climatização, a uma boa altura e sobretudo por não estarem “embutidos” no ecrã, mas sim num local dedicado. Os espaços de arrumação também estão em bom nível, ainda que existam muitos elementos em “piano black”, o que significa, ao longo dos anos, superfícies riscadas.

São modas da indústria, não é “culpa” do Corolla…

Passando para os lugares traseiros, o espaço não compromete, com o Corolla a não ser referência, mas muito longe de ser uma proposta apertada. A sua largura é boa, conseguindo transportar três passageiros devido a ausência de túnel central, assim como a altura. O espaço para as pernas, está na média do segmento, podendo ter alguma ajuda de quem vai à frente. A bagageira sofre, já que só conta com 313L, decrescendo dos 360L que a versão híbrida menos potente oferece. Mais espaço para bagagens? Existe a carrinha com 598L!

Mas este Corolla, ao contrário do Auris, já nem foi pensado de forma a “esconder” um motor diesel. Aqui, a prioridade é a propulsão híbrida tradicional, algo que a Toyota faz de forma referencial. E aqui, para primeiro contacto, está a novidade, o novo 2.0 Dynamic Force, um nome muito “aos anos 80”, de forma a dar ênfase ao aumento de potência face ao 1.8 Hybrid.

Este 2.0 Dynamic Force é totalmente novo, combinando um motor a gasolina 2.0 de ciclo Atkinson com um elétrico, criando em conjunto 180cv de potência. A outra diferença aqui surge na caixa, que passa a ser a CVT Shiftmatic (como a que encontrámos no Lexus UX) e que tem seis relações (programadas), possibilitando ao condutor selecioná-las através de patilhas montadas atrás do volante. Assim, há uma maior gestão por parte do condutor sobre o que se passa, conseguindo mesmo ir “reduzindo” de forma a criar uma desaceleração travão-motor mais “natural”.

Na prática, notam-se as diferenças. Este 2.0 Dynamic Force, a baixa velocidade, acaba por ser praticamente igual ao 1.8 Hybrid, contudo, se pedirmos mais dele, nota-se a diferença na potência (sempre é um salto dos 122 para os 180cv) com uma maior prontidão nas respostas. Quanto ao som típico destas transmissões, continua lá, mas nota-se geração após geração que começa a baixar o volume.

Falando nisso, as performances ao cronómetro também evidenciaram melhorias, com a aceleração dos 0-100km/h a ser feita em 7,9s, com a velocidade máxima a ser a mesma que o seu “colega menos atleta”, 180km/h.

Quanto às suas vertentes ecológicas, este motor consegue agora circular elétrico até velocidades mais elevadas. Consegui, durante algum tempo, circular acima dos 100km/h sem problema, contudo, os consumos baixos não são tão fáceis de atingir, com esta unidade a acabar o ensaio com 6,0l/100km a estarem no computador de bordo.

Mas também, que diesel com 180cv faz menos que isso? É com eles que devemos comparar.

Vamos lá a custos…

Nesta versão Square Collection, o motor 2.0 Dynamic Force pede 2.865€ a mais face ao mesmo nível de equipamento, mas com o motor 1.8 Hybrid. Vale a pena?

Pois bem, se circular muito em Autoestrada e não quer estar constantemente preocupado com as velocidades, este mais potente poderá ter lógica, devido ao maior “pulmão” do 2.0 que é mais tolerável. Contudo, o 1.8 Hybrid gosta ainda menos de combustível, e se os trajetos passam muito por cidade e nacionais, é a melhor opção, e que conta ainda com uma bagageira superior.

Quanto à versão, são seis as que estão disponíveis, com esta Square Collection a ser um bom equilíbrio (desde que goste de ver o teto em preto), e já conta com elementos como faróis LED, Smart Entry & Start, reconhecimento de sinais de trânsito, aviso de saída de faixa de rodagem, cruise control adaptativo (um pouco assustadiço), assim como Ar Condicionado automático dual zone.

Portanto, o Toyota Corolla foi um salto enorme face ao Auris. Mais cuidado, com uma condução que emociona mais, sendo muito equilibrado e com um estilo exterior que está à altura. O motor 2.0 Dynamic Force é mais uma alternativa, o que é sempre de louvar. Para além disso, os seus preços em linha (ou abaixo) dos diesel podem ajudar na sua carreira, com uma gama completa onde não falta mesmo um motor somente a gasolina com 116cv.


Toyota Corolla 2.0 Dynamic Force Hybrid Square Collection

Especificações:

Potência combinada– 180cv
Binário motor combustão– 190Nm
Binário motor elétrico – 202Nm
Aceleração do  0-100 (oficial): 7,9s
Velocidade Máxima (oficial): 180km/h
Consumo Combinado Anunciado – 3,9L/100km
Consumo Combinado Medido – 5,7L/100km

Preços:
Toyota Corolla desde: 20.229€
Preço da versão ensaiada: 32.865 €


Clica nas fotos para as veres em maior dimensão:

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!