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Toyota Corolla 1.8 Hybrid: porque o Sedan ainda importa

Toyota Corolla 1.8 Hybrid: porque o Sedan ainda importa
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“Senhor Corolla”

 

Tenho que ter respeito sobre certos nomes, nomes esses que têm um certo gabarito dentro de uma própria marca. O Corolla, para a Toyota, não é apenas mais um modelo. O Corolla é a bandeira da marca nos “quatro cantos do mundo”, responsável por um sucesso que soma mais de 45 milhões de unidades vendidas ao longo de uma carreira de 12 gerações, que surgiu pela primeira vez em 1966.

Desde a chegada desta geração do Corolla, que as minhas boas observações a este modelo têm sido uma constante, porque na verdade melhorou em tudo face ao Auris, nome dado na Europa às duas últimas gerações.

No entanto, faltava-me experimentar o Sedan, variante que por várias vezes me fugiu e que, por orgulho, nunca perdeu o nome Corolla. Sim, o Auris existia na variante Hatchback e Touring Sports, mas o Corolla ficou sempre entre nós, nesta silhueta mais clássica.

Tudo é subjetivo no que toca à estética, mas a minha opinião é que esta é a variante mais elegante do modelo, com um desenho que evoluiu bastante e que se enquadra bem na gama, ainda que a dianteira adote um estilo distinto no desenho dos faróis e da grelha. O para-choques é menos radical, ainda que o dinamismo esteja assegurado pelo seu desenho que conta com vincos interessantes, assim como pelas jantes de 18’’, de série nesta versão Luxury, a mais equipada. O terceiro volume está bem evidente e termina bem a traseira deste japonês de segmento C, já que ao contrário de outras propostas, não quer ser um “coupé de quatro portas”.



Passando para o interior, já não existem diferenças de maior. Na dianteira, é igual a qualquer outro Toyota Corolla. Portanto, temos um tablier bem desenhado e ergonómico, que não nos deixa extasiados, mas longe de ficarmos desiludidos. A construção mostra-se correta, sem barulhos parasitas ou falhas, com materiais que são, na sua maioria, agradáveis ao toque e à vista. Sentados nos confortáveis bancos em pele e tecido e numa boa posição, é possível observar o painel de instrumentos parcialmente digital, assim como o sistema multimédia, que embora não seja dos mais avançados, já conta com Apple CarPlay e Android Auto. Já não era sem tempo, Toyota…

As diferenças começam dos bancos dianteiros para trás. Os três lugares traseiros são utilizáveis, com mais espaço comparativamente ao Hatchback. Ponto extra para o cuidado com o conforto, que para além do apoio de braço central, este Toyota Corolla Sedan Luxury ainda conta com saída de ventilação dedicada, assim como aquecimento para os bancos. Sim, para os bancos traseiros, para além dos dianteiros e do volante. Quanto à bagageira, são 471L disponíveis para carga, um valor 110L superior ao Hatchback, mas menor que a Touring Sports. Devido a ser um “três volumes”, o seu acesso não é tão facilitado quanto os seus irmãos de gama.

Passemos para a condução.

A diferença não é muita face aos outros modelos, ao volante pareceu-me mais idêntico ao Hatchback do que à Touring Sports, a sua plataforma mostra-se uma vez mais capaz de imprimir um andamento com confiança e incisão mais do que suficientes. A suspensão independente às quatro rodas também ajuda nisso.



Disse que é mais do que suficiente porque o único motor disponível nesta variante Sedan é o 1.8 Hybrid de 122cv (os outros Corolla podem contar com o 2.0 Dynamic Force de 180cv) aliado à transmissão CVT. Bem mais do que performances, o Corolla Sedan preocupa-se com os consumos e com o conforto de condução. Quanto às performances, essas dizem-nos no papel que demoram 11 segundos a cumprir os 0 aos 100km/h, e uma velocidade de ponta de 180km/h. Nada de impressionante, mas suficiente para este tipo de automóvel. Acreditem.

Se precisarem de mais alguma coisa, têm três modos de condução.

Mas rapidamente se percebe que o que queremos é poupar e pautar por andamentos calmos; se entrarem nesse “jogo”, os consumos no painel de instrumentos andam na casa dos quatro litros a cada cem quilómetros, até parar nos 4,9L/100km que ficaram marcados no ecrã no final de mais de 400km feitos durante os dias que este Corolla passou comigo. Tudo graças a um sistema híbrido que consegue gerir muito bem a sua carga elétrica, regenerando de forma rápida e eficaz. A transmissão CVT continua a fazer-se ouvir, mas apenas em acelerações mais bruscas, está menos intrusiva e é algo fácil de habituar.

No final, testei este “senhor Corolla” mais tarde, mas ainda a tempo. A sua estética agrada, embora não seja a preferida de todos, geralmente por questões práticas. O habitáculo é espaçoso e agradável, num interior que não choca, e que prima pela ergonomia e facilidade de utilização, terminando em três lugares traseiros espaçosos. O que não mudou foi a capacidade de ser um verdadeiro avarento no que toca ao consumo de combustível. O seu preço de 33.900€ não é em nada exagerado, tendo em conta o seu equipamento de série, assim como uma garantia de 7 anos ou 160.000km, bem como os 10 anos de garantia para a bateria do sistema híbrido.

É uma verdadeira poupança descansada.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!