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Toyota C-HR 1.8 HSD Confort + Pack Style

Toyota C-HR 1.8 HSD Confort + Pack Style
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“Momento de inspiração”

Não sei o que é que passou pela cabeça dos designers da Toyota, ou qual foi a bebida que tomaram antes de fazerem os primeiros sketches do C-HR, mas só posso dizer para continuarem assim! Já há algum tempo que um Toyota não fazia virar cabeças ao passar pelos transeuntes (por bons motivos). Sejamos sinceros, os Toyota são, sem dúvida, produtos honestos e com fiabilidade comprovada, mas, até agora, embora o design não fosse desagradável, era um pouco desinspirado.

O Toyota C-HR surge numa altura em que os crossovers compactos são, sem dúvida, o segmento de mercado mais importante devido ao seu crescimento exponencial. Quase todas marcas que queiram ser competitivas têm um automóvel deste género na sua gama, e a Toyota não pode faltar à chamada.

E se quem pensar que este C-HR é um RAV4 mais pequeno, engane-se. Basta olhar para ele: parece quase um concept que apenas teve de cumprir alguns requisitos para poder andar na estrada. Porque para além da Toyota entrar neste segmento, fê-lo da forma mais dramática, criando algo que não havia nestes crossovers mais compactos: um coupé. Daí o seu nome, Coupe High Rider. Simples, não?

A frente é agressiva, como todo o conjunto, cheia de vincos, onde a fina grelha se molda com os grupos ópticos dianteiros, rasgados e com tecnologia LED. Abaixo, o pára-choques assume a postura dinâmica, mais perto do solo, mostrando que este crossover é mais para o estilo e menos para sujar na lama. A lateral é talvez a secção que mais agrade. Inspirada num diamante, a Toyota criou aqui uma silhueta marcante, sendo a linha de cintura ascentente, o que cria um pilar C bastante largo, que esconde o puxador da porta. As cavas das rodas estão bem evidenciadas, preenchidas nesta unidade com jantes escurecidas de 18’’. O tecto em contraste é de série com este Pack Style e valoriza ainda mais este modelo nipónico.

A traseira, que inicialmente poderá parecer estranha, depois acaba por se enquadrar. Os grupos ópticos ladeiam a tampa da bagageira, de forma a tomarem o protagonismo da rectaguarda, com o spoiler superior de grandes dimensões a puxar também pelos olhares mais atentos. Abaixo, o pára-choques assume uma filosofia idêntica à usada na frente, desportivo e robusto.

E se por fora o Toyota C-HR não desilude e é um verdadeiro exercício de estilo, o mesmo se pode dizer do interior, mais um salto criativo feito pela marca.

O tom azul domina em diversos pormenores, seja no rebordo que atravessa todo o tablier, ou mesmo nos revestimentos dos bancos ou das portas. Mas outro pormenor, feito para os mais atentos, é o padrão de diamante que surge nas portas ou tejadilho em formato 3D.

A posição de condução é ideal, sendo que este é um crossover com uma posição típica de hatchback. Vamos mais baixos, mas com uma boa sensação de visibilidade, pelo menos para a frente, já que o pilar traseiro, embora seja muito bem conseguido visto de fora, não faz milagres nas manobras. Os bons bancos, envolventes e com bom apoio, suportam bem os passageiros. Atrás, o espaço não é referencial, sentam-se bem dois passageiros, com bom espaço para as pernas e ombros. No entanto, se tiverem mais de 1,80 poderão sentir o tecto descendente deste novo modelo da Toyota…

A bagageira não sofre muito com a estética, já que apresenta 377l de capacidade e que pode contar com o rebatimento assimétrico dos bancos em 60:40, tornando um piso praticamente direito.

Quanto à condução, outra boa surpresa.

Este modelo usa nesta unidade o bem conhecido e super-eficaz sistema HSD da Toyota, que é nada mais que o motor 1.8 atmosférico de 92cv juntamente com o motor eléctrico de 53kW (72cv), gerando uma potência combinada de 122cv, gerida por uma caixa CVT que transmite esta potência até ao eixo dianteiro.

Na prática, algo que se pudesse achar sem sal é salvo pelo chassi bem afinado do C-HR, informativo mas sem ser rijo para os ocupantes. Consegue transmitir boas sensações a quem o conduz, tudo com uma grande suavidade.

A caixa CVT pede para ser trabalhada com calma, em que as acelerações devem ser feitas de forma suave, de forma a não se sentir o “gritar” típico. Este é um carro com aspecto desportivo, mas com uma alma bastante racional. Tão racional que em cidade os seus consumos são muito baixos, cerca de 5,0l a cada cem quilómetros, algo conseguido graças à boa capacidade (6,5Ah) de resposta das baterias, que fazem com que este C-HR “role” muito sem gastar uma gota de combustível fóssil, sendo facilmente recarregadas nas travagens ou nas desacelerações.

Fora da esfera citadina, o modelo não desilude, e consegue manter uma velocidade estável sem qualquer tipo de problema. A velocidades mais elevadas conseguimos ver o bom trabalho feito na estabilidade direccional, e no feedback da direcção, que pode ser alterado dependendo dos modos de condução que “mexem” também com o caracter do motor: ECO, Normal e Sport.

O equipamento, nesta versão Confort + Pack Style já é bastante elevado. No exterior destaca-se a pintura bi-tom, as jantes de liga leve e vidros escurecidas. O interior conta com um bom recheio que inclui sensor de chuva e luz com máximos automáticos, arranque sem chave, sistema de pré-colisão e aviso de saída de faixa de rodagem, sistema de reconhecimento de sinais de transito, cruise-control adaptativo com limitador, travão de estacionamento eléctrico, câmara traseira, bancos aquecidos e o ar condicionado automático bi-zona. Ou seja, um vasto equipamento.

De opcional, apenas duas coisas: a pintura Branco Pérola e o sistema de navegação, que embora o C-HR conte com o sistema Toyota & Touch2, o módulo de navegação é vendido à parte.

Se por acaso os híbridos não são “a sua praia”, saiba que tem uma versão 1.2 Turbo de 130cv aliada a uma caixa manual de seis velocidades.

Por isso, se procura um crossover, gosta de dar nas vistas e não precisa de andar fora de estrada, porque não considerar um Toyota C-HR? O conjunto híbrido é bem eficiente e está provado que não é um corredor de fundo, mas faz milagres na poupança de combustível, ainda para mais se for frequentador assíduo das nossas cidades.

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Toyota C-HR Hybrid Confort + Pack Style 

Especificações:

Potência combinada– 122cv
Binário combinado – 142Nm às 3600rpm
Aceleração do  0-100 (oficial): 11,0s
Velocidade Máxima (oficial): 170km/h
Consumo Combinado Anunciado – 3,9L/100km
Consumo Combinado Medido – 5,0L/100km

Preços:
Gama Toyota C-HR desde: 23.710€
Toyota C-HR Hybrid desde: 28.430€
Preço da viatura ensaiada: 31.426€

Toyota C-HR Hybrid
16.2 Pontos
O que gostámos mais:
- Aspecto jovem e eficiencia do conjunto híbrido
O que gostámos menos:
- Falta de sensores de estacionamento traseiro de série
Resumindo e concluíndo:
O Toyota C-HR é, talvez, o modelo da marca mais desejado dos últimos tempos. O aspecto futurista agrada a muitos, e o salto qualitativo no interior fez-se sentir. Tudo num automóvel híbrido eficaz.
Motorização16
Perfomances13.5
Comportamento16
Consumos18
Interior16.5
Habitabilidade15.5
Materiais/Qualidade de construção16.5
Equipamento de Série15.5
Value for Money18

“A pontuação acima é totalmente da nossa opinião. Esta, tem a ver com o modelo e versão ensaiadas, tendo em conta o segmento onde a mesma se insere.”

Legenda da pontuação:
0-5: Mau;
5-10: Satisfaz Pouco;
10-15: Razoável;
15-17: Bom;
17-19: Muito Bom;
19-20: Excelente;

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!