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Teste ao Cupra Formentor 1.5 TSI 150, agora com DSG

Teste ao Cupra Formentor 1.5 TSI 150, agora com DSG
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“Tudo por menos”

 

Temos de ser sinceros: muitos olham para o Cupra Formentor sem pensar sequer o que está sob o capot. Não que esta unidade se tenha de envergonhar por contar “apenas” com o 1.5 TSI de 150cv, a proposta de entrada para quem quer ter um Formentor na garagem, mas não está preocupado com os tempos dos “zero aos cem”. Esse cliente quer sim ter o aspeto desta proposta de alto sucesso da jovem marca de Barcelona.

Pois bem, as diferenças face ao Formentor mais “hardcore” não são muito visíveis, mas conseguem-se descortinar. As ponteiras de escape não estão visíveis na traseira e o sistema de travagem não é sobredimensionado, mas todas as linhas, vincos e traços desta verdadeira “aula de design” em 4,45m de comprimento estão cá.

Portanto, este modelo é um dos mais cativantes do mercado, apresentando uma boa carreira comercial. Após termos testado este mesmo motor com transmissão manual, chegou a vez de colocar a DSG à prova. Será que vale a pena o investimento de pouco mais de dois mil e quinhentos euros?



No interior, continuamos a encontrar um ambiente moderno, que junta a desportividade com a qualidade de alguns materiais mais nobres, que fazem com que esta proposta seja mais especial. A unidade em ensaio contava com os opcionais bancos em pele iguais aos que encontramos no VZ, mas que tem um custo de 1.372€, algo elevado, mas que aumenta a exclusividade no habitáculo, para além de contar com ajuste elétrico e memória para o condutor, assim como aquecimento para os dois passageiros dianteiros. Essa aproximação ao VZ (nível que não dispõe desta motorização de entrada) também foi conseguida no exterior, com as jantes de 19’’ polegadas, também opcionais por 784€.

No restante habitáculo encontramos uma proposta que é suficiente para uma família, com os lugares traseiros a serem suficientemente desafogados, ideais para dois passageiros adultos. A climatização é independente para esses lugares, que contam ainda com apoio de braço central e fichas USB-C. A bagageira de 450L é superior à que encontramos, por exemplo, no seu “primo certinho”, o SEAT Leon.

Neste interior também contamos com o sistema de navegação plus, com 12’’ polegadas, substituindo o de série com 10’’ polegadas. É um upgrade, é certo, mas ficamos bem servidos com o de mais pequena dimensão. Com esse valor, podemos optar pelo carregamento do smartphone por indução, forro do tejadilho em preto, luz LED envolvente e roda suplente de 18’’ polegadas, tudo elementos que esta unidade contava.



Mas o importante é saber como se comporta este modelo na estrada. Carregando no botão Start na consola central “acordamos” o 1.5 TSI, sem eletrificação (ao contrário do Formentor e-Hybrid que já testámos). O som do motor é suave, não sendo tão audível quanto o VZ com 310cv.

Este motor debita 150cv, entregues “lá em cima” entre as 5000 e as 6000rpm; por outro lado, o binário máximo de 250Nm está disponível numa larga faixa de utilização, entre as 1500 e as 3500rpm. Desta forma, contamos com disponibilidade, aumentando a suavidade e a facilidade de utilização, algo que a DSG em muito ajuda.

Em termos de performances, mesmo que esse cliente que falei acima não esteja muito interessado, importa referir. São 8,9s, o que separa os 0 dos 100km/h, enquanto a velocidade máxima é de 203km/h, marginalmente igual à versão equipada com transmissão manual de seis velocidades (204km/h).

Voltando à DSG, as vantagens são óbvias no conforto de utilização, principalmente em cidade, com a transmissão a gerir bem – como já é conhecido – sendo igualmente rápida e suave. Em autoestrada, a sétima velocidade permite alguma redução de rotação, devido a um escalonamento mais longo. As patilhas de seleção atrás do volante permitem uma gestão manual por parte do condutor, permitindo uma maior conexão com a condução, algo que também pode ser “trabalhado” no Drive Profile, que permite escolher entre os modos Comfort, Sport e Individual.

Isso permite explorar uma dinâmica interessente deste modelo, que demonstra uma boa qualidade de rolamento, sentindo-se robusto mesmo a velocidade mais elevada ou em pisos mais degradados. A direção com um bom peso ajuda a “ler” o que se passa com as rodas dianteiras, principalmente numa condução mais inspirada, onde até a traseira ganha alguma vida ajudando a uma superior agilidade e diversão…

Mas, fora dessas “aventuras”, o que interessa são factos como os consumos. O Cupra Formentor 1.5 TSI DSG revelou-se ligeiramente mais gastador comparativamente ao modelo equipado com transmissão manual, apresentando uma média combinada no fim deste ensaio de 7,4L/100km. O modelo com transmissão manual apresentou 6,8L/100km, mas com diferentes condições climatéricas, mais complicadas para o DSG.

Quanto à resposta à questão inicial, de que se vale a pena o investimento na transmissão DSG, a resposta é maioritariamente positiva. Ou seja, é claramente um bom investimento, caso se queira conforto na condução e se circula muito em cidade ou tem a infelicidade de apanhar muito trânsito durante o dia, não penalizando os consumos. Por outro lado, os 2500€ permitem dotar o Formentor de transmissão manual com equipamento opcional, que o torna mais especial. De qualquer maneira, esta unidade em ensaio custava 42.336€ com os opcionais, começando nos 37.537€ para este TSI 150 DSG. Uma verdadeira opção vencedora, seja com dois… ou três pedais.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!