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Renault Mégane TCe 160 Bose Edition

Renault Mégane TCe 160 Bose Edition
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“Não se mede aos litros”

Quem tem estado atento ao mercado, sabe que os motores a gasolina nunca conheceram um crescimento tão grande, com a “fatia” da gasolina a ganhar território aos preferidos motores diesel. Isso acontece por duas razões: por os clientes finalmente pegarem nas calculadoras e fazerem contas para saber se vale a pena o investimento extra; e depois por os motores a gasolina terem sido alvo de uma grande evolução, tornando-se mais poupados sem perder os pontos fortes, e este 1.3 TCe é um claro e bom exemplo disso.

Para começar, o Renault Mégane é um automóvel com sucesso provado no mercado e no seio do segmento C, tendo as suas vantagens para o cliente nomeadamente no conforto e na confiança dos portugueses na marca, assim como uma gama muito completa, seja em carroçarias (Berlina, Sport Tourer e Grand Coupé) ou mesmo nos motores, como é o caso deste TCe, que só ele tem quatro níveis de potência, que se juntam aos propulsores diesel.

Esteticamente, o Renault Mégane continua atual, mesmo que seja esperado um ligeiro restyling para breve, as suas proporções são corretas e elegantes, com esta versão Bose (a mais equipada) a ter uma imagem mais clássica e sóbria, sem perder algum dinamismo, de um modelo que dá base ao Renault mais potente da gama, o RS Trophy. Os seus grupos óticos, tanto dianteiros como traseiros, são pontos de destaque.

O interior deste Renault provou ser um salto face à anterior geração, com um habitáculo moderno e completo, onde se destaca o ‘tablet’ ao centro que guarda muitas das funções, incluindo agora CarPlay e Android Auto. Os materiais da parte central e portas são de boa qualidade, com alguns mais rijos e baratos a serem encontrados na parte inferior e no teto, contudo, sem barulhos parasitas. Está ao nível do seu segmento, numa imagem geral.

O espaço a bordo é generoso e confortável, devido aos bancos que tiveram uma grande preocupação nesse aspeto, com o condutor a contar mesmo com função de massagem (disponível com três níveis diferentes de velocidade ou intensidade). Nos bancos traseiros, os três lugares contam com saída de ventilação ao centro, mas tal como os seus concorrentes, o ideal é ser utilizado por dois adultos. Aqui, ponto menos forte para os encostos de cabeça traseiros, que limitam um pouco a visibilidade para trás. A bagageira é generosa, com 384L de capacidade e um acesso simples, contando mesmo nesta versão Bose com roda suplente de emergência.

Mas vamos passar à dinâmica, e aqui, este Mégane recebe um importante auxílio deste motor para sair daquela zona mais cinzenta que pode parecer a uma primeira vista. Para começar, é o 1.3 TCe mais potente de todos, tem 160cv e conta com um importante trunfo a seu favor: a sua arquitetura.

Ao contrário de muitos dos seus rivais, este motor desenvolvido em parceria com a Daimler, conta com 4 cilindros em vez de três, o que lhe confere um funcionamento mais regular, assim como um som mais agradável. Mas, como nem só a potência importa, convém referir que este motor conta com uma generosa dose de binário máximo de 260Nm, disponível em muito baixa rotação, tal como a potência (entre as 1600rpm e 5000rpm), o que ajuda a “desenvencilhar” em cidade ou ultrapassagem, e recorrer menos à transmissão manual de seis velocidades. Para se ter uma noção, não foram poucas as vezes que a circular em 6ª pensei que fosse em quarta, tal é a disponibilidade deste pequeno motor que não se mede aos palmos.

Agora, irão pensar como eu pensei ao inicio: “Ok, anda bem, mas é pequeno e tem 160cv, vai gastar imenso…”

Pois, mas felizmente este motor a gasolina prova o contrário, já que em percursos mistos, com algum cuidado, consegue manter a média de combustível abaixo dos 6 litros a cada cem quilómetros, tendo nós terminado este ensaio com uma média final de 6,2l/100km. Um ótimo valor para um automóvel a gasolina com 160cv, e prestações que não envergonham (9,0s dos 0 aos 100km/h e uma velocidade máxima de 205km/h). Dinamicamente, o Mégane, nesta versão Bose, não é o mais acutilante de todos, com uma direção, suspensão e reações pensadas com prioridade para o conforto que realmente consegue oferecer aos seus passageiros. Mas como dissemos no início: há um Mégane certo para todos.

Portanto, e como conclusão, este Mégane TCe de 160cv revelou-se uma surpresa, mostrando que este pode muito bem ser o “melhor motor” para o compacto francês. Junta uma boa dose de potência a um consumo comedido, suavidade e um preço que não assusta em comparação com os seus concorrentes. Se quer dinâmica pura, há outros Mégane, como este aqui, mas se apenas quer um andamento mais desenvolto, fica bem servido.


Renault Mégane 1.3 tCe 160 Bose

Especificações:

Potência combinada– 160cv/1600 ~5000rpm
Binário combinado – 260Nm às 1750rpm
Aceleração do  0-100 (oficial): 9,0s
Velocidade Máxima (oficial): 205km/h
Consumo Combinado Anunciado – 5,5L/100km
Consumo Combinado Medido – 6,3L/100km

Preços:
Renault Mégane : 22.313 €
Preço da versão ensaiada: 28.497€


Carrega nas fotos e vê este Renault Mégane  em detalhe:

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!