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Primeiro Contacto: Novo motor 1.3 TCe no Renault Mégane

Primeiro Contacto: Novo motor 1.3 TCe no Renault Mégane
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“Finalmente pode lutar nos gasolina”

O Renault Mégane tem sido um caso de sucesso no nosso país, exemplo disso é que podemos verificar que desde 1996, ano em que este modelo chegou ao nosso mercado, praticamente foram vendidas 250.000 unidades (sem contar com as variantes Scénic, Fluence ou os comerciais ‘Société’). Para além disso, o modelo foi por seis vezes o mais vendido em Portugal, só estando por uma vez fora do TOP5 nacional. E isso é, de facto, impressionante.

Mas algo faltava à quarta geração do Mégane. Falamos claro da oferta a gasolina. Porque mesmo que existisse a proposta 1.2 TCe (que ensaiámos já por aqui), pecava por não ser tão competitiva quanto os seus concorrentes, e por isso fez a Renault juntar-se à Daimler para construírem um novo bloco a gasolina, que pudesse assumir variadas facetas.

E aqui está ele, o 1.3 TCe passa a estar disponível no pequeno familiar francês com três variantes, 115cv (apenas com caixa manual e na versão Limited) com um binário de 220Nm às 1500rpm, apresentado um consumo de 6,1l/100km.

Para quem procura mais emoções ao volante, outros níveis de equipamento, ou mesmo uma caixa automática em opção, tanto as variantes 140 e 160cv oferecem isso, prometendo consumos e emissões mais comedidas face ao anterior propulsor que agora substitui.

Para isso, a Renault usou dois atributos, primeiro um revestimento dos cilindros, estreado no Nissan GT-R. O “Bore Spray Coating” melhora a eficiência, graças ao menor atrito gerado, assim como uma otimização das transferências de calor. A injeção direta do combustível também foi revista, sendo agora mais potente (250 bar), numa câmara de combustão com desenho específico, melhorando a mistura do combustível com o ar.

Outra importante tecnologia é a “Dual Variable Timing Camshaft”, o que permite controlar as válvulas de admissão e de escape dependendo da “carga” pedida ao motor. O resultado é o de um binário superior a baixas rotações, assim como uma linearidade incrementada durante as várias faixas de utilização.

Mas para ver se tudo isso surtiu efeito, conduzimos os Megane 1.3 TCe 140cv na variante Sport Tourer, e o 160cv na Berlina.

O percurso, com pouco mais de 50km, deu para aferir o comportamento deste novo motor, com um trajeto que juntou auto-estradas (normalmente “inimigas” dos motores a gasolina) e as estradas sinuosas de montanha. A verdade é que o motor de 140cv acaba por ser suficiente num andamento normal, com uma disponibilidade a baixos regimes francamente notória face à anterior geração, e nem mesmo a forte chuva que se abateu, assim como a unidade com poucos quilómetros, permitiu aferir uns consumos exatos, que se cifraram em 7,3L a cada cem quilómetros. Um pouco acima do anunciado, mas já abaixo do que conseguimos no 1.2 TCe em condições idênticas.

A variante de 160cv, por ser também a Berlina, acaba por ser mais dinâmica, e os 20cv extra acabam por se sentir, mais não seja pelas suas recuperações e acelerações mais expeditas (- 0,5s dos 0-100km/h e menos 1,3s para cumprir os primeiros 1000m).

Esta unidade, devido à chuva ainda mais forte (e alguma pressa) acusou um consumo ligeiramente mais elevados. Mas quanto a isso, só tiraremos conclusões durante uma “estadia mais prolongada”.

Os preços são agora mais estimulantes, já que acabam por ser uma alternativa válida para quem quer mais performances face ao diesel de 115cv, ou que pura e simplesmente não faz os quilómetros suficientes para que compense o diesel. Os preços, comparativamente ao diesel, podem variar entre os 1.520 e os 3.240€ em versões idênticas.

Por outras palavras, o Renault Mégane equipado com este novo motor já está disponível nos concessionários da marca, a partir dos 24.255€ para a Berlina, 24.275€ para o Grand Coupé e os 25.170€ para a Sport Tourer.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!