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Primeiro Contacto: De Toyota Aygo X pelo Porto

Primeiro Contacto: De Toyota Aygo X pelo Porto
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“Os citadinos estão (bem) vivos”

 

A Toyota insiste em apostar no Segmento A, enquanto outras marcas escolhem sair dele. A ideia da marca nipónica é, no entanto, inteligente, já que com menos concorrência consegue uma melhor performance de vendas. Mas é muito mais do que isso, já que mesmo que essa concorrência existisse, o Aygo X (leiam Cross e não X) conseguiria o seu “lugar ao sol”, graças a uma elevada capacidade de personalização, um estilo muito jovem e uma postura mais “crossover”, bem ao gosto do cliente jovem atual.

Fomos conhecê-lo ao Porto, numa aventura citadina, antes da sua chegada ao mercado nacional.

A primeira ideia que nos é incutida é que este é um modelo produzido na Europa e a pensar no Velho Continente, pensando em satisfazer as preferências da vida urbana (e além) dos Europeus, como nós. Como base, usa a dos “crescidos”, a GA-B, a mesma usada pelo novo Yaris e Yaris Cross.

Com estes temperos, a ideia da Toyota é a de conferir agilidade em cidade, mas bom pisar e dinâmica fora dela. Por falar em temperos, a primeira curiosidade deste pequeno Toyota é que as suas cores são nomes de especiarias, portanto pode ter um Aygo Chilli ou Ginger (Gengibre), é tudo uma questão de gosto… ou palato.

Num primeiro olhar, reparamos logo no seu estilo que é uma evolução, mostra-se mais robusto, mais crossover e mais aventureiro. Tudo o que queremos quando estamos perante uma nova aventura. No que toca a dimensões, com 3,70m, este novo Aygo X é 23,5cm mais comprido que a anterior geração do modelo, contando com um crescimento de 90mm na distância entre eixos. O Toyota Aygo X está tão “crescido” que pode montar jantes de até 18’’ polegadas!

Mas, tal como a sua anterior geração, o Toyota Aygo X conta também, numa das versões, com tejadilho retrátil em lona.



Passando para o seu interior, contamos obviamente com materiais mais rijos, como é expectável, mas com um desenho “fora da caixa”, mais jovem, assim como uma montagem sólida, pronto para durar largos anos de uso mais exigente, bem normal nos citadinos. Assim, encontramos uma posição de condução correta, com uma boa visibilidade, assim como uma leitura fácil dos instrumentos (que não são digitais), e com o sistema multimédia Smart Connect (que conta com os sistemas Apple CarPlay e Android Auto sem fios) montado dentro de um elemento oval, que é o protagonista de design neste interior. Os comandos da climatização são independentes desse sistema, estando situados mais abaixo, podendo ser manual ou automático, dependendo da versão.

Atrás, o Aygo X continua, tal como o seu antecessor, a sentar apenas dois passageiros (sendo um quatro lugares) e conta ainda com as janelas em “compasso” como os automóveis de três portas; assim poupa-se no custo e no peso. Em termos de espaço, é o que podemos esperar neste segmento, ainda que seja possível encontrar um ponto para reparo, já que o formato das portas traseiras não sai favorecido num ângulo de abertura algo limitado, dificultando o acesso ao habitáculo. A bagageira, por sua vez, cresceu, passando dos 168L da anterior geração, para uns mais atrativos 231L de capacidade.



Condução

Ligamos o Toyota Aygo X e ouvimos um motor a combustão, aqui não há eletrificação, o que é estranho numa marca onde as vendas são, na sua maioria, de automóveis híbridos. Assim, a marca nipónica utilizou um motor 1.0L sem turbo, que apresenta 72cv de potência e 94Nm, uma receita simples, sem complicações. Dessa forma, não havendo milagres, o Toyota Aygo X desenvencilha-se bem no trânsito citadino, com a ajuda da transmissão manual de 5 velocidades, para encontrar o regime ideal.

Para quem não quiser um “pedal extra”, a Toyota propõe ainda uma transmissão CVT, para mais conforto.

Mas é em cidade que o Aygo X começa por “marcar pontos”, já que agora pisa melhor o asfalto (e o empedrado) melhor que o seu antecessor, mesmo com as jantes de 18’’ polegadas, mostrando-se muito cómodo, sem sacudir os passageiros mesmo nos pisos mais difíceis. Fora da cidade, mesmo que não tenhamos circulado muito por essas vias mais rápidas, notam-se também as vantagens desta nova plataforma, com um acerto que também aqui é correto, apresentando-se mais estável e com um eixo dianteiro mais rápido nas suas reações.

Com um chassis que impressionou pela positiva, o motor 1.0L que prefere a cidade às longas tiradas em autoestrada consome pouco. A Toyota anuncia 4,9L/100km para este Aygo X, com esse valor a ter sido atingido numa viagem desde o Porto até à praia da Aguda. Mas diremos que em condução normal podemos contar com 6,0L/100km sem problema, mesmo com muita circulação pela cidade.

 

Preços

Com um motor à escolha, a gama é composta por três versões: play, pulse e envy e uma edição especial Limited, que tal como o nome indica é limitada e estará apenas disponível no nosso mercado durante os primeiros seis meses de comercialização.

A versão play conta já com volante em pele, ar condicionado manual, espelhos retrovisores exteriores aquecidos e elétricos, sensor de luz e assistência à condução inteligente (cruise-control adaptativo), ecrã multimédia de 7’’ polegadas e câmara auxiliar traseira por 16.490€.

Dando o salto para a versão pulse passamos a contar com faróis de nevoeiro e jantes de liga-leve de 17’’, assim como as cores inspiradas nas especiarias por 17.820€ (a versão CVT só está disponível nesta versão por 18.970€).

Quem quer algo mais equipado, envy é o caminho a seguir, que passa a contar com o teto em lona (canvas roof), jantes em liga-leve maquinadas de 18’’, sistema entry & start, sensor de chuva, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, faróis LED, sistema multimédia de 9’’ polegadas com integração de smartphone e carregamento sem fios, e ar condicionado automático por 21.050€.

A versão Limited oferece apenas a sua cor específica Verde Cardamomo com acabamento em laranja e elementos exclusivos, que face ao envy retiram o Canvas Roof, mas integra os bancos aquecidos por 21.230€.

 

Conclusão

No geral, o Aygo X é uma nova maneira de ver os citadinos, com uma imagem mais SUV, com um desenho mais emocional e equipamentos que, até agora, só víamos em segmentos superiores. Quer ser uma proposta mais emocional para quem procura andar maioritariamente em cidade, mas que graças a um bom comportamento não tem medo de andar fora dela, desde que se entenda que contamos com um motor “mil”.

Só o futuro o dirá, mas neste primeiro impacto podemos dizer que tem tudo para conseguir conquistar um elevado sucesso, mesmo que o seu preço se aproxime de propostas de segmento B. Mas como já vimos, o estilo importa…

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!