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Potente e poupado? – KIA Sportage PHEV à Prova

Potente e poupado? – KIA Sportage PHEV à Prova
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“Multifacetado”

Estamos de regresso ao volante do KIA Sportage para testar a importante variante PHEV do modelo, a mais potente da sua gama, ao ser oferecida com 265cv, enquanto, no “polo oposto” oferece consumos comedidos, sem perder a sua faceta familiar. Ou seja, tudo o que podemos necessitar na mesma embalagem. Mas, será este o Sportage ideal?

É difícil descobrir as diferenças entre este Sportage e um outro, apenas a inscrição PHEV na traseira e a “porta extra” para dar corrente a este KIA o desmascaram. Portanto contamos com um SUV com uma imagem moderna, decididamente KIA, ainda atual e que tem conquistado os portugueses, num mercado que está cada vez mais feroz. O exterior desta unidade destacava-se pelos elementos de plástico em preto brilhante, assim como pelas jantes de 19’’ polegadas que preenchem de melhor forma as cavas das rodas.



No interior contamos com um habitáculo bem concebido, bastante influenciado pelo 100% elétrico EV6, nomeadamente nos dois ecrãs que compõem o sistema de infotenimento e o painel de instrumentos, cada um com 12,3’’ polegadas. Abaixo, contamos com um elemento tátil, que permite tanto comandar as funções multimédia e navegação, como a climatização, podendo intercambiar com o toque de um botão, solução engenhosa que permite ter um acesso rápido, mantendo um aspeto “clean”. Quanto ao sistema multimédia, é completo e simples de utilizar, no entanto não é dos mais completos do mercado, necessitando que liguemos o nosso smartphone por cabo de forma o utilizar o Apple CarPlay ou Android Auto.

A consola central permanece com botões físicos, para um rápido acesso, nomeadamente aos modos de condução. O comando da transmissão é feito através de um seletor rotativo, que se torna simples de utilizar sem obrigar a retirar os olhos da estrada, mas que ficaria melhor com uma solução mais tradicional. A posição de condução é correta e elevada como se espera num SUV, enquanto o volante de três braços assume uma boa pega.

Aqui dentro é também onde podemos constatar o amplo equipamento de série, não faltando muito a este KIA. No entanto, também não temos opcionais disponíveis para eleger, a única escolha disponível é a de uma de 10 cores disponíveis para revestir o exterior deste modelo.

O espaço interior é bastante aceitável, dos mais amplos do segmento, com o único local a ser impactado por esta eletrificação “mais forte” a ter sido a bagageira, que com 540l apresenta menos 47l que um Sportage equipado apenas com motor a combustão. No entanto, é um bom valor face aos seus concorrentes.

 Ao volante

O KIA Sportage utiliza um conjunto composto por um motor a gasolina 1.6l de capacidade e 179cv de potência com um motor elétrico de 91cv, os dois em conjunto oferecem uma potência total de 265cv e um binário de 350Nm, mais do que suficientes para animar esta proposta familiar. A autonomia elétrica, segundo a marca, ascende aos 70km, graças à utilização de uma bateria de 13,8kWh.

A transmissão é de seis relações, com este KIA a contar com tração integral mecânica, ou seja, não é “apenas” um eixo traseiro acionado pelo motor elétrico. Graças a isso podemos contar com diferentes modos de condução mais específicos para circular em fora de estrada, ainda que seja importante relembrar que este não é um todo-o-terreno puro e duro, mas sim uma solução vantajosa para quem necessite de percorrer caminhos mais complicados, ou em condições climatéricas que ofereçam condições de aderência mais precárias.

Mesmo que exista um aumento de potência face ao HEV (híbrido sem necessidade de carregamento) de 35cv, o peso aumenta 250kg face a esse, devido à tração integral e à bateria de maiores dimensões.



A sua condução prima por oferecer mais conforto do que dinamismo, portanto devemos ver os seus 265cv como ajudantes a conseguir imprimir um ritmo confortável do que propriamente a “espremer” todo o seu sumo, ainda que os 8,2s para cumprir os 0-100km/h sejam um valor bastante digno. Mesmo que não impacte em demasia o conforto, a suspensão é, no PHEV, um pouco mais firme para compensar o aumento de peso, o que se faz notar em velocidades mais reduzidas, algo que é igualmente amplificado pelas jantes de 19’’ polegadas. No entanto, essa firmeza extra ajuda em autoestrada, sendo um automóvel que acumula quilómetros sem “pesar”.

Mas as grandes vantagens estão presentes nos consumos, principalmente no dia-a-dia.

Para começar, os primeiros 100km (com bateria carregada) apresentaram um consumo final de 2,6l/100km, um valor interessante, ainda que longe dos 1,1l/100km apresentados pela marca. Depois foi altura de testar a autonomia elétrica, que com ar condicionado ligado, conseguimos 61km (apenas 9km abaixo dos 70km homologados pela marca sul-coreana).

Em autoestrada, com a gestão automática a ser feita pelo KIA, conseguimos um consumo de 5,4l/100km, enquanto sem carga esses valores aumentam (obviamente), sendo mais sensato esperar entre 7 a 7,5l/100km. O depósito de combustível é mais pequeno neste KIA, contando com 42l de capacidade, menos 10l do que em qualquer outro Sportage.

Para carregar a bateria, podemos fazê-lo até 7,2kW (a potência máxima admitida), o que demora 1h45 ou algo como 5h30 numa ficha doméstica. De futuro, na altura da sua revisão, seria positivo que a KIA incluísse uma possibilidade de carga rápida, de forma a minimizar o impacto de um depósito de combustível mais “curto”.

Em conclusão, o KIA Sportage PHEV pode ser uma solução bastante interessante para quem ter um ponto de carregamento diário, já que o seu preço de 45.550€ está bastante ajustado, mesmo para um cliente particular, estando disponível por pouco mais de 4.000€ acima do HEV, com 230cv e tração dianteira.

Este modelo apresenta uma autonomia elétrica bastante positiva, acima de alguns dos seus concorrentes diretos, bem como uma boa habitabilidade e conforto geral, sendo um bom automóvel familiar que tem ainda trunfos como uma tração integral que não depende apenas do motor elétrico para funcionar. Para além de tudo isso, temos a garantia de fábrica de 7 anos ou 150.000km, como é apanágio da marca coreana, o que é sempre mais um motivo para oferecer “paz de espírito”.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!