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Mercedes-Benz SLC250d “RedArt Edition”

Mercedes-Benz SLC250d “RedArt Edition”
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“Ensinamentos em tons de Vermelho”

Confesso que comecei este ensaio com muitas dúvidas, e até com juízos feitos por antecipação. Se de um lado tinha um roadster de dimensões diminutas e aspeto dinâmico como o do Mercedes-Benz SLC, do outro lado da balança tinha um motor diesel que repousava debaixo do capot. Será que isto pode alguma vez funcionar? A resposta, poderá saber nas próximas linhas.

O Mercedes-Benz SLC é uma das propostas roadster da marca alemã, com uma carreira comercial que começou com um outro nome – SLK -, em 1997. O modelo evoluiu, e sempre se destacou devido às suas curtas dimensões, mas sobretudo pelo seu teto rígido retrátil que tantos adeptos conquistou. Hoje, o SLC é uma proposta muito emocional, ainda mais nesta edição especial RedArt Edition, que está disponível como pack em qualquer propulsor deste modelo.

A sua dianteira baixa, longa e agressiva tem vários elementos na cor vermelha que se destacam, como é o caso do difusor inferior, ou os pequenos “diamantes” que revestem a grelha deste modelo, onde a protagonista é sem duvida a estrela de três pontas, imagem da marca de Estugarda. Detalhes esses que vão aparecendo nos 4,13m de comprimento deste modelo. No seu perfil escultural, o Cinzento Selenite assume um excelente contraste com esses apontamentos, seja na aplicação da saída de ar do lateral, ou mesmo nas maxilas de travão, que mordem os travões de alta performance deste modelo, perfurados e de dimensão generosa, “resguardados” pelas jantes de 18’’ de desenho exclusivo para o RedArt Edition.

A traseira assume um desenho mais sóbrio, onde se destacam os farolins de grandes dimensões, com tecnologia LED, e onde esta edição deixa o seu carimbo, no fundo do para-choques, entre a dupla saída de escape.

Dentro do cockpit (sim, podemos chamar assim) sentimo-nos especiais e bem perto do asfalto, com uma posição de condução irrepreensível, com as pernas bem esticadas e “abraçados” pela bacquets, que são também elas um dos pontos de destaque no interior de inspiração claramente desportiva.

Com o nome da versão e do modelo debruados no encosto de cabeça, com um padrão que nos faz lembrar a fibra de carbono, e por isso a competição, conta com os pespontos em vermelho, bem como cintos de segurança na mesma cor. Esse esquema segue também para o volante, espesso e de boas dimensões, que dos dá uma pega muito segura. A consola central é uma peça bem conseguida, com acabamento em alumínio, e mesmo com uma grande profusão de botões a que já não estamos habituados, acaba por ser ergonómica e fácil de utilizar. Mas é também aqui que constatamos um dos pontos mais fortes do SLC, a sua robustez, com uma montagem isenta de erros e que faz com que este Roadster não apresente um único barulho parasita.

Conduzir a céu aberto? Não é um problema, nem mesmo com dias mais frios como os que se fizerem sentir nos dias em que tivemos este SLC em ensaio. Isto acontece devido a dois fatores. Primeiro, a um simples defletor de ar, montado entre os dois arcos, que evita que o vento entre em demasia na cabina, podendo, graças a ele, conseguir rolar em auto-estrada sem qualquer problema. Depois, quando a temperatura baixa, o AirScarf dá um conforto extra, mantendo o pescoço bem quente, o que juntamente com os bancos aquecidos, convida a viagens noturnas com as estrelas a servirem de teto…

A condução deste SLC250d convida a dois tipos de condução distintos, ou um mais relaxado em passeio, aproveitando os bons consumos deste motor diesel, ou mais dinâmicos, onde a caixa 9G-Tronic explora de uma boa maneira os 204cv de potência deste bloco. Optamos maioritariamente por um ritmo mais calmo, já que pensamos ser esse o objetivo de quem escolhe um SLC com este propulsor, e deste modo conseguimos constatar a grande disponibilidade, o que junto com uma grande suavidade da transmissão, tornam cada viagem num agradável momento a bordo, onde a capota, quando fechada, se revela um ex-libris, insonorizando melhor o habitáculo do que uma proposta têxtil.

Numa toada mais calma, os consumos podem mesmo surpreender, ainda para mais se escolher os modos mais “domesticados” do Dynamic Select: Confort ou ECO, com este último a usar por muitas vezes o modo “roda livre”, que faz somar quilómetros, aumentando a autonomia.

Mas se procura emoções, existe o modo Sport e Sport+. Com a direção a ficar mais pesada e o acelerador mais reativo, o SLC mostra a sua grande agilidade, onde também é notória a função Dynamic Cornering Assist, que atua como um autoblocante e faz com que a frente se insira muito bem em curva, sem nunca hesitarmos. A traseira é viva quando o ritmo aumenta, mas muito fácil de controlar, tornando a condução num momento de diversão.

Foi neste momento que finalmente entendi que um modelo deste tipo pode mesmo ter um motor diesel, já que garante umas boas prestações, como é o caso dos 245km/h de velocidade máxima, ou o tempo de arranque de apenas 6,6 segundos para atingir os 100km/h, prestações de um desportivo. E se pensam que isso vem dos seus 204cv, não estão enganados, mas este 250d tem na sua “manga” um outro atributo muito forte, o seu binário de 500Nm!

Após dar uma vista de olhos pela gama SLC, equipada com transmissão automática, isso torna-se ainda mais simples quando começamos a fazer contas, já que este diesel se encaixa mesmo entre dois motores gasolina. Com o SLC200 poupa cerca de 2000€, mas não é tão eficiente e “perde 20cv”. Se a gasolina for mesmo uma condição necessária, pode ainda optar pelo mais dinâmico SLC300, cerca de 1500€ mais caro mas com um incremento de 39cv, esqueça é a autonomia “quase infinita” deste 250d.

Mas se as prestações são mesmo a sua maior prioridade, então “a sua praia” está no SLC43AMG, uma máquina diabólica com 367cv que são diretamente enviados até ao eixo traseiro, mas com um preço que já está fora destes campeonatos.

No final, entendi que o SLC250d pode ser dinâmico, mas também um excelente automóvel de passeio, ótimo para grandes tiradas, e até viagens europeias como eu imaginei fazer, não fosse ter uma data de entrega. A sua mala de 355L está pronta para receber as malas, mas se a capota for recolhida para passear nessas belas costas e marginais à beira mar, é bom que vá no verão, de forma a levar menos roupa, já que a dimensão reduz para os 255L.

Quanto ao preço, o SLC250d começa nos 54.550€, com esta unidade a aumentar esse valor até 67.369€ devido aos opcionais, valor justificado por um roadster premium, com um motor eficaz e acima de tudo eficiente, que conta com as vantagens de teto rígido retrátil e um interior com uma qualidade que promete ser à prova do tempo…

Mercedes-Benz SLC250d 9G-Tronic “Red Art Edition”

Especificações:
Potência –204cv às 3800rpm
Binário – 500Nm às 1600rpm
Consumo Anunciado (Medido) – 4,4l/100km (6,7l/100km)
Aceleração 0-100km/h (oficial): 6,6s
Velocidade máxima (oficial): 245km/h

Preços:
Mercedes-Benz SLC desde: 43.250€
Preço da versão ensaiada: 54.550€
Preço da unidade ensaiada: 67.369€

 

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!