Home Ensaios Renault Megane GC 1.2 TCe

Renault Megane GC 1.2 TCe

Renault Megane GC 1.2 TCe
0
0

“Segunda parte do lado B”

Depois de ensaiar pela primeira vez a nova versão Grand Coupe do Megane, chegou agora a altura de testar esta proposta com o motor a gasolina 1.2 tCe de 130cv, com uma potência exatamente igual à do diesel, mas com um preço significativamente mais baixo. Vamos ver como se comporta nesta nova carroçaria, que não é todo a preferida para a maioria dos clientes.

Visto de fora, este Megane está em linha com as outras propostas da marca, obrigatoriamente mais clássica, já que nesta versão não existe linha preferida dos Portugueses, a GT Line. Para colmatar, a marca usa como versão mais equipada, a Executive, que no exterior se destaca principalmente pelas jantes de 18’’ e pelo grupo ótico dianteiro em LED. O perfil é elegante, com as linhas a fluírem de forma suave, criando um terceiro volume elegante, algo inspirada na outra berlina da marca, o Talisman, graças ao grupo ótico traseiro que atravessa a porta da bagageira de ponta a ponta.

O interior, é retirado a “papel químico” dos outros Megane, ou seja, encontramos um tablier moderno, destacado pelo sistema R-Link, com o seu ecrã vertical de dimensões generosas que é responsável por grande parte das funções que temos disponíveis no interior (climatização, telefone, rádio, sistemas de segurança ou definições). Graças ao sistema Multisense, podemos alterar os parâmetros da condução, assim como personalizar a decoração interior, seja nas cores ou no grafismo do painel de instrumentos.

A posição de condução é confortável, com os bancos a darem um bom apoio, mas com a desvantagem de um acabamento em veludo, que por vezes acaba por nos “prender” e ser algo quente, para além de agir como um autentico micro-fibras e “limpar” tudo o que esteja a mais na nossa roupa.

Os lugares traseiros são mais espaçosos, com um amplo espaço para pernas e ombros, mais do que na carrinha ou no hatchback, contudo a altura é mais reduzida devido desenho do teto descendente deste modelo.  A bagageira também é a maior que podemos encontrar na gama Megane, apresentando 550L de capacidade.

A questão aqui neste ensaio prende-se com: vale a pena poupar cerca de oito mil euros na compra desta versão a gasolina, em vez do 1.6 dCi de 130cv?

Tudo depende de quem está a conduzir, mas antes de irmos a essas contas, resta explicar como funciona na prática este motor.

Este 1.2 tCe apresenta uma arquitetura diferente da maioria dos seus rivais, por optar por quatro cilindros, enquanto os três são decididamente os preferidos. A Renault consegue assim, sem “truques” um funcionamento supostamente mais suave e com menos trepidações. Na verdade, confirma-se.

O seus 130cv são entregues às 5500rpm, o que não é preocupante tendo em conta que o binário (205Nm), significativamente mais baixo que o do diesel, aparece em todo o seu esplendor às 2000rpm. A parte negativa, é que abaixo destas rotações, este modelo demora a progredir, e exige algum trabalho com a caixa manual de seis velocidades, que tem verdadeiramente um escalonamento longo, de forma a poupar em consumos.

Esses, são também mais elevados que os do frugal dCi, com uma média registada de 7l/100km percorridos em ciclo misto, contra os 5,3l/100km que o dCi nos presenteou. Uma diferença que vai fazer mossa nas contas.

Mas ainda antes disso, convém destacar que este modelo foi desenvolvido para ter como alvo um cliente que aprecia conforto em vez de dinâmica (para isso a gama tem outras propostas), com isso, queremos dizer que tudo está mais filtrado e a suspensão optar por um funcionamento mais suave de forma a tornar as viagens mais tranquilas. Ainda assim, não se mostra em momento algum inseguro se tiver de ser tomado um andamento mais célere.

Vamos a contas:

O valor que separa este tCe 130 e o dCi 130 é de exatamente 8.200€, com um valor ao dia de hoje da gasolina, a diferença a cada 100km é de 4,30€, significando que se tudo se mantiver assim, e pretender ser proprietário deste Megane durante 8 anos, terá de fazer menos de 23 mil quilómetros por ano. Se não souber quantos anos pretende ficar com ele, saiba que só aos 190 mil quilómetros é que o diesel começa a render. Ainda acha que rende a poupa imediata?

Aqui, entra uma outra proposta à conta, o dCi 110cv, que também acaba por ser bastante capaz, e que altera essa diferença para uns mais agradáveis 3.300€, e que se torna talvez a proposta mais equilibrada. Isto porque, se  fizer mais de 10 mil quilómetros, começa a render o diesel. Um caso de: “no meio, é que está a virtude.”

“O que queres mesmo, é um Mégane desportivo? ” 
Então, conhece o R.S, o mais ‘louco’ dos Mégane! 


Renault Mégane Grand Coupe 1.2 TCe Exclusive

Especificações:
Potência– 130cv/5500rpm
Binário combinado – 205Nm às 2000rpm
Aceleração do  0-100 (oficial): 10,6s
Velocidade Máxima (oficial): 200km/h
Consumo Combinado Anunciado – 5,5L/100km
Consumo Combinado Medido – 7,0L/100km

Preços:
Gama Megane Grand Coupé desde: 25.276€


Carrega nas fotos e vê este Renault Megane Grand Coupé em detalhe:

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!