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Mazda3 em teste com o motor 2.0 e-Skyactiv X

Mazda3 em teste com o motor 2.0 e-Skyactiv X
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“A alma da eficiência”

 

Costumo dizer que na atualidade já não existem automóveis maus, tal não é a evolução que a indústria automóvel tem conseguido obter ao longo dos anos, seja em qualidade, seja em segurança, dinâmica dos seus modelos ou na cada vez mais importante tecnologia. Essa evolução, nos mais variados campos, torna os automóveis cada vez mais completos, eficazes, seguros e difíceis de “apontar o dedo”.

Tudo isso faz com que o consumidor tenha “tempos complicados” na altura de decidir qual o próximo automóvel a comprar, objeto que terá a finalidade de o transportar a si e à sua família durante muito tempo e onde passará mais horas do que poderia imaginar.

O Mazda3 é um daqueles automóveis que deveria ter mais sucesso do que realmente tem, poderia ser um daqueles alunos brilhantes que todos nós tivemos na nossa turma, mas que é ofuscado pelo atleta que toda a turma adora, leia-se, os concorrentes alemães premium. Sim, não é exagero “bater” este japonês com os seus concorrentes que se multiplicam pelas estradas nacionais. Não é mesmo…

Pois bem, o Mazda3 regressou porque foi alvo de uma ligeiríssima renovação, fazendo com que aproveitasse a oportunidade para passar mais alguns dias com ele, aqui na versão mais recheada e potente, a Excellence com o motor e-Skyactiv X com 186cv, mais 6 que anteriormente e que viu também o seu binário máximo aumentar em 16Nm.

Este motor conta com o SPCCI – Ignição por Compressão Controlada por Faísca, tecnologia desenvolvida pela marca japonesa, que basicamente conjuga a “alma” de um motor a gasolina e as suas elevadas rotações, com a resposta linear de um motor diesel. Agora, nesta renovação, esse aumento de binário passa a estar disponível numa gama de rotações mais baixas.

Antes de passar para a condução, e se realmente este e-Skyactiv X é o “melhor de dois mundos”, importa falar uma vez mais do design exterior do modelo de segmento C da marca, que está na sua quarta geração, tendo sido lançado originalmente em 2003.



O seu estilo é aquele que veremos nos próximos lançamentos da marca, e que já vimos também no CX-30, a nova geração Kodo, que opta por um design impactante visualmente, com um jogo de reflexos e sombras que o destaca face a outras propostas. Sim, pode não ser para todos, mas começo a achar que a “estranheza” do início começa a dissolver-se, devido aos comentários que me foram feitos. Não a mim, mas ao carro.

O interior é um exemplo de simplicidade bem conseguida, sem uma “obrigação” em retirar botões a mais. Ou seja, continuam a existir comandos físicos para a climatização, assim como um comando na consola central que permite controlar o que se passa no sistema multimedia, que é completo e fácil de operar, contando ainda com sistema Apple CarPlay e Andoid Auto, para que a conectividade esteja sempre em primeiro.

Esta unidade, contava com os estofos vermelhos, elemento que, para mim, lhe dava um toque extra de classe e que contrasta bem com a pintura exterior Branco Pérola e as jantes pretas, algo que o e-Skyactiv X tem de ter, e que na verdade é a única coisa para além da grelha no mesmo tom que o destaca dos demais Mazda3 com que nos cruzámos pela estrada.

Atrás, o espaço é suficiente para dois adultos, não é o mais espaçoso da sua classe em altura, ainda que conte com um espaço mais do que suficiente para as pernas. A bagageira conta com 358L de capacidade, menos 92L que o Sedan, algo que o Mazda3 também apresenta na sua gama.

Passando para a condução, o Mazda3 e-Skyactiv X apresenta-se como uma boa experiência, primeiro por todos os seus comandos terem um peso correto, dando uma sensação mecânica sem serem demasiado pesados, um “olear” que torna a condução um prazer, onde a sua transmissão manual de seis velocidades merece elogios, e nos faz esquecer quase por completo que existe uma solução automática. Se estiverem com dúvidas, façam favor de optar pela manual…



A dinâmica é muito sã, sem reações demasiado vivas, mas ao gosto de quem gosta de explorar um pouco mais o seu automóvel. O sistema G-Vectoring Control ajuda o condutor a ter mais confiança na hora de “andar depressa”, graças a um dosear de potência correto entre as rodas dianteiras. Quem quer (ainda) mais aderência, o Mazda3 conta com opção de versão de tração integral, algo que é raro no seu segmento.

Vamos então ao motor, o e-Skyactiv X de 186cv. É na verdade o mais rápido da sua gama, com uma aceleração dos 0 aos 100km/h que demora 8,1s, e uma velocidade máxima de 216km/h.

Mas estes 186cv não devem ser vistos apenas como performantes, são antes uma opção que é mais polivalente, ou seja, consegue ser até mais poupada em algumas situações do que os e-Skyactiv G de 122 e 150cv que o Mazda3 conta. Isto porque, num ensaio com mais de 300km percorridos, cravou um consumo misto de 6,2L/100km no computador de bordo, algo que mostra que a teoria do “melhor de dois mundos” passa do papel para a realidade.

Sim, é possível ter a parte agradável de conduzir um motor a gasolina, que é mais suave e melodicamente melhor, com a eficiência de um diesel, com consumos mais reduzidos. Na verdade, é difícil encontrar “quase duzentos cavalos” a beberem tão pouco quanto estes…

Os preços do Mazda3 e-Skyactiv X iniciam-se nos 32.615€, com esta unidade a custar 37.657€.

Rodrigo Hernandez Fundador e Director Editorial, criou o MotorO2 em 2012 devido a uma tremenda vontade de escrever acerca da sua grande paixão: os automóveis! Paixão essa que existe mesmo antes de falar, já que a sua primeira palavra foi a de uma conhecida marca de automóveis. Sim, a sério!